Caldas da Rainha e Salinas Rio Maior

Visita a Caldas da Rainha

Pouco passava das 10 horas quando no dia 11 de dezembro numa visita de estudo da turma  Tudo é Economia e Economia do Mar, organizada pelo seu Professor Alberto Jacob  com a colaboração dos delegados de turma  (o qual após a já tradicional paragem nas trouxas da Malveira nos transmitiu vários dados sobre as visitas que iriamos efetuar), deixavam o autocarro que os conduziu às Caldas da Rainha, dirigindo-se de imediato às instalações da Câmara Municipal onde foram recebidos pela Vereadora D. Conceição Henriques, detentora de diversos pelouros, e também  ligada à Universidade Sénior das Caldas, que desde logo nos esclareceu que embora não detendo uma maioria absoluta, o executivo camarário  é de índole independente, constituído por sete elementos, dos quais três independentes, onde se inclui o Presidente, Vice Presidente e ela própria. Após fazer a sua apresentação foi a vez do n/ professor se dar a conhecer e à  turma visitante, facultando nomeadamente alguns dados referentes à Unisseixal

Seguidamente a  Senhora Vereadora iniciou a sua alocução centrada no historial da cidade ,desde os seus primórdios  e seu progressivo crescimento até aos dias de hoje, sempre em conotação com o desenvolvimento económico, pois como bem sabemos, tudo é economia, e como tal  presente em todas as fases de evolução das sociedades. Nesta perspetiva  transmitiu-nos que o seu surgimento está intimamente ligado aos  recursos hidro-termais existentes   que despertaram o interesse da Rainha D. Leonor casada com D. João II, que ao  passar na zona viu como se banhavam em águas de odor intenso  várias pessoas do povo que a informaram que o faziam por as mesmas terem propriedades curativas, o que a rainha experimentou, resultando na cura de males que padecia, pelo que ali mandou construir um pequeno povoado e um hospital, mais tarde ampliado, que por sua vez levou ao desenvolvimento da industria emblemática da cidade, a de cerâmica, pois á época as peças em argila eram  parte essencial do seu equipamento.

Com o decorrer dos anos surgiram várias fábricas de cerâmica, e com o desenvolvimento das artes plásticas na região  destacaram-se os nomes da pioneira Maria dos Cacos, José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro, Manuel Mafra, João Fragoso e a criação dos museus da Cerâmica, José Malhoa, Museu do Hospital, onde se localiza a piscina onde D. Leonor se banhava.

Assim chegámos ao momento de visitar outro ex-libris da cidade: o tradicional mercado ao ar livre que se realiza de segunda a sexta feira na Praça da República onde se pode encontrar entre outros frutas, legumes, doçaria, frutos secos, ou flores, muito apreciado pelos colegas que logo ali começaram a adquirir as tradicionais cavacas e outros produtos.

Após o almoço, em regime buffet,  dirigimo-nos a Rio Maior a fim de visitar as suas salinas e os presépios que nesta época natalícia ali são montados, onde nos esperava a técnica do turismo Charca,(Sara em português), de origem checa e há 21anos a residir no nosso pais,  que com boa  disposição nos fez seguir de forma atenta as informações que nos transmitiu sobre como se formaram as salinas, a sua forma de funcionamento, (divididas em talhos hoje com 85% dos proprietários associados em cooperativa), os componentes do sal produzido, isento de iodo,  e do seu principal mercado : a exportação sendo a Alemanha o maior importador.

Era tempo do regresso e já em viagem o Prof Jacob relembrou o apelo lançado na última aula à causa da instituição “Colmeia Vigilante” representada pela nossa colega Amélia e anunciou que esta iria colocar à disposição daqueles que com a instituição se quisessem solidarizar com uma pequena importância, alguns mimos e rifas, com grande adesão de todos. E assim chegámos ao Seixal deixando o nosso agradecimento àqueles que nos proporcionaram os bons momentos vividos e formulando votos de uma ótima época festiva a todos e respetivas famílias.

HM

Fotos partilhadas pelos alunos: Arlindo, Ausenda, Céu, Dorina, Etelvina, Isabel Luz, Romão e Sebastiana

Caldas da Rainha - Receção na Câmara e visita à cidade

Caldas da Rainha - Mercado, museu José Malhoa e piscina

Caldas da Rainha - Almoço, salinas e presépios de Rio Maior

Visita de estudo na região de Alcobaça

Conhecer a cidade de Alcobaça

A 21 de junho, Já com as aulas terminadas, a turma de Tudo é Economia e Economia do Mar, liderada pelo seu professor Alberto Jacob com a colaboração dos seus delegados, efetuou a sua última visita de estudo no ano letivo de 23/24, desta vez na zona de Alcobaça

Ali começamos por visitar o Museu do Vinho de Alcobaça localizado na antiga Adega do Olival Fechado, criada em 1874 por José Eduardo Raposo de Magalhães que reúne atualmente um importante acervo de peças de grande valor histórico e patrimonial na ordem dos 10.000 exemplares, tornando-se assim na maior coleção vitivinícola nacional, albergando o património da Junta Nacional do Vinho, atualmente Instituto do Vinho e da Vinha.
Antes da visita propriamente dita tivemos a oportunidade de apreciar peças de cerâmica produzidas nos anos 1930/40/50 por diversos pintores locais que faziam parte de uma exposição temporária, das muitas que ali decorrem aproveitando-se também os seus espaços para a realização de congressos, festas, etc.
O percurso foi concluído na Adega, onde nos esperava a degustação de vasta gama de produtos regionais fornecidos pela Granja de Cister , por cujas instalações viríamos a passar e onde vários colegas adquiriram sumos, doces ou frutas produzidos na região.

Seguiu-se a visita á Lemos Figueiredo – Adega das Frutas de Alcobaça , empresa familiar com origem à volta 2014, que nasceu ocasionalmente no seguimento de uma reunião de família quando ao saborear a ginja caseira feita pelo patriarca, Sr. Salomão, a ideia foi lançada, tendo aquele a partir daí ganho o gosto de fazer experiências diversas que levaram depois da produção da ginja à de vermutes e de gin a partir da destilação do sumo rico das maçãs de Alcobaça.

Recebidos pelo Sr Salomão, este explicou-nos como tem evoluído a empresa bem como o processo de preparação. da ginjinha e do gin, não deixando de referir a elevada carga fiscal que os produtos sofrem ao sair do entreposto.
Após o almoço foi a altura de nos deslocarmos à Farpedra – Exploração de Pedreiras, Lda , também ela uma empresa familiar- família Farto Henriques , onde nos esperavam o seu gerente Dr. Herder e o Diretor Sr. Rui Pedro.
Como o nome indica esta firma que emprega cerca de 50 pessoas das quais apenas quatro laboram nas instalações fabris, dedica-se desde há mais de 50 anos à extração e comercialização de pedra natural (calcários ) de que se destacam os Moleanos Gascone Blue e Beije, bem como os Altaíja Azul, Creme e Moca Creme, em diversas pedreiras no Maciço Calcário Estremenho, hoje em dia em três pedreiras, das quais a de Moleanos já atinge uma profundidade de 80 metros com uma extração anual na ordem dos 12.000 metros cúbicos, cujos espécimes exporta para todo o mundo, sendo a China o seu principal mercado.

Seguiu-se a visita à pedreira de Moleanos, localizada a curta distancia, onde nos foi transmitida informação diversa relacionada com o processo de extração propriamente dito, que foi seguido com a maior atenção e agrado pelos colegas participantes.
Era tempo de regressar ao Seixal, tendo o professor Jacob aproveitado a viagem para nos transmitir algumas ideias referentes ao funcionamento da disciplina no ano letivo que já se aproxima, e pelos colegas para lhe transmitir o seu agradecimento por todo o seu trabalho e empenho na organização destas visitas que nos proporcionaram um amplo conhecimento nas áreas abrangidas.

H.M.

Museu do Vinho de Alcobaça

Lemos Figueiredo - Alcobaça

Farpedra - Moleanos - Alcobaça

Visita de Estudo na Região Aveiro

Nos dias oito, nove e dez de maio a turma de Tudo é Economia e  Economia do Mar da Unisseixal efetuou uma visita de estudo à região de Aveiro com o objetivo definido de conhecer três empresas da região: a Flatlantic (antiga Pescanova) que se dedica à produção de pregado e linguado, a Vista Alegre-fábrica de porcelanas, e a Algaplus-criação de algas. Completava o programa duas outras visitas: o Museu Marítimo e ao Navio Museu Santo André.

Assim bem cedo, quarenta e quatro interessados participantes entre alunos e acompanhantes que como pequeno-almoço tiveram a oportunidade de se deliciar com as trouxas da Malveira, partiram com destino à Praia de Mira. onde éramos esperados nas instalações da Flatantic e onde acompanhámos todo o processo de criação do pescado em tanques, abastecidos por águas do oceano, situado a poucos quilómetros de distância, e em cujo refeitório almoçámos.

Nessa tarde após fazermos o check-in num hotel de Aveiro que nos acolheu por duas noites, fomos recebidos pelo vereador da Câmara de Aveiro Sr. João Machado que dissertou sobre as iniciativas já levadas a cabo pelo executivo nos mandatos anterior e  atual e sobre os empreendimentos em que estão empenhados  nomeadamente em colaboração com a Universidade de Aveiro

O dia seguinte depois de uma rápida passagem pelo Farol da Barra – Gafanha Nazaré foi preenchido pela visita àVista Alegre, que está a comemorar 200 anos de existência, onde visitámos o Museu, Sala de Pintura,  Capela de Nossa Senhora da Penha de França e o Bairro Operário, ainda habitado por funcionários mas que a pouco e pouco se irá transformando em instalações hoteleiras já que presentemente as habitações não serão transmitidas à geração seguinte.

Após o almoço, também nas instalações daquela empresa, foi altura de nos dirigirmos ao Museu Marítimo, dedicado à pesca do bacalhau, onde não nos foi possível visitar o aquário habitado pela espécie, encerrado desde outubro de 2023 por  necessitar de um melhoramento estrutural do suporte de vida dos bacalhaus, dado  contaminação ocorrida, e o Navio Museu Santo André. Após o jantar num restaurante da cidade, alguns dos colegas presentearam-nos com aquilo que tão bem fazem – cantar.

A hora do regresso aproximava-se e embora alguns de nós já sentíssemos algum cansaço mas não menor entusiasmo, a manhã do terceiro dia foi direcionada  para atividades lúdicas como a visita a vários pontos da cidade e compra das famosas doçarias, não tendo faltado um passeio na ria num dos típicos moliceiros completado por um circuito em tuk tuk passando por zonas emblemáticas da cidade e proporcionando o avistamento do Navio Escola Sagres que ali atracara na véspera.

Mas ainda faltava irmos conhecer a Algaplus em Ílhavo, empreendimento resultante do sonho de alguns biólogos, que se dedica desde 2012 ao cultivo de microalgas marinhas autóctones da costa do Atlântico (de  que já tínhamos visualizado uma reportagem filmada em aula), num sistema em terra inovador, natural  e com certificação biológica, cuja produção tivemos  a oportunidade de acompanhar e também provar algumas espécies ali criadas.

E assim regressámos ao Seixal depois de uma paragem na Nazaré para retemperar as  forças e permitir o descanso obrigatório do nosso motorista Sr Paulo que com profissionalismo e simpatia nos conduziu nesta “aventura”

Mas tudo isto só foi possível pelo empenho e dedicação  do n/ Professor Alberto Jacob, que contou com a colaboração dos colegas delegados de turma José Romão, que por motivos imperiosos não nos pode acompanhar, e da Lúcia que também deu uma mãozinha, juntando-me a todos os colegas nos comentários deixados no grupo WhatsApp da turma,  expressando-lhe também o meu agradecimento , e enaltecendo a sua disponibilidade, para nos acompanhar sempre de perto, não descurando qualquer pormenor durante toda a estadia, e a quem tentámos  corresponder com aquilo que sempre valorizou: pontualidade no cumprimento dos horários. A sua antecipada divisão dos participantes em Grupo 1 e Grupo 2 , já que o seu elevado número não permitiria  que as diversas atividades fossem feitas em conjunto,  muito contribuiu para o sucesso desta jornada,  lembrada nas quadras elaboradas pela colega Ausenda, no regresso ao Seixal,  onde aludia que  1 + 2 são 44.

HM

Por Aveiro - fotos partilhadas pelos participantes

Visitas- Fotos partilhadas pelos participantes

Visita à Herdade da Gâmbia

Realizou-se no passado dia 4 de Maio mais uma visita de estudo no âmbito dos Estudos de Economia, integrado na disciplina Temas de Economia e Economia do Mar, ministrada pelo Professor Luís Lapa na Universidade Sénior do Seixal.

Saindo o autocarro às 8:30 horas, fomos em direção a Setúbal, onde desviámos para o estuário do Sado já a caminho de Alcácer do Sal, onde chegámos pelas 9:30 horas.

A visita teve início na exploração de aquicultura Neptune Pearl tendo o grupo sido recebido pela Eng. Célia Rodrigues. Na impossibilidade de nos deslocarmos de autocarro até à exploração, por causa das árvores que ladeiam o caminho, encontrou-se uma alternativa que foi a deslocação a uma exploração de outra entidade, também no estuário do rio Sado, onde a Eng. Célia nos explicou o processo de produção de douradas, robalos e solhas, tendo depois a explicação incidido essencialmente nas questões relacionadas com a criação de ostras e suas diversas espécies. Após a explicação exaustiva e muito interessante, foi-nos dado um workshop sobre a forma segura de abertura das ostras. Pena que não tenha havido uma prova geral!

Estando já na Herdade da Gâmbia, fomos recebidos pelo Eng. Francisco Moniz Borba, que fez uma apresentação da Herdade e dos cuidados de sustentabilidade que norteiam a produção das diversas espécies ali plantadas (sobreiro, pinheiro-bravo e pinheiro manso para além da vinha). Foi-nos também explicado que tendo o pinheiro-bravo sido em tempos atacado por nematódeo, foi decidido a sua substituição por pinheiro manso, imune ao verme. Seguiu-se um passeio a pé até ao montado, para nos apercebermos melhor sobre a extração da cortiça e os cuidados a ter para que haja sempre árvores novas em crescimento, para a substituição das mais antigas que vão morrendo.

Deslocámo-nos então para a zona de Vendas Novas onde almoçámos.

Após o excelente almoço, foi tempo de visitar a empresa Corkart, onde fomos recebidos por Ana Martins, Gestora de Marketing e outro colega da área comercial. Aqui fomos esclarecidos sobre o processo de transformação da cortiça. Foi-nos também proporcionada uma visita à fábrica, o que nos permitiu um contacto próximo com as várias fases de fabricação, desde a matéria-prima até ao produto final, de revestimentos e pavimentos.

Após esta última visita foi tempo de regressar a casa, tendo o autocarro chegado ao destino pelas 18:00 horas.

José Romão

Visita à Escola Naval

Base Naval do Alfeite

No dia 20 de abril de 2022, os alunos da turma de Temas de Economia e Economia do Mar, realizaram uma visita de estudo à Escola Naval do AlfeiteBase Naval de Lisboa, com o seu prof. Luís Lapa.

A procura por novos rendimentos obrigou os portugueses a enfrentar tempestades e monstros fabulosos, mas acima de tudo, o desconhecido, tendo permitido alargar o conhecimento dos homens, levando a humanidade para uma nova época – a dos Descobrimentos e do Renascimento.

Uma instituição com mais de 200 anos, pertencente a uma organização com quase quatro séculos de história, naturalmente que possui vários símbolos e tradições de toda a ordem, que marcam todos aqueles a que a ela pertencem ou já pertenceram.

À nossa espera estava o tenente Gonçalves Neves, professor de História na Escola Naval, que nos acompanhou durante toda a visita.

A visita teve várias partes: a primeira, foi aberta pelo Comandante da Escola Naval, o Contra-Almirante, Valentim Rodrigues, que explicou qual a importância da escola, sendo sobretudo, uma escola de mar, de valores e de tradições, ancorada no seu legado histórico e cultural e no vasto conhecimento acumulado, com os olhos postos no futuro, aberta à sociedade e acompanhando as suas transformações, procurando a modernidade e a inovação, e praticando um ensino rigoroso e exigente, fazendo jus ao lema que adotou do Infante, seu patrono. Depois o prof. Luís Lapa, fez uma breve introdução sobre as atividades e as funções da Unisseixal, na sociedade.

A segunda parte foi apresentada pelo tenente Gonçalves Neves que constou de uma breve introdução, seguido com um pequeno filme “A um Passo do Futuro”, que foca um dia dos alunos na escola.

O tenente Gonçalves Neves começou a sua apresentação focando quatro pontos:

- Introdução

- Ensino

- Investigação

- Sociedade civil

MISSÃO DA MARINHA

Desafios do mar:

Políticos, económicos, ambientais, culturais e securitários. ZEE (Zona Económica Exclusiva e corresponde à zona marítima que vai até 200 milhas da linha de costa e sobre a qual os respetivos Estados ribeirinhos possuem os direitos de exploração, conservação e administração de todos os seus recursos) – Autoridade, 1,7 milhões de Km2 – 19´ território, EPC – Soberania (A Transformação Digital na Marinha), 3,8 milhões Km2 - 42´ território e SAR – Busca e Salvamento, 5,8 milhões Km2 - 62´ território.

Funções:

Proteger e promover os interesses de Portugal no e através do Mar

- Dissuasão, defesa militar e apoio à política externa

- Segurança e autoridade do Estado

- Desenvolvimento económico, científico e cultural.

Missão: a formação dos oficiais da Marinha, mediante a realização de cursos e outras atividades complementares de ensino; promover a realização de investigação em áreas consideradas com interesse para a Marinha, as Forças Armadas ou a Defesa Nacional; assegurar a prestação de serviços à Marinha, às Forças Armadas e à comunidade em geral, através do desenvolvimento das suas atividades; promover o intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições nacionais e estrangeiras, numa perspetiva de mútuo interesse e valorização.​

Visão: A Escola de Mar de referência em Portugal

História da Escola Naval

Simulador de Navegação

A seguir vimos assistimos à apresentação de um pequeno filme que retrata como os alunos passam o seu dia na Escola Naval.

Depois desta explicação e da apresentação do filme, alguns colegas colocaram algumas perguntas, ao qual o tenente Gonçalves Neves respondeu de forma clara e esclarecedora.

A terceira parte foi visitarmos o “Simulador de Navegação”, para assistirmos à explicação do tenente comandante Vacas de Carvalho, que fez uma simulação da entrada de um navio em Lisboa. Salientou o demonstrar a possibilidade da utilização do Simulador de Navegação como ferramenta na formação académica e profissional na Escola Naval, conferindo-lhes as competências necessárias ao cumprimento das missões da Marinha. Por forma a validar, sustentar e auxiliar na prossecução dos objetivos desta investigação; as linhas de ação e recomendações propostas permitem maximizar a utilização do Simulador de Navegação como complemento à formação académica dos alunos da Escola Naval, tendo em vista o desempenho de funções como Oficiais de Quarto à Ponte a bordo dos navios da esquadra.

Ainda passamos pela ala de todos os comandantes da Escola Naval e visitamos o ginásio e as camaratas.

Neste recinto os alunos, encontram-se de manhã, para a formatura, para o içar da bandeira, ao almoço para a formatura e desfile, à tarde para o arraiar da bandeira e à noite para a última formatura.

Fomos recebidos pelo tenente Gonçalves Neves e acompanhados na visita pelo mesmo, que é uma pessoa extraordinária e vocacionada para tal função, pois explicou a história da Escola Naval, com uma subtileza e empenho que não vamos esquecer tão cedo, tornando a visita tão agradável e apelativa; assim como ao tenente comandante Vacas de Carvalho e um agradecimento muito especial ao Comandante da Escola Naval, o contra-Almirante Valentim Rodrigues, que se disponibilizou para fazer uma breve introdução à importância do mar, à missão da Escola Naval e qual a sua finalidade e também ao encerramento da nossa visita.

Texto escrito e reportagem fotográfica da aluna da turma

Odette Pugliese

Visita ao Concelho de Cascais

A turma de Temas Económicos e Economia do Mar do Professor Luís Lapa, da Unisseixal, realizou no dia 9 de março de 2022, uma visita de estudo no âmbito da disciplina relacionada com o mar. Com três polos específicos, como destino, no concelho de Cascais, visitaríamos nomeadamente, o Museu do Mar, o Farol de Santa Marta e o Forte de São Jorge de Oitavos. Havia ainda uma visita programada à Casa de Santa Maria, junto ao Farol, só que, entretanto, entrou para obras e não pudemos concretizar esse objectivo.

Assim, para o efeito, às oito e meia da manhã, hora prevista para a partida, com um céu salpicado de nuvens, mas soalheiro, o autocarro, conduzido pelo senhor Chapa, saía da Amora rumo ao nosso destino, na margem norte do Tejo.

Pelo caminho, juntou-se o Professor Lapa e mais dois convidados seus e formámos assim um grupo de quarenta pessoas, onde se incluía também o Professor Alberto Jacob, responsável na Unisseixal pela disciplina Tudo é Economia.

Às dez horas já estávamos junto ao Parque Marechal Carmona. Fomos aqui recebidos por uma responsável do Museu do Mar e, ali mesmo, fomos divididos em dois grupos: uns foram encaminhados para o Farol e outros para o Museu de D. Carlos. Finda a visita ao museu que se prolongou por uma hora, houve uma troca de locais. Os alunos deste grupo dirigiram-se ao Farol e os do Farol foram visitar o museu.

Na visita guiada ao Museu do Mar fomos acompanhados pela prestimosa Dra. Eugénia Alves que, detalhadamente, percorreu os diversos espaços do museu. Na receção conta-nos a história do espaço que é ilustrada e complementada com fotos e vídeos ao dispor dos visitantes.

Depois passámos à sala da zona marinha onde tomámos conhecimento das várias espécies marinhas, com enfoque nos tubarões, um deles verdadeiro com cerca de um metro e que fora pescado pelo próprio Rei, também ele, como o pai D. Luís, um apaixonado pelo mar. Neste espaço encontramos ainda um osso gigante de um maxilar de uma baleia e ainda outras espécies marinhas como golfinhos, tartarugas, raias, atum e também várias espécies de aves, como o cagarro ou a tradicional gaivota, além de ser possível ouvir os sons que algumas destas espécies emitem para se expressar ou comunicar.

De seguida entramos no espaço dedicado às gentes do mar onde estão expostos os trajes, as redes e os artefactos da pesca. Depois a sala de navegação com os instrumentos associados e destaque para uma “carranca” exposta numa vitrine. Esta peça, proveniente de um naufrágio, encontrada nos achados do mar, era colocada na proa dos navios e não se sabe se representa um cão ou um lobo, mas, provavelmente, pertenceria a um navio pirata, tão estranha e ameaçadora é a figura representada. Neste piso terminamos numa sala onde se contam histórias de viagens importantes.

Subimos depois a uma espécie de corredor um pouco estreito onde, no conceito da origem da vida, encontramos vitrines com elementos fósseis, conchas, búzios, incrustações e outros diversos vestígios milenares.

Finda esta visita, somos levados para o Farol e aqui somos recebidos pela Dona Manuela Pereira. Funcionária da Câmara Municipal de Cascais que é a entidade que gere aquele edifício da Marinha, é com ela que é feita a apresentação do Farol de Santa Marta. E antes de subirmos os noventa degraus que nos levam ao topo do Farol, é possível ouvirmos a história desta estrutura e vermos, ali expostas, parte das lentes difusoras dos faróis, conhecer os seus alcances (até 70 km), assim como o tipo de luz que refletem e outros demais aspectos relacionados com a funcionalidade e evolução destes.

Sabemos que para efeitos de orientação e localização, na história dos faróis, tudo começa com fogueiras e depois os métodos foram evoluindo até aos processos que temos nos dias de hoje. Há ainda numa vitrine parte de um tipo de equipamento que se usava, no processo de preparação e depuração dos óleos que queimavam para as lamparinas, nos primeiros faróis.

Sabemos também que cada farol é diferente do outro ̶ como uma impressão digital ̶ assim como a luz que transmitem, a intermitência, a cor e até o sinal sonoro que emitem, em caso de nevoeiro.

A vista que se obtém do varandim no topo do Farol não está ao alcance de todos. A terceira idade não perdoa e alguns não têm coragem de subir até ele.

Dali veem-se os 360 graus do que a nossa vista alcança, mas o espaço estreito e pequeno restringe-se a um L que nos obriga a voltar para trás. A permanência que é curta (porque há gente à espera e só sobem seis pessoas de cada vez) só nos deixa tempo para umas fotos rápidas e nada mais.

A seguir encontramo-nos, os dois grupos, perto do autocarro estacionado junto ao parque, e estamos na hora do almoço. Aqui dispersamo-nos um pouco porque havia várias opções: uns optaram por fazerem piquenique com o farnel que levaram, outros pelos restaurantes ou por um snack rápido no café do Parque, ali mesmo.

Os que optaram pela zona de merendas do Parque, com os galos e galinhas que por ali proliferam a debicarem à sua volta, além de um lindo pavão, experienciaram não só o contacto direto e sempre recomendável com o verde do campo, mas também a relação bucólica com a Natureza envolvente que nos transmite o próprio Parque.

Neste ambiente de harmonia perfeita, sem as temidas ameaças de chuva, estenderam toalhas sobre as seis mesas existentes, expuseram os “géneros alimentícios”, os artefactos para comer e deliciaram-se (a custos reduzidos) com os seus “manjares”. Ao mesmo tempo construíram uma rara oportunidade de convívio e confraternização, neste contexto, o que foi muito divertido e agradável para todos, ainda com a possibilidade de partilharem a sandes ou o pastel, a fruta ou o pão com noz e passas. Muito bom.

“Merenda comida companhia desfeita”, acabámos o repasto todos juntos na esplanada do Parque a beber café.

A seguir dirigimo-nos ao autocarro para a visita da tarde, esta a cerca de quatro quilómetros dali, a caminho do Guincho. Do nosso lado esquerdo surgiu-nos então o Forte de São Jorge de Oitavos, com a bandeira portuguesa hasteada aos quatro ventos. Construído no século XVII serviu de prevenção a desembarques da armada espanhola com as embarcações que se dirigiam para entrar na barra do Tejo.

Nós, por outro lado, fomos recebidos pelas simpáticas funcionárias ali destacadas da CMC, Adelaide e Catarina, que tentaram explicar-nos, ao som das vagas alterosas vindas do mar ali ao lado, o funcionamento da bateria de quatro canhões instalados na esplanada do Forte.

Exemplificaram-nos os procedimentos de como se “armava”, um canhão e o tempo entre cada disparo (oito minutos). Estes eram municiados pela guarnição que era, em regra, composta por um cabo, três artilheiros e dezoito soldados.

Outro detalhe curioso que se destaca, ainda nesta zona da esplanada, é a existência de uma “latrina”, com descarga direta para o mar, em baixo.

Percorremos depois as instalações do pequeno Forte com destaque para o paiol, hoje uma sala onde se encontram, sobretudo, uniformes e artefactos de ataque e defesa.

Encontramos também um depósito de madeira, em forma de bidon, onde se guardava a pólvora. O pavimento é, em parte, ainda o original que é inclinado e cujo objectivo era o escoamento de eventuais águas. Em outras salas podem ver-se várias imagens explicativas cobrindo as paredes, como a sinalética praticada na época, além de outras curiosidades.

Nas despedidas, no exterior, tiraram-se as fotos da praxe e agradecemos às senhoras toda a disponibilidade demonstrada. Aliás, estes agradecimentos foram extensivos a todas as entidades que nos receberam nos respetivos locais, quer no museu, quer no Farol com a entrega das respetivas credenciais, necessárias para as visitas, fornecidas pela Unisseixal.

De regresso ao Seixal e como “bónus” do professor Lapa por não termos podido visitar a Casa de Santa Maria (e nos termos portado bem), pudemos dar um pequeno salto à Boca do Inferno. Ali chegados, fomos confrontados, no entanto, com o facto de estar interditado aos visitantes, vedado por um portão fechado com uma corrente presa a um cadeado, o acesso para a zona inferior junto ao mar.

Saídos dali a restante viagem foi rápida, porque não havia muito trânsito, e antes das cinco horas estávamos na Amora a descer do verde autocarro do Monchapa.

texto: Carlos Pereira (DT)

Museu do Mar

Visita de Estudo à região de Palmela

Como alunos da Unisseixal, agora em novas instalações, e no âmbito da disciplina de Temas Económicos e Economia do Mar da Universidade Sénior do Seixal, superiormente administrada pelo Professor Luís Lapa, fizemos hoje, 10 de Novembro de 2021, a nossa primeira aula no exterior, com saída para uma visita de estudo programada, ao Concelho de Palmela.

A comitiva, (muito jovem), composta por 30 elementos, incluindo alunos, amigos e professor, distribuídos por sete automóveis, encontrou-se como previsto no programa, elaborado pelo professor, pelas 09:00H na área de serviço de Pamela, na A2. O clima estava excelente de um verão de São Martinho, com sol e céu azul, portanto, óptimo para o que nos propúnhamos fazer.

No programa constava de que pelas 09:30H haveria uma Receção e acolhimento no edifício Casa Mãe da Rota de Vinhos, em Palmela, seguida de uma palestra de apresentação e caracterização do sector vinícola. Àquela hora, éramos recebidos, simpaticamente, pela responsável Fátima Silva, técnica de marketing daquela instituição.

A palestra proferida pelo Vereador da Câmara Municipal de Palmela Luís Miguel Calha, membro da Assembleia Geral da Rota dos Vinhos da Península de Setúbal, começou pouco depois, no piso superior do edifício, em local muito aprazível com mesas e cadeiras, mas pouco adequado àquele evento.

A dispersão dos presentes por aquele espaço tipo varandim, pouco acústico, não ajudou muito à compreensão de tudo o que foi dito. No entanto, os presentes tentaram seguir com especial atenção a dissertação do palestrante.

Houve espaço a perguntas e respostas e o evento durou pouco mais de meia hora.

No fim fomos agraciados com um Moscatel de Honra (Cortesia Rota de Vinhos da Península) e um saquinho de celofane com bolachas típicas da região. À saída houve ainda quem aproveitasse para comprar algumas garrafas de vinho e/ou de moscatel. Do programa constava que às 11:00H havia uma visita guiada à Adega da Quinta do Piloto, no sopé da Serra do Louro, em Palmela, que incluiria uma Prova de vinhos que, inexplicavelmente, não houve.

Recebidos à hora prevista pela anfitriã Rita Loução, percorremos então os pequenos espaços de depósito e guarda do Moscatel e do Vinho com uma explicação sumária dos processos de fabrico e maturação.  Visitámos ainda uma pequena sala onde encontramos quadros com as fotos do fundador Humberto da Silva Cardoso e de seus sucessores, nomeadamente uma pintura do neto Filipe Cardoso, o actual enólogo da casa, ouvindo ainda uma história sobre como tudo começou; mantendo-se hoje a quinta do Piloto como propriedade de família.

Concluído o programa da manhã, a seguir rumámos ao local de almoço, Algeruz, uma Quinta do primo do professor, local onde já várias vezes foi usado pelas turmas de Economia e que nos é disponibilizado para o efeito. Uns já o conhecem e para os outros é uma boa e agradável surpresa.

A gente da casa prepara os grelhadores e o lume. Os alunos levam os mantimentos e confeccionam as saladas. Outros vão compondo as mesas. Há pão queijo, azeitonas, vinho e a refeição inicia-se num ambiente muito saudável, com alguns constrangimentos de máscaras que se tiram e colocam. No fim até a loiça é lavada por alguns. Escusado será dizer que deste grupo há sempre os que trabalham em prol da turma e aqueles que se sentam à espera que a refeição lhes chegue à mesa…  Entretanto aqueles já se haviam disponibilizado também para comprar carnes, batatas, bebidas, pão, castanhas, pratos, copos, etc. para que nada falhasse. E não falhou.

Destaque ainda para aqueles que, por sua conta, nos presentearam com bolos e pasteis, nomeadamente, a nossa colega e sub-delegada Lúcia Peres.  (Obrigado a todos, digo eu).

Depois do almoço houve leitura, por alguns alunos, de poesia versando “o vinho” tratando-se este da temática da aula de hoje. Alguns outros alunos “botaram a palavra” e, por fim, o professor fez o seu habitual discurso onde incluiu um especial agradecimento aos donos da casa e também o apoio que lhe tem sido dado, assim como um agradecimento à presença de todos.

O fim dos trabalhos ocorreu por volta das cinco da tarde com as despedidas de todos num ambiente de muita satisfação porque tudo correra muito bem, na perfeição, quer no cumprimento de horários quer na postura de todos, o que se realça aqui com agrado.

O delegado de turma

Carlos Pereira

Professor Luís Lapa; alunos: Alda Ramalheira, Amélia Vila Verde, António Lara Cardoso, António Morais Mendes, Arlindo Vila Verde, Carlos Pereira, Célia Teixeira, Elsa Prazeres, Isabel Ventura, João Ventura, José Morais, José Monteiro, José Teixeira, José Vieira, José Romão, Lúcia Peres, Maria Clarisse Marques, Maria do Céu Labrincha, Maria Isabel Louzada, Maria Isabel Luz, Maria Joaquina Pereira, Maria José Bento, Maria Victória Miguel, Raul Coelho, Odete Vieira.

Visita ao Museu dos Faróis

Santa Neto é faroleiro “há mais de 20 anos”. O apelido diz mais sobre si, porque também o seu avô era faroleiro. “Sinto-me em casa”, explica ao receber-nos no Núcleo Museológico dos Faróis, em Paço D’ Arcos. Ele é um dos guias que faz as visitas gratuitas neste espaço.
No edifício de frente para o Tejo, situado na Direcção de Faróis, encontramos um espólio que conta a história dos faróis em Portugal.

Mal entramos numa das duas salas que compõem o museu, percebemos que todas as peças brilham como se fossem novas. “Estão restauradas” explica-nos o comandante Conceição Dias, oficial de relações públicas da Direcção de Faróis. Embora, hoje em dia, os vinte e oito faróis da costa portuguesa tenham sido modernizados, o sistema de assinalamento marítimo “continua a ter a mesma função que tinha”, indica o comandante Conceição Dias.
Esta luz que ilumina a costa portuguesa e que ajuda a guiar os homens do mar começou, contudo, com uma fogueira.

Logo na entrada do Núcleo Museológico, “começamos pelas primeiras luzes que existiram, que eram as fogueiras”, mostra-nos o faroleiro Santa Neto.
As fogueiras eram “normalmente acesas pelas esposas dos marinheiros quando eles se aventuravam no mar, para lhes indicar porto seguro. Este sistema de assinalamento marítimo durou vários séculos”, conta Santa Neto, que prossegue a visita organizada de forma cronológica. “Algumas embarcações ou navios, hoje, têm equipamentos tecnológicos como o GPS e necessitam menos dos faróis. Contudo, mesmo para esses, os faróis nunca falham. Constituem uma redundância para esses sistemas, que têm erros e que podem avariar”, nota o comandante Conceição Dias. Este Capitão de Fragata lembra, no entanto, que “existe uma comunidade muito grande e uma quantidade muito grande de pequenas embarcações que não têm esses sistemas de navegação e para quem os faróis continuam a ter a mesma função que tinham quando foram construídos”.

À medida que a visita avança, encontramos candeeiros de petróleo, usados para garantir a segurança dos homens do mar antes da energia eléctrica, e, mais à frente, várias ópticas. O faroleiro Santa Neto revela que “consoante o número de faces que cada aparelho óptico tinha, assim era a quantidade de relâmpagos que ele iria emitir”. A luz é uma espécie de “bilhete de identidade dos faróis”, diz Santa Neto, que, ao seu lado, tem uma das maiores ópticas expostas: “É uma ótica hiper-radiante e só existem cinco em todo o mundo.” Em Portugal, há uma ainda em funcionamento, no Farol de São Vicente, em Sagres.

“Devido à sua localização geográfica, o farol tem de ter um alcance luminoso suficientemente grande”, explica este neto de faroleiro, que mostra outra óptica com envergadura superior à da sua altura e que foi retirada do Farol das Berlengas em 1985.
A curiosidade em torno dos faróis portugueses é complementada na segunda sala deste núcleo museológico com um espaço dedicado às famílias dos faroleiros, às suas vivências e à vida dentro de um farol. Aqui, está também exposta a veia poética de alguns faroleiros, palavras em verso inscritas numa fotografia com o Farol do Bugio ao largo da barra do Tejo.

No exterior do Núcleo Museológico, está a ser restaurado o Farol de Sines que, em breve, poderá ser também visitado pelo público que entre nos muros da Direcção de Faróis.
Os 28 faróis nacionais receberam no último ano a visita de quase 74 mil pessoas. O mais procurado foi o da Ponta do Pargo, na Madeira. Os dados foram recentemente divulgados pela Autoridade Marítima, que tutela todo o sistema de assinalamento da costa nacional.

Texto e fotos de Glória Silva

MUSEU DOS FARÓIS - PAÇO D'ARCOS

Video da visita

Casa da Ermelinda de Freitas

Resumo histórico

A família Freitas deu início ao cultivo do vinho em 1920, pela mão de Deonilde Freitas, continuada por Germana Freitas e mais tarde por Ermelinda Freitas, que dedicou especial atenção à produção do vinho. Em, colaboração com sua filha Leonor de Freitas, tomou a liderança da empresa, até ao presente.

Desde a primeira geração que esta casa aposta na qualidade das vinhas e dos vinhos, tendo inicialmente canalizado a sua produção para vinhos a granel.

Em 1997, define uma nova estratégia, dando inicio à produção do seu primeiro vinho, ”Terras do Pó “ engarrafado na casa Ermelinda Freitas.

Dimensão

A herdade tem 445 hectares de vinha, situada em Fernando Pó, na zona privilegiada na região de Palmela. A casta dominante é o Castelão, tendo no total 29 castas plantadas em toda a herdade.

Produção

Actualmente, produz 12 milhões de litros de vinho, o que a coloca num dos melhores produtores de vinhos, a nível nacional. Desde 1999, os seus vinhos já conquistaram, mais de mil medalhas, assim distribuídas:

Ouro-386

Prata-426

Bronze-232

Mercados para onde exporta

Os internacionais representam 40%, estando presentes em trinta e tal países, no mundo global, sendo os mais significativos: Luxemburgo, Inglaterra, Alemanha, EUA, Japão, China, Macau, Brasil e Angola.

Volume de negócios

Em 2016, foi de 17 milhões de euros, o que representou 4,1%de evolução, face ao ano de 2015.

Principais referências da Casa Ermelinda Freitas:

Tintos e brancos:

Dom Campos, Terras do Pó, Dnª Ermelinda, Qta.da Mimosa, e o topo de gama, Leo D”Honor”.

 Prémios 2017

W.A.W.W.J. (World Association of writes and journalists of wines and spirits), considerada a 36 melhor adega das 100 melhores do mundo em 2016, e os vinhos na 15ª posição dos cem melhores do mundo.

A nível nacional, é o sexto maior produtor, entre os 10 primeiros.

Consciência Social

A casa Ermelinda Freitas para além de se posicionar num patamar de excelência no mundo do vinho, acresce a sua intervenção na área social, destinada ao apoio dos idosos, num projecto associado à Caritas Diocesana de Setúbal, e de apoio a crianças carenciadas, pela União Social Sol nascente da Marateca, que merece da nossa parte toda a admiração e respeito.

O projecto, iniciado em 2008, com o título; “A vida de um vinho”, com a criteriosa selecção das melhores uvas, que deram origem a um vinho único e exclusivo, em garrafas magnum de 1,5litros, cuja receita da venda se destina a essas instituições. O preço da garrafa é de 100€, mas com um CD musical do maestro Jorge Salgueiro mais uma serigrafia do pintor Mário Rocha, são 175€.

Até a data, já doou mais de 60 mil euros.

Este exemplo de cidadania, e de apoio a quem mais necessita, releva esta Casa a níveis superiores, num mundo tão interesseiro e egoísta! Por tudo isto, a Casa Ermelinda Freitas dirigida pela grandeza de espírito solidário da Dnª Leonor Freitas e sua família, merece da nossa parte o maior respeito e admiração.

Por último, gostaria de fazer uma referência muito especial à Casa de Memórias e Afectos, com um museu instalado na antiga adega, dedicado às quatro gerações que deram origem à Casa Ermelinda Freitas. Saber preservar as memórias e dar continuidade a um empreendimento desta dimensão, são actos de amor e de respeito, que continuarão a fazer parte da vossa história.

Num mundo tradicionalmente governado por homens, onde as mulheres assumiam um papel secundário, o exemplo desta geração de heroínas, escreveram uma história ímpar, que dificilmente será igualada. Mas estou certo de que a actual e a futura geração saberão dar continuidade, como estão a demonstrar.

Resta-me aplaudir a grandeza, a tenacidade, o espírito empreendedor e a dimensão humana desta família, bem como o sucesso que vem alcançando quer em Portugal, quer por esse mundo fora.

O nosso muito obrigado por nos receber nesta vossa magnífica e acolhedora casa.

Aluno da Unisseixal de Economia e Finanças

Luciano Dias

Fevereiro de 2018

A rota da vinha e dos vinhos afamados

Visita da turma Questões de Economia e Finanças

História da Vinha e do Vinho, no Mundo

  • Resumo histórico
  • História do vinho em Portugal
  • Principais castas portuguesas, e Internacionais
  • Produção entre 2012/ 2013 e 2017/ 2018 por região
  • A importância do vinho na economia portuguesa
  • Principais mercados de exportação em volume e valor
  • Casa Ermelinda Freitas

“FRASES CÉLEBRES SOBRE O VINHO”

O vinho consola os tristes, rejuvenesce os velhos, inspira os jovens, e alivia os deprimidos do peso das suas preocupações”

(Lord Byron)

O vinho dá coragem ao amor, se não se bebe em excesso. (Ovídio)

O vinho é a prova constante de que Deus nos ama e nos deseja ver felizes. ”B.Frankelin”

RESUMO HISTÓRICO

A história do vinho remonta ao período neolítico, quando o homem deixa de ser um recoletor nómada, e inicia a sedentarização com surgimento da revolução agrícola. Até aí, o homem alimentava-se de figos e caçava ovelhas selvagens sem qualquer preocupação onde iria decidir plantaras figueiras, e em que prado um rebanho de ovelhas iria pastar. O homem expandiu-se da África Oriental para o Médio Oriente, para a Europa e a Ásia, e, por fim para a Austrália e América. No entanto, para qualquer destes locais onde se deslocasse, continuava a viver das plantas e da caça de animais selvagens.

A verdadeira transição para a agricultura inicia-se entre 9500 e 8500 anos a.C. nos montes do Sudeste da Turquia, do Irão e do Levante. Começa por domesticar as cabras e o trigo por volta de 9000 a.C., o milho e ervilhas em 8000 ac. As oliveiras em 5000 a.C. e as videiras em 3500 a.C.

Grande parte das plantas que os nossos antepassados domesticaram entre 9500 e 3500 ac. Fazem parte da nossa alimentação actual.

O vinho tem uma grande importância histórica e religiosa, que remonta a diversos períodos da humanidade, tornando-se um produto com enorme importância na evolução económica e sociocultural de variadíssimas civilizações do ocidente e oriente.

Os cristãos, tomando por base o Antigo Testamento, acreditam que foi Noé (Génese, capitulo o versículo 20) que plantou as primeiras videiras no Monte Ararat, para depois se poder beber o vinho. A referência ao Monte Ararat, coincide com a vitivinicultura da pré-história ao sul do Cáucaso.

Hititas, babilónicos e sumérios, adaptaram as histórias de acordo com a sua tradição e crenças, numa outra perspetiva.

Do ponto de vista histórico, é impossível precisar a sua origem, pois o vinho nasceu muito antes da escrita. Segundo Patrick Mc. Govern, investigador da Universidade da Pensilvânia, conseguiu por análise química e molecular, comparar a utilização de artefactos para o vinho no início da agricultura em 6000 A.C., nos solos vulcânicos da Turquia, na cordilheira de Tauros nas regiões montanhosas da Arménia.

Mas o cultivo das videiras para a produção de vinho só foi possível quando os nómadas, ditos recolectores, se tornaram sedentários. Existem vestígios que indicam que foi provavelmente na Geórgia que se produziu o vinho pela primeira vez, pelo facto de terem sido aí encontradas grainhas datadas entre 8000 a.C. e 5000 a.C. 

De acordo com Rafael Rubio, biólogo, especialista em vida silvestre pela Universidade de Sevilha, admite-se a existência nas populações entre o Mar Negro e Hinducush, de uma elevada percentagem de plantas hermafroditas denominadas de vitis silvestres desta região. Depois de selecionadas pelo homem, as melhores castas sofreram um processo de migração, precisamente com as rotas comerciais da época, marítimas ou terrestres.

A presença da videira no dia-a-dia do homem está comprovada pelas mitologias pré-cristãs: pelo lado dos egípcios temos Osíris, pelos gregos Dionísio, e pelos romanos Baco.

Tudo isto está documentado em pratos, vasos ornamentais e frescos da época coeva. Existem várias referências históricas à viticultura pré-histórica, e outras virão à medida que a investigação científica nos vai fornecendo novas provas.

Gilmamesch foi, provavelmente o imperador do povo sumério na Mesopotâmia mais importante. Uruk era o centro urbano onde está referenciada a viticultura pré-histórica. Pensa-se que foi nestas cidades-estado que se desenvolveu a escrita, executada sobre placas de argila. Gilmamesch, ao conseguir a independência do povo de Uruk, abriu depois as rotas do comércio, dando um grande passo par o desenvolvimento comercial. É mencionado que nesse tempo já havia cerveja, sendo considerada bebida vulgar, enquanto o vinho era sagrado.

No código de Hamurabi estava registada a jurisprudência babilónica, sendo aí considerado o vinho bebida de classe superior (Anli, R.E.e Fidan, 2001), que referem a Anatólia Central, a partir de 7000 aC. a iniciação de culturas sedentárias onde se inicia a viticultura.

De acordo com dados históricos, os Egípcios foram os primeiros a iniciar o processo da vinificação e o uso da bebida em celebrações, conforme o registo em pinturas e documentos datados de 1000 a 3000 a.C. Os faraós ofereciam vinhos e queimavam vinhedos aos deuses; os sacerdotes usavam-no em rituais; os nobres, em festas de vários tipos; as outras classes não tinham hipóteses em virtude de se verem financeiramente sem recursos. O consumo do vinho aumenta à medida que o tempo passa, e, juntamente com o azeite de oliveira, dá-se um grande impulso para o comércio egípcio, quer a nível interno quer a nível externo.

A partir de 2500 a.C., os vinhos eram exportados par a Europa Mediterrânea, África central e reinos asiáticos. Os grandes responsáveis por esse desenvolvimento foram os fenícios, povo oriundo da Ásia Antiga, e comerciantes marítimos de grande talento. Em 2000ª.C., chegaram à Grécia.

 Os gregos iniciam o seu cultivo ao longo da costa mediterrânica, o que representaria cultural e economicamente uma importância vital para o seu desenvolvimento.

Historicamente, sabe-se da importância que a mitologia representava para os gregos, e Dionísio, filho de Zeus e membro do 10 escalão do Olimpo, era o deus das artes, do teatro e do vinho. A bebida tornou-se num culto, sendo amplamente cultivada e apreciada por todas as classes.

A partir de 1000ª.C., os gregos desencadeiam enormes ações de plantio de videiras em várias regiões europeias. A bebida despertou com entusiasmo a Itália, Sicília, estendendo-se à Península ibérica. Os gregos fundaram Marselha e comercializavam o vinho com os nativos, dando lugar ao primeiro contacto entre a bebida e a futura França.

Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era bastante incomum. Homero descreveu- como delicado e suave, mas apesar das tradições festivas que a bebida representava na época, o vinho da Antiguidade “ era ingerido com água do mar e reduzido a um xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e dissolvido em água quente”, afirma o historiador e enólogo inglês Hugh Johnson, autor do livro História do Vinho (CMS Editora).

 Fundada em 753 a.C., Roma era uma vila de pastores e agricultores. A sua expansão começa a partir do século VI a.C., e já em 146a. C, a Península Itálica, o Mediterrâneo e a Grécia tinham sido anexos ao seu território.   

As vinhas eram cultivadas nas áreas interiores e nos territórios então conquistados. Os romanos impunham os seus costumes e a sua própria cultura em todas as áreas que iam conquistando. Dessa maneira, o vinho produzido servia de bebida para os legionários, gladiadores e outros soldados menores.

Os vinhedos, por ação dos romanos na conquista que ia da Grã-Bretanha à Germânia, e finalmente chegam à Gália, que viria a chamar-se mais tarde a França.

Roma, sob o comando do grande Imperador Júlio César, enfrentam e derrotam os gauleses, e encaminham-se para o vale do Rhône, e chegam até Bordéus. A proliferação das videiras expande-se imediatamente pelas províncias gaulesas, tornando-se um dos factos mais importantes na história do vinho. Nos séculos imediatos, a cidade de Borgonha surge como grande exportadora de vinhos, sendo amplamente considerados superiores.

Enquanto os gregos guardavam o vinho em ânforas, os romanos já utilizavam processos mais modernos, pois guardavam o vinho em barris de madeira, o que lhe dava um sabor mais aprimorado. Os romanos tinham atingido o seu ponto máximo nos séculos I e II dc.

Aquando das invasões bárbaras, o Império começa a fracionar-se, acabando por ser dividido em duas partes; Ocidental-sede em Roma- e a Oriental com sede em Constantinopla. Acontece que a situação económica se agravou, as colheitas sofrem grande revés, e começam a importar vinhos de outros lados, o que tornava mais caro, logo menos lucrativo.

As derrotas sucessivas dos romanos e a perda constante de territórios, faz com que o Império Romano ocidental entre em colapso, acelerando a sua queda, que viria a acontecer em 476. Todavia, o vinho já tinha assumido a sua própria identidade, tornando-se uma bebida de universal.

IDADE MÉDIA

Quando se dá a queda de Roma, surge uma enorme crise em toda a Europa. As Províncias foram completamente reduzidas a pequenos reinos, de futuro periclitante, e com relações entre si muito tensas, o que dá inicio a uma grande crise económica. A produção do vinho sofre um retrocesso neste continente.

O envelhecimento do vinho que era feito em barris de madeira de boa qualidade, deixa de ser utilizados, o que implica o aumento de oxidação da bebida. Como ponto negativo, o seu consumo tinha que ser mais rápido, o que o fazia perder toda aquela áurea de finura dos vinhos antigos. A viticultura só voltaria aos momentos gloriosos, quando surge um grande poder religioso: a Igreja Católica.

Quando o Imperador Constantino se converte ao cristianismo, no século IV (328) por influência de sua mãe, Flávia Júlia Helena, também conhecida como Helena de Constantinopla, a igreja sai fortalecida como instituição, que já era considerada a detentora da verdade e da sabedoria. O vinho e o seu simbolismo na liturgia católica assumem um enorme protagonismo; era o sangue de Cristo. A igreja estabelecesse então como grande proprietária de extensos vinhedos através das principais ordens religiosas da Europa. Os mosteiros eram considerados espaços de tranquilidade e paz, onde se produzia o vinho, não só para o sacramento eucarístico como para a sua própria vivência e sustento. Alguns desses mosteiros eram franceses, localizados nas regiões da Borgonha e Champagne, nasceram vinhos de enorme qualidade, até aos dias de hoje. Já naquela época, o vinho entra um pouco na medicina, por se considerar que o seu aroma possuía algumas características e propriedades que podiam curara algumas doenças.

Quando cerca do século XIII, as cruzadas católicas ao serviço do Papado, limpam o mar Mediterrâneo do poder árabe, abrem-se todas as possibilidades para se dar início à comercialização do vinho pelas vias marítimas. 

IDADE MODERNA

Quando se dá o início das grandes viagens de navegação, grande parte do continente americano, recebeu grandes quantidades de videiras, levadas pelos colonizadores espanhóis, depois de uma experiência nas Antilhas, através de Cristóvão Colombo, no século XV. Quando se confirma a adaptação da videira aos solos tropicais, são exportadas para o México, Estados Unidos, e colónias espanholas na América do Sul.

Foi nesse período, também, que Portugal desencadeia a campanha das descobertas, e em 1500 Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, transportando nas caravelas milhares de litros de vinho para consumo dos marinheiros. Alguns anos mais tarde, seriam introduzidas as primeiras espécies de videiras, dando lugar ao início da vitivinicultura, que predomina até aos dias de hoje.

NA ATUALIDADE

Quando se dá a Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho sofre uma perda de qualidade, por introdução de novas técnicas, mais viradas para a produção em massa e custo mais baixo. Pese embora o facto de regiões francesas e italianas tentassem preservar as técnicas anteriores, a verdade é que a produção vinícola acabou por sofrer modificações irreparáveis para se adaptar ao sistema industrializado. 

Durante o século XX, a vitivinicultura tem uma enorme evolução, com o acompanhamento dos avanços tecnológicos e da genética. Com o cruzamento genético de algumas cepas das uvas; com a formação de leveduras transgénicas, bem como as novas tecnologias aplicadas a produção do vinho, a qualidade e sabor do vinho, é feito à medida para satisfazer aos mais diversos paladares de técnicos e consumidores.

 A GRANDE PRAGA DE FILOXERA

Quando em meados o século XIX ocorre a grande praga de filoxera em toda a Europa, acabaria por destruir grande parte das vinhas, com grande relevância para a França, o que acabaria por conduzir à ruína a indústria vinícola francesa.

Pensa-se que esta espécie terá tido origem na América do Norte, e terá sido transportada através do Atlântico, para a Europa no final da década de 1850. 

Esta praga, alem de ter provocado maiores estragos em França, acabaria por causar prejuízos nos vinhedos dos países europeus, como aconteceu em Portugal.

Existe um argumento que indica que introduções destas pragas só começaram a ser um problema depois da invenção dos barcos a vapor, que navegavam com maior rapidez através do oceano, o que permitia a sobrevivência dos organismos introduzidos.

Após a descoberta de Jules-Emile Planchon de que a filoxera era a causa da murchidão das vinhas, e da confirmação por Charles Valentine Riley da teoria de Planchon, houve dois viticultores, Leo Laliman e Gaston Bazille, que propuseram que as vinhas europeias passassem a ser enxertadas por cepas americanas, resistentes à filoxera. Houve as naturais resistências, mas o método mostrou-se eficaz. A reconstituição foi um processo lento, mas acabaria por retomar uma relativa normalidade na produção.

 Calcula-se que o prejuízo em França tenha rondado o valor de 10 mil milhões de francos.

Espécie de videira contaminada pela filoxera

             INTRODUÇÃO NA EUROPA

Durante alguns séculos, foram experimentadas algumas cepas americanas, importadas sem qualquer regulação, e sem se considerar que pudessem transportar a dita filoxera. As consequências são as que se conhecem.

 VINHEDOS ALENTEJANOS

PORTUGAL, A VINHA E O VINHO

A primeira referência à produção da vitivinicultura em Portugal é do século X, que consta no livro de datas do Convento de Fiães. Mas, a história do vinho em Portugal vai para além da fundação da nacionalidade. Considera-se que os Tartessos por volta de 2000 A.C, plantaram a primeira vinha no Vale do Tejo e no Vale do Sado. Mais tarde, os Fenícios introduziram novas castas, tomando conta a partir daí, todo o comércio do vinho. Quando no século VIII a.C., os Gregos se instalam na Península Ibérica, deram um forte contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, tendo alcançado enormes progressos na técnica do cultivo da vinha e na produção do vinho. No Século II a.C., os Romanos transformam o vinho num símbolo cultural, de poder e riqueza no Império Romano.

Após a fundação de Portugal, o vinho manteve e desenvolveu ainda mais a sua importância, enquanto cultura de um povo, tornando-se o produto mais exportado por Portugal, e, ao mesmo tempo um elemento base da sua alimentação. Quando se inicia a época dos descobrimentos, o vinho é transportado nas caravelas, bem como uma panóplia de castas que introduziu em várias partes do mundo, por via do Império Português.

Mas, o momento crucial para o incremento no comércio e em seguida na produção do vinho, foi a celebração do tratado de Methuen com a Inglaterra, em 1703. Com entrada deste tratado em condições especiais, não só facilitou a entrada na Inglaterra do vinho português, onde o vinho do Porto já era uma realidade, mas também de outros produtos oriundos das colónias portuguesas, nomeadamente o ouro e especiarias. Com o aprofundamento comercial estabelecido entre as duas Nações, foi criada a primeira região demarcada do mundo, em 1756, pelo Marquês de Pombal, no Alto Douro. As nossas vitiviniculturas mantêm-se até aos dias de hoje, apresentando um alto nível de qualidade a nível mundial.

 CASTAS PORTUGUESAS 

Touriga Nacional

As castas com maior impacto a nível nacional e internacional:

Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz ou Aragonês, Castelão, Baga, Trincadeira Preta, Alvarinho, Fernão Pires, Antão Vaz, Moscatel, Arinto, Verdelho, Encruzado e Malvasia Fina, no continente. Na Madeira e açores: Sercial, verdelho, malvasia, boal, tarrantez e tinta negra.

INTERNACIONAIS

Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Moscatel Galego, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Syrah, Petit Verdot, Grenache, Sangiovese, Nebbiolo, Tempranillo, Zinfandel, Merlot, Muscat, Semillon, Malbect, pinot Cris, Riesling e gewürstraminer.

PRODUÇÃO ENTRE 2012/13 E 2016/7 – CONFORME MAPA DESCRITIVO POR REGIÕES

 A IMPORTÂNCIA DO VINHO NA ECONOMIA 

(Caracterização do setor do vinho em Portugal)

Três quartos das empresas do vinho são microempresas; as PME garantem 70% do volume de negócios do setor.

Grande relevância do setor exportador; com saldo positivo das transações com o exterior e contributo relevante para o aumento do volume de negócios.

As exportações do vinho português cresceram 5,7% em volume e 8,5% em valor, entre Janeiro e Setembro de 2017, comparativamente como mesmo período de 2016, dados do Instituto do vinho e da vinha.

Portugal vendeu durante esse período 2.136.582 hectolitros de vinhos, no valor de 536,8 milhões de euros.

Em 2017, as exportações do vinho cresceram 7,5%, atingindo praticamente 778 milhões de euros. Esta subida teve grande contributo dos mercados de Angola com +43% e o Brasil com +53%. 

Estes valores finais apontam para um crescimento de 7,5% em volume, e 10% em valor.

O maior crescimento verificou-se nos vinhos com (IGP) - Indicação Geográfica Protegida e (DOP) Denominação de Origem Protegida, que representaram cerca de 40%do vinho nacional exportado. (Vini Portugal).

A França, Estados Unidos e o Reino Unido continuam a ser os três principais destinos dos vinhos portugueses, tendo sido a grande surpresa o mercado angolano, que mais do que duplicou o número de hectolitros vendidos face ao mesmo período do ano anterior.

Outros mercados para onde exportamos: Brasil, Canadá, China, Alemanha, Japão, Macau, Noruega, Suécia, Rússia e Coreia do Sul.

Nas contas da Vini-Portugal, estamos a produzir 6,2 milhões de hectolitros, mas consumimos 4,2 milhões, e exportamos 2,7 milhões o que soma 6,9 milhões o que significa que temos uma colocação superior no mercado acima da nossa produção.

Já não temos quantidade para o aumento da procura, afirmação do Presidente da Viniportugal.

Portugal é hoje reconhecido pela qualidade dos seus vinhos. Os vinhos portugueses têm uma boa relação qualidade/preço, o que têm vindo a conquistar mercados como EUA e Canadá.

De acordo com o estudo da D&B, os vinhos DOP valem 70% das exportações, sendo o vinho do Porto responsável por 43% desse valor.

Em 2016, o volume de negócios atingiu o valor de 1. 282 Milhões de euros, assim distribuídos:

43% Na indústria de bebidas,

10% Na indústria alimentar e bebidas,

6% Na indústria agro-alimentar.

Os vinhos portugueses têm uma imagem na imprensa internacional especializada muito positiva, com destaque para os vinhos do Douro, vinhos verdes, pela sua singularidade, com vinhos menos alcoólicos e ajustados aos perfis modernos. A identidade do património natural, (castas únicas), apresentam um futuro risonho.

EMPREGABILIDADE NO SETOR DOS VINHOS

Segundo as estatísticas, este setor emprega entre 8500 9000 pessoas, sendo que no tempo das vindimas acresce mais alguns milhares em serviço temporário, mas que geralmente não ultrapassa no total uns 11000. Acresce que das mais de 700 empresas produtoras, só 25 têm mais de 50 trabalhadores; mais de 150 uma, e as restantes microempresas somente 7. A tendência é para reduzir, em virtude da moderna tecnologia aplicada à indústria do vinho.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Em geral, os produtores de vinho não dispõem de canais de distribuição para o escoamento dos seus produtos, por implicar a construção de uma rede de vendas, cuja estrutura específica é de grande investimento, e não faz parte da vocação do produtor. Assim, as empresas estruturadas e especializadas para a sua comercialização, são:

Os armazenistas, agentes gerais, hipermercados, supermercados, mercearias e garrafeiras, boutiques de vinho através da Net, e pequenos produtores que não tendo economia de escala os colocam directamente em restaurantes, garrafeiras e outros estabelecimentos com tiragens pequenas.

TERMOS TÉCNICOS

Vinicultura, do latim (Vi nus) fabricação do vinho. Conjunto de processos empregados para tratar o vinho e desenvolver as suas qualidades.

Vitivinicultura, Cultivo das vinhas e fabricação do vinho.

Vinificação, Conjunto de processos empregados para transformar o sumo da uva em vinho.

Viticultura, cultura das vinhas.

DESIGNAÇÃO DAS CATEGORIAS DOS VINHO

Denominação de origem – características de uma região determinada.

DOC – Denominação de origem controlada, designação atribuída a vinhos de qualidade, produzidos em região geograficamente limitada, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico e tempo de estágio.

IPR – Indicação de proveniência regulamentada; terá que cumprir um período mínimo para passar à designação de DOP.

IPG – Indicação de proveniência geográfica.

VINHEDOS DO DOURO PORTUGAL

Referências:

Enciclopédia da vinha e do vinho; Larrusse les vins, tous les vins du Monde; Enciclopédia dos vinhos de Portugal; O grande livro do vinho; Instituto do vinho e da vinha; ViniPortugal; INE – Instituto Nacional de Estatísticas; Wine with style circle; Wikipédia.

Patrik mc. Govern, Enólogo e historiador

28/03/2018