A Economia como Desporto de Combate

No âmbito do programa de atividades da disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma aula aberta no dia 22 de fevereiro de 2017, com uma palestra proferida pelo Professor Doutor Ricardo Paes Mamede, subordinada ao tema “A Economia como Desporto de Combate”.

O Auditório da Junta de Freguesia de Amora, foi pequeno para receber tão grande afluência de alunos que quiseram assistir à palestra, tal a pertinência e o interesse despertado pelo tema. Houve alunos que tiveram que ficar em pé, pois já não havia cadeiras vagas.

O palestrante, o professor Dr. Ricardo Paes Mamede, que devido a ser uma pessoa conhecida dos alunos, pelos trabalhos já publicados e realizar debates na televisão, consegue despertar o interesse dos alunos. Tem também uma linguagem clara, sucinta e ligeira que capta a atenção/interesse dos alunos.

O Sr. Presidente da Casa do Educador, Dr. Tomás Bento agradeceu a presença do orador em nome da Unisseixal e o professor Dr. Luís Lapa fez uma breve apresentação pessoal.

O prof. Dr. Ricardo Paes Mamede disse que tinha divulgado no Facebook a sua vinda à Junta de Freguesia de Amora e que tinha um blogue chamado “Ladrões de Bicicletas”, e que participava num programa semanal na RTP3, onde debatia com outros economistas temas económicos da atualidade. Falam sobre diversas questões económicas da atualidade, os textos dão uma ideia bastante clara; comentam a atualidade; foi ótimo para os economistas que passaram a ver de outra maneira a economia e o público em geral também; qual o papel do estado e dos economistas; fatores muito mais relevantes para explicar a nossa crise; andamos todos a viver acima das possibilidades; muitos países em vez de diminuírem a dívida do PIB aumentaram; quando não há investimento não há progresso; não há procura interna nem externa; ideias de como as pessoas pensam como a economia funciona e em economia há coisas que são taxativas.

Depois desta breve introdução o professor Dr. Ricardo Paes Mamede falou sobre o seu novo livro, focando seis ideias correntes sobre economia.

  1. A produtividade em Portugal aumentaria se trabalhássemos mais e melhor. (temos um problema de baixa produtividade)
  2. O aumento do salário mínimo e dos direitos laborais reduz a criação de emprego.
  3. Se os salários baixarem as exportações crescerão.
  4. Se conseguirmos exportar mais ficamos mais ricos.
  5. Se o estado poupar a dívida pública desce.
  6. A única forma de fazer descer a dívida pública é o estado ter menos despesas do que receitas. (um colega disse «trabalho com muitos e comer com poucos»)

Estas ideias estão erradas e gostava de as desconstruir, são ideias intuitivas e os economistas vêm como um todo.

A seguir apresentou algumas convicções sobre as quais devemos pensar com cuidado.

  1. A produtividade em Portugal aumentaria se trabalhássemos mais e melhor.
  2. O aumento do salário mínimo e dos direitos laborais reduz a criação de emprego.
  3. Se os salários baixarem as exportações crescerão (salários representam 1/3 das empresas; margem de lucro não é constante; estarmos a aumentar a margem de lucro e não a aumentar as exportações).
  4. Se conseguirmos exportar mais ficamos mais ricos (o nosso problema não é a dívida interna, mas a externa; o valor acrescentado geralmente não fica em Portugal).
  5. Se o estado poupar a dívida pública desce (quando o estado não está a injetar dinheiro, há menos emprego; se o estado poupar está a agravar a sua crise; os privados não investem para não perderem dinheiro).
  6. A única forma de fazer descer a dívida pública é o estado ter menos despesas do que receitas (o estado não precisa de ter saldo positivo; taxa de inflação seja suficientemente elevada; abater a dívida, consegue-se com um défice de 2,1%).

Após esta apresentação, o professor Dr. Ricardo Paes Mamede respondeu a algumas questões colocadas pelos alunos.

A primeira foi do colega Carlos Ferreira, “Saída do euro ou não?” e ainda “Vantagens ou inconvenientes”; do colega António Lara, “Como não previram esta situação de crise, homens e mulheres economistas?”, “Houve dolo nesta situação?”, “Vivemos debaixo da ditadura do défice”, “É possível sair desta crise?”; do colega José Monteiro, “As privatizações foram malfeitas?”.

O professor Dr. Luís Lapa respondeu a algumas perguntas lendo um excerto do livro.

O nosso orador respondeu às perguntas, dizendo que ninguém defende que devemos sair do euro; qualquer decisão unilateral tem custos muito elevados e nós não temos armamento para combater isso; há uma grande coesão nacional e um futuro incerto faz com que a população não aceitará medidas unilaterais; impactos da saída do euro dependeria dos termos dessa saída com os parceiros, aquilo que nos é pedido não é possível; para que Portugal pague a dívida é necessário que tenha nos próximos 20 anos um saldo de 2% e nos 10 anos um saldo de 2,5%; o problema do euro é um problema estrutural e temos que estar preparados; as políticas de austeridades não diminuíram a dívida, mas sim aumentaram, o que provou que foi uma má teoria económica; os mercados são insuficientes; a crise europeia existe e uma política de austeridade cria crises longas e profundas; cortando nas pensões e direitos laborais não leva a lado nenhum; havia instrumentos para parar a crise, mas não se fez nada e terminou com esta frase nunca percas a oportunidade de uma crise.

O Presidente da Casa do Educador, Dr. Tomás Bento, agradeceu mais uma vez a presença do Dr. Ricardo Paes Mamede, pela excelente e elucidativa conferência que nos proporcionou. O nosso professor Dr. Luís Lapa, na sua disciplina de “Questões de Economia e Finanças” está de parabéns por nos ter dado a oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos com estas palestras tão interessantes, que “obrigou” a que alguns alunos saíssem de casa só para assistir.

De seguida a turma de “Questões de Economia e Finanças” ofereceu um pequeno lanche aos colegas e convidados. A mesa foi pequena para tanta oferta.

Texto escrito e reportagem fotográfica de Odette Pugliese

Economia como desporto de combate

Porque devemos sair do €uro

No âmbito do programa de atividades da disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma aula aberta no dia 1 de Fevereiro, com uma palestra proferida pelo Professor Doutor João Ferreira do Amaral, subordinada ao tema “PORQUE DEVEMOS SAIR DO EURO”.
O Auditório da Unisseixal foi pequeno para receber tão grande afluência de alunos que quiseram assistir à palestra, tal a pertinência e o interesse despertado pelo tema. Estava completamente esgotado.
O Sr. Reitor Dr. António Pinto da Costa agradeceu a presença do orador em nome da Unisseixal, o professor Dr. Luís Lapa fez uma breve apresentação pessoal, a que o Dr. Ferreira do Amaral iniciou a palestra baseada no seu livro.
A sua palestra teve como base as condições para podermos e devermos sair do Euro; quais as condições que têm que estar reunidas para sairmos com sucesso; aponta os caminhos para um pós-Euro; a saída do Euro é a única solução para termos autonomia e como podemos ultrapassar a crise.
O nosso orador focou também sobre:
 a emissão monetária do Banco Central Europeu;
 a estabilidade do sistema financeiro;
 de como a Alemanha ganhou a maior economia, ficando a criar a moeda única, tendo
mais poder;
 a relação entre a Alemanha e a França – reunificação;
 convergências de interesses (neoliberais);
 a moeda única, instrumento do poder político, que é um projeto da direita;
 o euro não é emitido em Portugal, instrumento do poder político e política monetária;
 Banif, BES e Novo Banco, ficam reféns do Banco Central Europeu;
 Estado fica refém dos outros parceiros;
 crise 2007/2008, adotamos uma moeda forte que valorizou muito e cada vez mais;
 acumulamos uma dívida externa grande;
 tratado orçamental de 2013, não superior a 60% do PIB, reduzir a dívida pública em que
Portugal foi o primeiro país a votar este tratado;
Acabando a sua intervenção com a pergunta:
“Que futuro?”
Há interesses económicos, financeiros e políticos. Desfazer-se da zona euro é um problema
mundial e melhoria das comunicações unitárias. A saída beneficiada na zona euro seria
negociada no Tratado de Lisboa. Portugal não tem sustentabilidade dentro da zona euro.
A conferência terminou com um debate final, com os presentes a colocar questões a expressar os seus pontos de vista. De seguida seguiu-se uma série de perguntas de alguns alunos ou professores, a que o Dr. Ferreira do Amaral respondeu a cada um.
A primeira só podia do nosso colega José Monteiro, “O que vamos Fazer?”, depois seguiu-se o Professor Dr. Jaime Ribeiro, “Sermos obrigados a sair e continuarmos agarrados”; do colega João Gonçalves, “Sairmos à revelia, que consequências?”; do colega António Lara, “Traição dos Partidos Socialistas e Sociais Democráticos que se renderam ao neoliberalismo abandonando as políticas sociais”; da colega Maria José Morais, “Como ficamos com as exportações e importações?”; do colega Carlos Ferreira, “O pagamento da dívida, equivalência do euro com a nova moeda”; do professor Dr. José Bianchi, “Desvalorização cambial é benéfica?”, do colega José Morais, “Incompetência ou razões obscuras?” do colega António Mendes, “Saindo da moeda única, temos que estar sujeitos ao PEC?” e para terminar outra pergunta do colega José Monteiro, “De que vamos viver? A inflação estará melhor?”
O Reitor, Dr. António Pinto da Costa, agradeceu mais uma vez a presença do Dr. João Ferreira do Amaral, pela excelente e elucidativa conferência que nos proporcionou. O nosso professor Dr. Luís Lapa, na sua disciplina de “Questões de Economia e Finanças” está de parabéns por nos ter dado a oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos com estas palestras tão interessantes, que “obrigou” a que alguns alunos saíssem de casa só para assistir.
De seguida a turma de “Questões de Economia e Finanças” ofereceu um pequeno lanche aos colegas e convidados. A mesa foi pequena para tanta oferta.

Unisseixal Questões de Economia e Finanças Prof: Dr. Luís Lapa

Texto escrito e reportagem fotográfica de Odette Pugliese

Delegada de Turma: Odette Pugliese

Rostos atentos

Rostos pensativos

Porque devemos sair do €uro