Casa da Ermelinda de Freitas

Resumo histórico

A família Freitas deu início ao cultivo do vinho em 1920, pela mão de Deonilde Freitas, continuada por Germana Freitas e mais tarde por Ermelinda Freitas, que dedicou especial atenção à produção do vinho. Em, colaboração com sua filha Leonor de Freitas, tomou a liderança da empresa, até ao presente.

Desde a primeira geração que esta casa aposta na qualidade das vinhas e dos vinhos, tendo inicialmente canalizado a sua produção para vinhos a granel.

Em 1997, define uma nova estratégia, dando inicio à produção do seu primeiro vinho, ”Terras do Pó “ engarrafado na casa Ermelinda Freitas.

Dimensão

A herdade tem 445 hectares de vinha, situada em Fernando Pó, na zona privilegiada na região de Palmela. A casta dominante é o Castelão, tendo no total 29 castas plantadas em toda a herdade.

Produção

Actualmente, produz 12 milhões de litros de vinho, o que a coloca num dos melhores produtores de vinhos, a nível nacional. Desde 1999, os seus vinhos já conquistaram, mais de mil medalhas, assim distribuídas:

Ouro-386

Prata-426

Bronze-232

Mercados para onde exporta

Os internacionais representam 40%, estando presentes em trinta e tal países, no mundo global, sendo os mais significativos: Luxemburgo, Inglaterra, Alemanha, EUA, Japão, China, Macau, Brasil e Angola.

Volume de negócios

Em 2016, foi de 17 milhões de euros, o que representou 4,1%de evolução, face ao ano de 2015.

Principais referências da Casa Ermelinda Freitas:

Tintos e brancos:

Dom Campos, Terras do Pó, Dnª Ermelinda, Qta.da Mimosa, e o topo de gama, Leo D”Honor”.

 Prémios 2017

W.A.W.W.J. (World Association of writes and journalists of wines and spirits), considerada a 36 melhor adega das 100 melhores do mundo em 2016, e os vinhos na 15ª posição dos cem melhores do mundo.

A nível nacional, é o sexto maior produtor, entre os 10 primeiros.

Consciência Social

A casa Ermelinda Freitas para além de se posicionar num patamar de excelência no mundo do vinho, acresce a sua intervenção na área social, destinada ao apoio dos idosos, num projecto associado à Caritas Diocesana de Setúbal, e de apoio a crianças carenciadas, pela União Social Sol nascente da Marateca, que merece da nossa parte toda a admiração e respeito.

O projecto, iniciado em 2008, com o título; “A vida de um vinho”, com a criteriosa selecção das melhores uvas, que deram origem a um vinho único e exclusivo, em garrafas magnum de 1,5litros, cuja receita da venda se destina a essas instituições. O preço da garrafa é de 100€, mas com um CD musical do maestro Jorge Salgueiro mais uma serigrafia do pintor Mário Rocha, são 175€.

Até a data, já doou mais de 60 mil euros.

Este exemplo de cidadania, e de apoio a quem mais necessita, releva esta Casa a níveis superiores, num mundo tão interesseiro e egoísta! Por tudo isto, a Casa Ermelinda Freitas dirigida pela grandeza de espírito solidário da Dnª Leonor Freitas e sua família, merece da nossa parte o maior respeito e admiração.

Por último, gostaria de fazer uma referência muito especial à Casa de Memórias e Afectos, com um museu instalado na antiga adega, dedicado às quatro gerações que deram origem à Casa Ermelinda Freitas. Saber preservar as memórias e dar continuidade a um empreendimento desta dimensão, são actos de amor e de respeito, que continuarão a fazer parte da vossa história.

Num mundo tradicionalmente governado por homens, onde as mulheres assumiam um papel secundário, o exemplo desta geração de heroínas, escreveram uma história ímpar, que dificilmente será igualada. Mas estou certo de que a actual e a futura geração saberão dar continuidade, como estão a demonstrar.

Resta-me aplaudir a grandeza, a tenacidade, o espírito empreendedor e a dimensão humana desta família, bem como o sucesso que vem alcançando quer em Portugal, quer por esse mundo fora.

O nosso muito obrigado por nos receber nesta vossa magnífica e acolhedora casa.

Aluno da Unisseixal de Economia e Finanças

Luciano Dias

Fevereiro de 2018

A rota da vinha e dos vinhos afamados

Visita da turma Questões de Economia e Finanças

O SABUGUEIRO

SAMBUSCUS -  O termo sambuscus, deriva do termo Sambusca, nome de um antigo instrumento musical, muito utilizado pelos Romanos e fabricados com a madeira desta árvore. E porquê? Porque o tronco e ramos do sabugueiro são ocos no seu interior e dai servir para esses instrumentos musicais.

CORIMBOS - É uma Inflorescência aberta em que os pêndulos florais, nascem a diversos níveis da haste, mas se elevam todos á mesma altura.

Registo de escrito de Hipócritas/Hipócrates - Hipócrates, considerado o pai da medicina (Grego 460 a. C.). Existem registo de que o sabugueiro era conhecido pelos povos pré-históricos e muito popular entre os gregos e romanos, sendo por isso considerado uma árvore guardiã da saúde, sendo o primeiro registo ter aparecido nos seus escritos.

 VALE DO VAROSA--- A região do vale do Varosa esta parcialmente integrada na região do Douro Património Mundial da Humanidade, integra no seu território marcas como a presença dos Monges de Cister, com o Mosteiro de São João de Tarouca e Salzedas, mas também a presença Romana, como o Convento de Ferreirim,

Geograficamente esta região confina os concelhos de Tarouca, Lamego e Armamar. O rio Varosa nasce na serra da Várzea concelho de Tarouca e desagua no rio Douro na freguesia de Cambres, em frente a cidade da Régua.

Uma particularidade deste rio é que corre de sul para norte e no seu percurso tem vários pontos de interesse, entre quais varias pontes românicas como a de Ucanha, com Torre fortificada, ponte de Mondim da beira e de São João de Tarouca. Zona Távora /Varosa, abrange os Concelhos já de Tabuaço e Moimenta da Beira. O rio Távora nasce próximo de Trancoso e desagua no Douro no Concelho de Tabuaço.

CHÁS - São ricos em potássio, carbocidratos, gorduras, fibras proteínas, sódio, vitaminam A e B6, cálcio, magnésio e ferro.

-- Laxantes, cicatrizantes, artrites, sistema imunológico e anti- envelhecimento.

COMO FAZER - 1 colher de chã de flores secas de sabugueiro e 1 xícara de agua.

Misturar as flores secas numa porção de água quente, deixar repousar, coar e servir.

Advertência -  Como todos os chás deve-se ter cuidado na sua ingestão em quantidade, segundo estudos o excesso de ingestão de chá de flor de sabugueiro, pode causar complicações gastrointestinais, náuseas, diarreias, etc.

A COLHEITA DA BAGA - Como disse pode ser comercializada em fresco e seca. (descrição no livro em anexo)

Peso na economia regional - Tendo em conta que a baga é muito rentável para os agricultores, estes com o objetivo de aumentarem a produção e a qualidade, plantam cada vez mais sabugueiros, ocupando um espaço que estavam destinados a outras culturas,

Esta árvore é de fácil desenvolvimento o que se apresenta como uma mais valia, sendo quase proibido cortar um sabugueiro.

A comercialização é feita através de uma cooperativa e por negociantes intermediários que depois vendem a empresas exportadoras.

História do Sabugueiro

  1. Breve historial sobre o sabugueiro
  2. Regiões do País onde se cultiva
  3. A sua flor e o seu fruto ( A BAGA)
  4. Indicações terapêuticas e medicinais da sua flor.
  5. Apanha e tratamento da baga de sabugueiro.
  6. Fins a que se destina.
  7. Peso na economia regional resultante da sua comercialização.

Breve historial sobre o sabugueiro

O Sabugueiro é uma espécie arbustiva ( arbusto com 7 a 11 metros de altura
Pertence ao género Sambuscus ,com ramificação profunda, tem as raízes
Superficiais mas extensas, as folhas são opostas e com cerca de 12 cm de
Comprimento. Em Maio /Junho surgem os ramos com corimbos espécie de
inflorescência aberta que vão dar flor.

O Sabugueiro é originário da Ásia e Europa, havendo registos nos escritos de hipócritas e já lá vão 2500 anos de mencionar o uso do sabugueiro como planta medicinal.

Também os Romanos tinham um carinho especial por este arbusto,
Pois fazia parte das plantas de jardim e acreditavam que dentro deste arbusto
Vivia uma fada boa que protegia os seus lares.

Regiões de Portugal onde se cultiva o sabugueiro

O Sabugueiro em Portugal, nasce espontâneo em praticamente todo  o Pais, mas, é simplesmente na região norte  no distrito de Viseu, na chamada região do Vale Do Varosa que engloba os concelhos de Tarouca, Armamar, Lamego, Tabuaço e Moimenta da Beira, que têm a sua maior implementação.

A sua flor

O seu fruto ( A BAGA)

Indicações terapêuticas, medicinais da Flor de sabugueiro

O Sabugueiro em flor, para alem da beleza natural que é digna de se observar,

A sua flor é conhecida por uma espécie medicinal que tem inúmeros benefícios para a saúde, que pode ser utilizada para fazer chás curativos de forma simples e rápida,onde tem propriedades consideradas calmantes e diuréticas, alem de outras.

Apanha e tratamento da baga de sabugueiro

A  Apanha :

Manual - O mais utilizado devido as condições dos terrenos e localização das árvores.

Mecânico -  Utilizado em locais já previamente  adaptados para a entrada de máquinas.

O Tratamento:

Colhida  e comercializada  fresca, tem um processo de refrigeração para conservação.

Colhida  para ser comercializada em seco, tem um processo de secagem de vários dias ao sol.

Fins a que se destina

Na região do Varosa, existe o Mosteiro de Salzedas, pertencente aos Monges de Cister segundo relatos, estes usavam já a baga de sabugueiro, para fins vinícolas, alem de fazerem licores, compotas e para fins medicinais.

Actualmente a baga de sabugueiro, é  praticamente na sua totalidade  para exportação , nomeadamente para Alemanha, Holanda e Dinamarca, com destino à industria farmacêutica , cosmética e agro-alimentar.

Peso na economia regional resultante da sua comercialização

Segundo os estudos publicados, são cerca de 800 produtores, numa área que ronda os 700 hectares  de terreno de cultivo do sabugueiro.

Estes produzem  cerca de 3.500 toneladas  de baga fresca, ( seca entre  300/400 toneladas) que ronda  um valor de negocio de cerca de 2 milhões de euros.

Como curiosidade, o Kg de baga fresca ronda os 0,375€ e a baga seca 2,10€.

Trabalho realizado por : Nelson Dias, no âmbito da disciplina de « Questões de Economia e Finanças»  do Prof. Luís  Lapa.

História da Vinha e do Vinho, no Mundo

  • Resumo histórico
  • História do vinho em Portugal
  • Principais castas portuguesas, e Internacionais
  • Produção entre 2012/ 2013 e 2017/ 2018 por região
  • A importância do vinho na economia portuguesa
  • Principais mercados de exportação em volume e valor
  • Casa Ermelinda Freitas

“FRASES CÉLEBRES SOBRE O VINHO”

O vinho consola os tristes, rejuvenesce os velhos, inspira os jovens, e alivia os deprimidos do peso das suas preocupações”

(Lord Byron)

O vinho dá coragem ao amor, se não se bebe em excesso. (Ovídio)

O vinho é a prova constante de que Deus nos ama e nos deseja ver felizes. ”B.Frankelin”

RESUMO HISTÓRICO

A história do vinho remonta ao período neolítico, quando o homem deixa de ser um recoletor nómada, e inicia a sedentarização com surgimento da revolução agrícola. Até aí, o homem alimentava-se de figos e caçava ovelhas selvagens sem qualquer preocupação onde iria decidir plantaras figueiras, e em que prado um rebanho de ovelhas iria pastar. O homem expandiu-se da África Oriental para o Médio Oriente, para a Europa e a Ásia, e, por fim para a Austrália e América. No entanto, para qualquer destes locais onde se deslocasse, continuava a viver das plantas e da caça de animais selvagens.

A verdadeira transição para a agricultura inicia-se entre 9500 e 8500 anos a.C. nos montes do Sudeste da Turquia, do Irão e do Levante. Começa por domesticar as cabras e o trigo por volta de 9000 a.C., o milho e ervilhas em 8000 ac. As oliveiras em 5000 a.C. e as videiras em 3500 a.C.

Grande parte das plantas que os nossos antepassados domesticaram entre 9500 e 3500 ac. Fazem parte da nossa alimentação actual.

O vinho tem uma grande importância histórica e religiosa, que remonta a diversos períodos da humanidade, tornando-se um produto com enorme importância na evolução económica e sociocultural de variadíssimas civilizações do ocidente e oriente.

Os cristãos, tomando por base o Antigo Testamento, acreditam que foi Noé (Génese, capitulo o versículo 20) que plantou as primeiras videiras no Monte Ararat, para depois se poder beber o vinho. A referência ao Monte Ararat, coincide com a vitivinicultura da pré-história ao sul do Cáucaso.

Hititas, babilónicos e sumérios, adaptaram as histórias de acordo com a sua tradição e crenças, numa outra perspetiva.

Do ponto de vista histórico, é impossível precisar a sua origem, pois o vinho nasceu muito antes da escrita. Segundo Patrick Mc. Govern, investigador da Universidade da Pensilvânia, conseguiu por análise química e molecular, comparar a utilização de artefactos para o vinho no início da agricultura em 6000 A.C., nos solos vulcânicos da Turquia, na cordilheira de Tauros nas regiões montanhosas da Arménia.

Mas o cultivo das videiras para a produção de vinho só foi possível quando os nómadas, ditos recolectores, se tornaram sedentários. Existem vestígios que indicam que foi provavelmente na Geórgia que se produziu o vinho pela primeira vez, pelo facto de terem sido aí encontradas grainhas datadas entre 8000 a.C. e 5000 a.C. 

De acordo com Rafael Rubio, biólogo, especialista em vida silvestre pela Universidade de Sevilha, admite-se a existência nas populações entre o Mar Negro e Hinducush, de uma elevada percentagem de plantas hermafroditas denominadas de vitis silvestres desta região. Depois de selecionadas pelo homem, as melhores castas sofreram um processo de migração, precisamente com as rotas comerciais da época, marítimas ou terrestres.

A presença da videira no dia-a-dia do homem está comprovada pelas mitologias pré-cristãs: pelo lado dos egípcios temos Osíris, pelos gregos Dionísio, e pelos romanos Baco.

Tudo isto está documentado em pratos, vasos ornamentais e frescos da época coeva. Existem várias referências históricas à viticultura pré-histórica, e outras virão à medida que a investigação científica nos vai fornecendo novas provas.

Gilmamesch foi, provavelmente o imperador do povo sumério na Mesopotâmia mais importante. Uruk era o centro urbano onde está referenciada a viticultura pré-histórica. Pensa-se que foi nestas cidades-estado que se desenvolveu a escrita, executada sobre placas de argila. Gilmamesch, ao conseguir a independência do povo de Uruk, abriu depois as rotas do comércio, dando um grande passo par o desenvolvimento comercial. É mencionado que nesse tempo já havia cerveja, sendo considerada bebida vulgar, enquanto o vinho era sagrado.

No código de Hamurabi estava registada a jurisprudência babilónica, sendo aí considerado o vinho bebida de classe superior (Anli, R.E.e Fidan, 2001), que referem a Anatólia Central, a partir de 7000 aC. a iniciação de culturas sedentárias onde se inicia a viticultura.

De acordo com dados históricos, os Egípcios foram os primeiros a iniciar o processo da vinificação e o uso da bebida em celebrações, conforme o registo em pinturas e documentos datados de 1000 a 3000 a.C. Os faraós ofereciam vinhos e queimavam vinhedos aos deuses; os sacerdotes usavam-no em rituais; os nobres, em festas de vários tipos; as outras classes não tinham hipóteses em virtude de se verem financeiramente sem recursos. O consumo do vinho aumenta à medida que o tempo passa, e, juntamente com o azeite de oliveira, dá-se um grande impulso para o comércio egípcio, quer a nível interno quer a nível externo.

A partir de 2500 a.C., os vinhos eram exportados par a Europa Mediterrânea, África central e reinos asiáticos. Os grandes responsáveis por esse desenvolvimento foram os fenícios, povo oriundo da Ásia Antiga, e comerciantes marítimos de grande talento. Em 2000ª.C., chegaram à Grécia.

 Os gregos iniciam o seu cultivo ao longo da costa mediterrânica, o que representaria cultural e economicamente uma importância vital para o seu desenvolvimento.

Historicamente, sabe-se da importância que a mitologia representava para os gregos, e Dionísio, filho de Zeus e membro do 10 escalão do Olimpo, era o deus das artes, do teatro e do vinho. A bebida tornou-se num culto, sendo amplamente cultivada e apreciada por todas as classes.

A partir de 1000ª.C., os gregos desencadeiam enormes ações de plantio de videiras em várias regiões europeias. A bebida despertou com entusiasmo a Itália, Sicília, estendendo-se à Península ibérica. Os gregos fundaram Marselha e comercializavam o vinho com os nativos, dando lugar ao primeiro contacto entre a bebida e a futura França.

Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era bastante incomum. Homero descreveu- como delicado e suave, mas apesar das tradições festivas que a bebida representava na época, o vinho da Antiguidade “ era ingerido com água do mar e reduzido a um xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e dissolvido em água quente”, afirma o historiador e enólogo inglês Hugh Johnson, autor do livro História do Vinho (CMS Editora).

 Fundada em 753 a.C., Roma era uma vila de pastores e agricultores. A sua expansão começa a partir do século VI a.C., e já em 146a. C, a Península Itálica, o Mediterrâneo e a Grécia tinham sido anexos ao seu território.   

As vinhas eram cultivadas nas áreas interiores e nos territórios então conquistados. Os romanos impunham os seus costumes e a sua própria cultura em todas as áreas que iam conquistando. Dessa maneira, o vinho produzido servia de bebida para os legionários, gladiadores e outros soldados menores.

Os vinhedos, por ação dos romanos na conquista que ia da Grã-Bretanha à Germânia, e finalmente chegam à Gália, que viria a chamar-se mais tarde a França.

Roma, sob o comando do grande Imperador Júlio César, enfrentam e derrotam os gauleses, e encaminham-se para o vale do Rhône, e chegam até Bordéus. A proliferação das videiras expande-se imediatamente pelas províncias gaulesas, tornando-se um dos factos mais importantes na história do vinho. Nos séculos imediatos, a cidade de Borgonha surge como grande exportadora de vinhos, sendo amplamente considerados superiores.

Enquanto os gregos guardavam o vinho em ânforas, os romanos já utilizavam processos mais modernos, pois guardavam o vinho em barris de madeira, o que lhe dava um sabor mais aprimorado. Os romanos tinham atingido o seu ponto máximo nos séculos I e II dc.

Aquando das invasões bárbaras, o Império começa a fracionar-se, acabando por ser dividido em duas partes; Ocidental-sede em Roma- e a Oriental com sede em Constantinopla. Acontece que a situação económica se agravou, as colheitas sofrem grande revés, e começam a importar vinhos de outros lados, o que tornava mais caro, logo menos lucrativo.

As derrotas sucessivas dos romanos e a perda constante de territórios, faz com que o Império Romano ocidental entre em colapso, acelerando a sua queda, que viria a acontecer em 476. Todavia, o vinho já tinha assumido a sua própria identidade, tornando-se uma bebida de universal.

IDADE MÉDIA

Quando se dá a queda de Roma, surge uma enorme crise em toda a Europa. As Províncias foram completamente reduzidas a pequenos reinos, de futuro periclitante, e com relações entre si muito tensas, o que dá inicio a uma grande crise económica. A produção do vinho sofre um retrocesso neste continente.

O envelhecimento do vinho que era feito em barris de madeira de boa qualidade, deixa de ser utilizados, o que implica o aumento de oxidação da bebida. Como ponto negativo, o seu consumo tinha que ser mais rápido, o que o fazia perder toda aquela áurea de finura dos vinhos antigos. A viticultura só voltaria aos momentos gloriosos, quando surge um grande poder religioso: a Igreja Católica.

Quando o Imperador Constantino se converte ao cristianismo, no século IV (328) por influência de sua mãe, Flávia Júlia Helena, também conhecida como Helena de Constantinopla, a igreja sai fortalecida como instituição, que já era considerada a detentora da verdade e da sabedoria. O vinho e o seu simbolismo na liturgia católica assumem um enorme protagonismo; era o sangue de Cristo. A igreja estabelecesse então como grande proprietária de extensos vinhedos através das principais ordens religiosas da Europa. Os mosteiros eram considerados espaços de tranquilidade e paz, onde se produzia o vinho, não só para o sacramento eucarístico como para a sua própria vivência e sustento. Alguns desses mosteiros eram franceses, localizados nas regiões da Borgonha e Champagne, nasceram vinhos de enorme qualidade, até aos dias de hoje. Já naquela época, o vinho entra um pouco na medicina, por se considerar que o seu aroma possuía algumas características e propriedades que podiam curara algumas doenças.

Quando cerca do século XIII, as cruzadas católicas ao serviço do Papado, limpam o mar Mediterrâneo do poder árabe, abrem-se todas as possibilidades para se dar início à comercialização do vinho pelas vias marítimas. 

IDADE MODERNA

Quando se dá o início das grandes viagens de navegação, grande parte do continente americano, recebeu grandes quantidades de videiras, levadas pelos colonizadores espanhóis, depois de uma experiência nas Antilhas, através de Cristóvão Colombo, no século XV. Quando se confirma a adaptação da videira aos solos tropicais, são exportadas para o México, Estados Unidos, e colónias espanholas na América do Sul.

Foi nesse período, também, que Portugal desencadeia a campanha das descobertas, e em 1500 Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, transportando nas caravelas milhares de litros de vinho para consumo dos marinheiros. Alguns anos mais tarde, seriam introduzidas as primeiras espécies de videiras, dando lugar ao início da vitivinicultura, que predomina até aos dias de hoje.

NA ATUALIDADE

Quando se dá a Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho sofre uma perda de qualidade, por introdução de novas técnicas, mais viradas para a produção em massa e custo mais baixo. Pese embora o facto de regiões francesas e italianas tentassem preservar as técnicas anteriores, a verdade é que a produção vinícola acabou por sofrer modificações irreparáveis para se adaptar ao sistema industrializado. 

Durante o século XX, a vitivinicultura tem uma enorme evolução, com o acompanhamento dos avanços tecnológicos e da genética. Com o cruzamento genético de algumas cepas das uvas; com a formação de leveduras transgénicas, bem como as novas tecnologias aplicadas a produção do vinho, a qualidade e sabor do vinho, é feito à medida para satisfazer aos mais diversos paladares de técnicos e consumidores.

 A GRANDE PRAGA DE FILOXERA

Quando em meados o século XIX ocorre a grande praga de filoxera em toda a Europa, acabaria por destruir grande parte das vinhas, com grande relevância para a França, o que acabaria por conduzir à ruína a indústria vinícola francesa.

Pensa-se que esta espécie terá tido origem na América do Norte, e terá sido transportada através do Atlântico, para a Europa no final da década de 1850. 

Esta praga, alem de ter provocado maiores estragos em França, acabaria por causar prejuízos nos vinhedos dos países europeus, como aconteceu em Portugal.

Existe um argumento que indica que introduções destas pragas só começaram a ser um problema depois da invenção dos barcos a vapor, que navegavam com maior rapidez através do oceano, o que permitia a sobrevivência dos organismos introduzidos.

Após a descoberta de Jules-Emile Planchon de que a filoxera era a causa da murchidão das vinhas, e da confirmação por Charles Valentine Riley da teoria de Planchon, houve dois viticultores, Leo Laliman e Gaston Bazille, que propuseram que as vinhas europeias passassem a ser enxertadas por cepas americanas, resistentes à filoxera. Houve as naturais resistências, mas o método mostrou-se eficaz. A reconstituição foi um processo lento, mas acabaria por retomar uma relativa normalidade na produção.

 Calcula-se que o prejuízo em França tenha rondado o valor de 10 mil milhões de francos.

Espécie de videira contaminada pela filoxera

             INTRODUÇÃO NA EUROPA

Durante alguns séculos, foram experimentadas algumas cepas americanas, importadas sem qualquer regulação, e sem se considerar que pudessem transportar a dita filoxera. As consequências são as que se conhecem.

 VINHEDOS ALENTEJANOS

PORTUGAL, A VINHA E O VINHO

A primeira referência à produção da vitivinicultura em Portugal é do século X, que consta no livro de datas do Convento de Fiães. Mas, a história do vinho em Portugal vai para além da fundação da nacionalidade. Considera-se que os Tartessos por volta de 2000 A.C, plantaram a primeira vinha no Vale do Tejo e no Vale do Sado. Mais tarde, os Fenícios introduziram novas castas, tomando conta a partir daí, todo o comércio do vinho. Quando no século VIII a.C., os Gregos se instalam na Península Ibérica, deram um forte contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, tendo alcançado enormes progressos na técnica do cultivo da vinha e na produção do vinho. No Século II a.C., os Romanos transformam o vinho num símbolo cultural, de poder e riqueza no Império Romano.

Após a fundação de Portugal, o vinho manteve e desenvolveu ainda mais a sua importância, enquanto cultura de um povo, tornando-se o produto mais exportado por Portugal, e, ao mesmo tempo um elemento base da sua alimentação. Quando se inicia a época dos descobrimentos, o vinho é transportado nas caravelas, bem como uma panóplia de castas que introduziu em várias partes do mundo, por via do Império Português.

Mas, o momento crucial para o incremento no comércio e em seguida na produção do vinho, foi a celebração do tratado de Methuen com a Inglaterra, em 1703. Com entrada deste tratado em condições especiais, não só facilitou a entrada na Inglaterra do vinho português, onde o vinho do Porto já era uma realidade, mas também de outros produtos oriundos das colónias portuguesas, nomeadamente o ouro e especiarias. Com o aprofundamento comercial estabelecido entre as duas Nações, foi criada a primeira região demarcada do mundo, em 1756, pelo Marquês de Pombal, no Alto Douro. As nossas vitiviniculturas mantêm-se até aos dias de hoje, apresentando um alto nível de qualidade a nível mundial.

 CASTAS PORTUGUESAS 

Touriga Nacional

As castas com maior impacto a nível nacional e internacional:

Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz ou Aragonês, Castelão, Baga, Trincadeira Preta, Alvarinho, Fernão Pires, Antão Vaz, Moscatel, Arinto, Verdelho, Encruzado e Malvasia Fina, no continente. Na Madeira e açores: Sercial, verdelho, malvasia, boal, tarrantez e tinta negra.

INTERNACIONAIS

Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Moscatel Galego, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Syrah, Petit Verdot, Grenache, Sangiovese, Nebbiolo, Tempranillo, Zinfandel, Merlot, Muscat, Semillon, Malbect, pinot Cris, Riesling e gewürstraminer.

PRODUÇÃO ENTRE 2012/13 E 2016/7 – CONFORME MAPA DESCRITIVO POR REGIÕES

 A IMPORTÂNCIA DO VINHO NA ECONOMIA 

(Caracterização do setor do vinho em Portugal)

Três quartos das empresas do vinho são microempresas; as PME garantem 70% do volume de negócios do setor.

Grande relevância do setor exportador; com saldo positivo das transações com o exterior e contributo relevante para o aumento do volume de negócios.

As exportações do vinho português cresceram 5,7% em volume e 8,5% em valor, entre Janeiro e Setembro de 2017, comparativamente como mesmo período de 2016, dados do Instituto do vinho e da vinha.

Portugal vendeu durante esse período 2.136.582 hectolitros de vinhos, no valor de 536,8 milhões de euros.

Em 2017, as exportações do vinho cresceram 7,5%, atingindo praticamente 778 milhões de euros. Esta subida teve grande contributo dos mercados de Angola com +43% e o Brasil com +53%. 

Estes valores finais apontam para um crescimento de 7,5% em volume, e 10% em valor.

O maior crescimento verificou-se nos vinhos com (IGP) - Indicação Geográfica Protegida e (DOP) Denominação de Origem Protegida, que representaram cerca de 40%do vinho nacional exportado. (Vini Portugal).

A França, Estados Unidos e o Reino Unido continuam a ser os três principais destinos dos vinhos portugueses, tendo sido a grande surpresa o mercado angolano, que mais do que duplicou o número de hectolitros vendidos face ao mesmo período do ano anterior.

Outros mercados para onde exportamos: Brasil, Canadá, China, Alemanha, Japão, Macau, Noruega, Suécia, Rússia e Coreia do Sul.

Nas contas da Vini-Portugal, estamos a produzir 6,2 milhões de hectolitros, mas consumimos 4,2 milhões, e exportamos 2,7 milhões o que soma 6,9 milhões o que significa que temos uma colocação superior no mercado acima da nossa produção.

Já não temos quantidade para o aumento da procura, afirmação do Presidente da Viniportugal.

Portugal é hoje reconhecido pela qualidade dos seus vinhos. Os vinhos portugueses têm uma boa relação qualidade/preço, o que têm vindo a conquistar mercados como EUA e Canadá.

De acordo com o estudo da D&B, os vinhos DOP valem 70% das exportações, sendo o vinho do Porto responsável por 43% desse valor.

Em 2016, o volume de negócios atingiu o valor de 1. 282 Milhões de euros, assim distribuídos:

43% Na indústria de bebidas,

10% Na indústria alimentar e bebidas,

6% Na indústria agro-alimentar.

Os vinhos portugueses têm uma imagem na imprensa internacional especializada muito positiva, com destaque para os vinhos do Douro, vinhos verdes, pela sua singularidade, com vinhos menos alcoólicos e ajustados aos perfis modernos. A identidade do património natural, (castas únicas), apresentam um futuro risonho.

EMPREGABILIDADE NO SETOR DOS VINHOS

Segundo as estatísticas, este setor emprega entre 8500 9000 pessoas, sendo que no tempo das vindimas acresce mais alguns milhares em serviço temporário, mas que geralmente não ultrapassa no total uns 11000. Acresce que das mais de 700 empresas produtoras, só 25 têm mais de 50 trabalhadores; mais de 150 uma, e as restantes microempresas somente 7. A tendência é para reduzir, em virtude da moderna tecnologia aplicada à indústria do vinho.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Em geral, os produtores de vinho não dispõem de canais de distribuição para o escoamento dos seus produtos, por implicar a construção de uma rede de vendas, cuja estrutura específica é de grande investimento, e não faz parte da vocação do produtor. Assim, as empresas estruturadas e especializadas para a sua comercialização, são:

Os armazenistas, agentes gerais, hipermercados, supermercados, mercearias e garrafeiras, boutiques de vinho através da Net, e pequenos produtores que não tendo economia de escala os colocam directamente em restaurantes, garrafeiras e outros estabelecimentos com tiragens pequenas.

TERMOS TÉCNICOS

Vinicultura, do latim (Vi nus) fabricação do vinho. Conjunto de processos empregados para tratar o vinho e desenvolver as suas qualidades.

Vitivinicultura, Cultivo das vinhas e fabricação do vinho.

Vinificação, Conjunto de processos empregados para transformar o sumo da uva em vinho.

Viticultura, cultura das vinhas.

DESIGNAÇÃO DAS CATEGORIAS DOS VINHO

Denominação de origem – características de uma região determinada.

DOC – Denominação de origem controlada, designação atribuída a vinhos de qualidade, produzidos em região geograficamente limitada, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico e tempo de estágio.

IPR – Indicação de proveniência regulamentada; terá que cumprir um período mínimo para passar à designação de DOP.

IPG – Indicação de proveniência geográfica.

VINHEDOS DO DOURO PORTUGAL

Referências:

Enciclopédia da vinha e do vinho; Larrusse les vins, tous les vins du Monde; Enciclopédia dos vinhos de Portugal; O grande livro do vinho; Instituto do vinho e da vinha; ViniPortugal; INE – Instituto Nacional de Estatísticas; Wine with style circle; Wikipédia.

Patrik mc. Govern, Enólogo e historiador

28/03/2018

Fragata D. Fernando

Informação

Na próxima quarta feira os alunos da turma de QEF vão visitar o Museu Naval, em Almada. Na parte da manhã vão visitar a Fragata D. Fernando e Glória.

Na parte da tarde  vão visitar o submarino que está atracado ali perto.

Visita à Herdade da Gâmbia

Montado de Sobro

No dia 15 de novembro de 2017, os alunos da turma de Questões de Economia e Finanças, partiram da Unisseixal, para mais uma visita de estudo, desta vez até à Gâmbia e ao Poceirão.

Fomos até à Herdade de Gâmbia, onde nos esperava o Eng.º Francisco Borba, que nos falou de forma sucinta e clara do seu monte, que é ocupado por montado de sobro, inclui também uma área de pinhal manso, produz também carne de bovino, leite de ovelha e uvas que dão origem aos vinhos Herdade de Gâmbia. Aqui podem observar-se uma grande variedade de espécies de aves (pato real, garça vermelha, flamingos, águia sapeira e pernilongos).

O que nos levou principalmente a esta visita foi o Montado de Sobro, a extracção e exploração de cortiça.

O Monte da Herdade de Gâmbia existe desde 1917, é uma empresa familiar, que desenvolve uma atividade agroflorestal e pecuária, sendo, no entanto a fileira florestal aquela que mereceu maior atenção, dadas as características do seu enquadramento do ponto de vista de localização, solo e clima. Tem uma área de cerca de 600 hectares, integrada na sua totalidade na Reserva Natural do Estuário do Sado. Está estabilizada num ordenamento que engloba o montado de sobro, pinhal manso, vinha e dois efetivos pecuários de bovinos e ovinos.

Montado de Sobro:

·         Idade superior a 100 anos (ocupa 317 ha);

·         Condução do solo: silvo-pastorícia com ovinos (70%) e bovinos (30%);

·         Permanência dos bovinos nunca superior 2 semanas / ano em cada folha;

·         Ausência de podas desde 1956;

·         Eliminação anual de árvores caducas e improdutivas;

·         Extracção de cortiça a “pau batido”;

·         Rotações de 10 anos;

·         Controlo do mato com corta-mato;

·         Utilização de grade de discos apenas nos aceiros, e em sementeiras de leguminosas, com intervalos nunca inferiores a 5 anos.

Em final de julho / princípio de agosto procede-se à extracção da cortiça e por motivos de uma eficaz gestão florestal o montado de sobro está seccionado, de modo a existirem cinco extracções em cada ciclo de nove anos.

Este Montado de Sobro é um dos 14 santuários mundiais da Biodiversidade.

A distribuição do Sobreiro em Portugal está distribuída principalmente pela região do sudoeste Alentejano e algum na região do Algarve.

Dos valores ambientais relevantes e para além dos que são comuns às florestas em geral, destaca-se, ainda, o facto de assegurar uma diversidade biológica muito rica, pelas excelentes condições de abrigo, ensombramento, suporte alimentar e habitat para a flora e fauna silvestre, e que é considerada uma das mais ricas da Europa.

Impacto Ambiental:

Fatores internos: fertilizações; tratamentos fitossanitários; produção de dejetos

Fatores externos: pressão demográfica; transito; despejos de lixo; poluição industrial (atmosférica e efluentes)

Flora: as camadas de subcoberto de mato e arbustos são caracterizadas pelo urze, tojo, giesta das vassouras, alfazema murta assim como medronheiro e a esteva.

As áreas de pastagem natural dos montados são muito ricas em diversas espécies de plantas. Registou-se 135 espécies / m². A maioria destas plantas são anuais, ou seja, crescem, vivem, produzem semente e morrem no período de um ano.

Portugal é líder mundial na produção de cortiça, (± 90.000 ton, correspondendo a 47,11%.), quer em qualidade quer em quantidade, o primeiro transformador e o primeiro exportador.

Possui a maior área do mundo de montado de sobro, mais de 730 mil ha (34% do total), e produz anualmente entre 100 e 120 mil ton de cortiça (50% do total mundial).

É o maior exportador mundial de produtos transformados, com 63%, o que equivale a 846 milhões de euros.

As exportações portuguesas de cortiça representam:

2% das exportações de bens portugueses;

1,2% nas exportações totais;

Contribuem de forma significativa para o saldo da balança comercial com cerca de 720 milhões de euros.

Balanço social:

Em Portugal, o sobreiro e os sistemas florestais representam 9.000 postos de trabalho fabris directos;

 Milhares de postos de trabalho indirectos em atividades ligadas ao montado de sobro de uma importância incontornável: colheita de plantas medicinais e de cogumelos, produção de mel, produção de carvão, caça, pecuária, observação de aves e turismo;

Proporciona 20.000 postos de trabalho de maio a agosto na época de extracção da cortiça.

14 milhões de ton de CO2 / ano fixados pelo montado.

Destruição da floresta:

Aumento da temperatura;

Diminuição da precipitação;

Aumento da taxa de erosão do solo;

Aumento de frequência e do volume das cheias;

Diminuição da produtividade do solo;

Extinção de várias espécies;

Indisponibilidade de produtos florestais essenciais;

Desequilíbrio dos ecossistemas.

Desafios do séc. XXI – população – o condutor:

Minerais;

Produção de alimentos;

Conflitos / terrorismo;

Recursos hídricos;

Energia / segurança / abastecimento;

Saúde e desenvolvimento;

Ecossistemas;

Alterações climáticas;

A seguir a esta pequena explicação, fomos visitar o seu Montado de Sobro. Aí explicou-nos como fazem a extracção da cortiça e o que representam os números pintados nas árvores. Esses números representam o ano que foi extraída a cortiça.

Visita de Estudo a Sesimbra

Os alunos da Turma de Questões de Economia e Finanças, realizaram mais uma visita de estudo. O ponto de encontro foi na Unisseixal e às 9:30 h e lá partiram em direção a Sesimbra.

Tiveram um dia em cheio, deslocando-se ao Auditório Conde de Ferreira para a apresentação de uma Palestra com o tema “A Evolução da Pesca e seus impactos económicos no concelho de Sesimbra”. Foi nosso orador o Sr. Vereador José Polido, que nos falou e explicou de uma forma clara e concisa, a história de Sesimbra, a sua ligação ao mar desde os tempos remotos, a arte da pesca utilizada pelos pescadores e a indústria que foi surgindo ao longo dos anos.

O Sr. Vereador José Polido começou por dizer que a vila de Sesimbra abrange três freguesias, que a pesca é, sem dúvida, a matriz da vila e que faz parte da sua história, da sua identidade.

O Porto de Sesimbra abrange:

  • Serviços de Apoio Logístico e Administrativo (APSS / Doca Pesca / Polícia Marítima / Associações de Pesca)
  • Estaleiros navais
  • Oficinas Mecânicas
  • Postos de combustível
  • Stands, loja de venda de motores
  • Fábrica de gelo
  • Comerciantes de peixe
  • Armazém de Comerciantes e Armadores
  • Unidades de transformação – Artesanal Pesca
  • Empresas de Animação Turística – com atividades reconhecidas como turismo de natureza (passeios marítimo-turísticos, pesca turística, táxi fluvial ou marítimo, aluguer de embarcações)
  • Mergulho – a costa junto ao Cabo Espichel é um dos locais preferidos – 7 escolas
  • Marina do Clube Naval – explorada pelo Clube e com muitas atividades marítimo-turísticas ao longo do ano, tais como, vela, mergulho, pesca desportiva de alto mar e mais recentemente canoagem, surf, windsurf e skimboard.

A pesca profissional pode ser:

  • Local – a embarcação não excede os 9 m e não pode ir além das 6 milhas;
  • Costeira – a embarcação tem mais de 9 m e pesca entre as 9 e as 12 milhas

Foram mostrados alguns quadros/tabelas sobre “Embarcações registadas na Delegação Marítima de Sesimbra” outubro de 2014; sobre “Pescadores matriculados em Sesimbra de 1998 a 2009”; com o “Número de Pescadores matriculados” entre 2010 a 2016; sobre o “Ranking do pescado capturado e vendido nas lotas portuguesas nos anos de 2009 a 2016”. Destes quadros pode-se chegar às seguintes conclusões, entre 1998 e 2001 houve uma grande queda nos pescadores matriculados e só a partir de 2003 aumenta; a pesca do cerco entre 1999 e 2000 diminuiu muito, aumentando muito no ano seguinte; pesca do arrasto também diminuiu muito, assim como a pesca do atum.

Foram também mostrados os quadros sobre “Dez espécies com maior captura em 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 na Lota de Sesimbra”, que se concluiu, a captura de pescado na lota de Matosinhos tem vindo a diminuir, mas as vendas na de Peniche tem vindo a aumentar, devido à venda de peixe mais nobre. Entre 2013 e 2015 Sesimbra captou mais quantidade de pescado, mas foi Peniche quem mais lucrou, embora tenha captado menos quantidade de pescado. Na lota de Sesimbra entre 2012 e 2016, a cavala foi o peixe mais capturado, mas o pescado que mais lucro deu foi o peixe-espada preto.

Analisou o quadro referente às “Licenças do PNA – Pescas” entre 2006 e 2014 e chegou à conclusão que tem vindo a diminuir os números de embarcações, de licenças, de toneira, de tresmalho, de emalhar, de covos e de palangre.

Existem vários tipos de artes de pescas, que são:

Aparelho – constituída por um conjunto de cabos e linhas, ao longo das quais são fixados os anzóis com isco para atrair os peixes. A pesca é feita com o barco em andamento, a fim de largar o aparelho para o fundo, a partir de um ponto até outro, em linha reta ou enviesado.

No início e no fim da arte são colocadas bóias de sinalização à superfície, atadas ao cabo que leva a caçada para o fundo com o apoio de pedregulhos, de modo a que fique no local pretendido.

Redes – de forma rectangular, largada por uma embarcação em movimento, ela fica suspensa verticalmente devido a bóias no cabo superior, e ao cabo com chumbo, na parte inferior. As redes podem ter alturas diferentes e ficam assentes no fundo com âncoras ou pedras em cada uma das extremidades.

Pesca aos chocos e lulas – é feita com radar e toneira, ou piteira, pequenas peças em chumbo, em formato fusiforme, forradas em plástico ou com linha de algodão. Cada uma tem uma coroa de alfinetes numa extremidade para capturar os cefalópodes e, na ponta oposta, um pequeno orifício para prender a linha, ou “pita”, que se eleva até à mão do pescador, à superfície.

Xávega – Na vila de Sesimbra é conhecida por “artes do Caneiro”, por ter sido tradicionalmente usada na zona da baía com esse nome, cujo fundo arenoso lhe é favorável e permite o arrasto sem que as redes fiquem presas no fundo. Possui um saco de rede, cuja boca se prolonga para um e outro lado, ao longo de extensas mangas ou alares de rede, diminuindo a sua altura para as extremidades cujo comprimento é, em média, de cerca de seis vezes o comprimento total do saco.

Pode assumir duas modalidades: de arrastar para terra, o barco que transporta a rede sai de um local específico na praia, onde fica fixo um dos cabos da rede e, num movimento circular, deixa-a ao largo, trazendo então para terra o outro cabo; ou de arrastar para bordo, as redes são aladas para dentro dos barcos que as levavam para o mar.

Covos – é uma armadilha dirigida essencialmente à captura de polvo, trata-se de um tipo de pesca que ocorre fundamentalmente em zonas rochosas, a profundidades não muito altas. Pode ter vários tamanhos e formas, e tem geralmente um orifício para entrada dos polvos, e uma bolsa que serve para colocar o isco. Os covos são colocados na água presos a um cabo com algumas centenas de metros de comprimento, e estão separados entre si por cerca de dez metros, formando uma caçada. Para além do polvo, apanham diversos peixes e crustáceos com grande valor comercial, nomeadamente navalheiras, lagostins, lagostas, santolas e lavagantes.

Cerco – é um tipo de aparelho para pescar cercando o cardume de peixes; basicamente uma rede de emalhar que possui argolas na linha de fundo, por onde passa um cabo que permite fechar a rede por baixo, formando um saco onde o peixe fica retido. Dirigida essencialmente a pequenos pelágicos, como a sardinha, cavala ou carapau, a arte das cercadoras, ou traineiras, consiste numa pesca em que a rede é largada no mar em forma de cerco, suspensa à superfície por boias e mantidas verticalmente pelo cabo com chumbo, onde também se fixam as argolas através das quais passa outro cabo que, manobrado de bordo, fecha a rede por baixo. Lançada a rede, o bote, pequena embarcação auxiliar, fica com uma das pontas a que está ligado o saco, enquanto a traineira manobra em jeito de fazer o cerco, envolvendo o cardume. Depois de concluído o cerco, a rede é içada para bordo com apoio de um guincho.

Na Lagos de Albufeira, existe a apanha de bivalves e miticultura, que é o cultivo industrial do mexilhão, usualmente com recurso a viveiros flutuantes ancorados em águas costeiras. A manutenção da atividade obriga a uma vigilância atenta do estado da barra de maré e a intervenções de reabertura, a fim de minimizar os impactos económicos. Esta atividade modifica os padrões texturais dos sedimentos de fundo, por adição de partículas biogénicas mais grosseiras, carbonatadas.

Sendo Sesimbra uma vila muito ligada ao mar, a pesca tem um impacto económico no seu Concelho muito grande, assim como na restauração, na hotelaria (principalmente nos meses de verão), no artesanato e nos mercados locais de peixe e peixarias.

A Câmara Municipal de Sesimbra desenvolve ao longo do ano várias atividades e algumas com um grande sucesso, tais como:

  • Comemorações do Dia do Pescador – 31 de maio;
  • Semana Gastronómica de Peixe-espada Preto (31 de maio a 4 de junho);
  • Semana Gastronómica da Cavala e do Carapau;
  • Show Cooking e Merchandising;
  • Comemorações do Dia Nacional do Mar – 16 de novembro;
  • Cabaz do Peixe – tem sido um grande sucesso;
  • Sesimbra é Peixe – slogan.

A seguir a esta ilustre apresentação, alguns colegas fizeram algumas perguntas, a que o Sr. Vereador respondeu com toda a sua clareza.

Tirámos uma fotografia de grupo à entrada do Auditório Conde de Ferreira, de seguida dirigimo-nos para o restaurante “Toca do Leão”, onde tivemos como entrada queijo da Azóia, camarão cozido e salada de polvo, comemos o tradicional peixe-espada preto, dourada ou robalo grelhado acompanhado de salada mista, batata, cenoura e legumes cozidos, sobremesa uma variedade de doces e depois um café.

Da parte da tarde fomos visitar o Museu Marítimo de Sesimbra, que está dividido por temáticas. Fomos acompanhados pelo Sr. Henrique Rodrigues, que nos foi explicando o que podíamos ver em cada sala.

Primeiro dirigimo-nos à sala Desde o Princípio, para vermos um filme a 3D. Este filme mostra a formação do território, a presença de dinossauros, a vila no tempo dos romanos, a famosa batalha de 1602 ou a Capela do Espírito Santo e o Hospital Medieval em pleno funcionamento.

De seguida fomos à sala onde existe o Parque Marinho Luiz Saldanha, um aquário interativo e virtual que convida os visitantes a identificarem as espécies marinhas mais representativas, com um leve toque na tela surge um quadro com informação sobre cada espécie.

A Casa do Governador da Fortaleza recebe uma exposição sobre o rei D. Carlos, centrada sobretudo nos seus vastos estudos sobre o mar e sobre as suas campanhas nos mares de Sesimbra.

Na sala a Viagem, estão expostos os primeiros equipamentos de navegação e engenho dos pescadores para se orientarem em mar alto. Também respondem às perguntas, Como viajavam os pescadores, quais os recursos que tinham à sua disposição e até onde iam?

Na Sala da Comunidade, demonstra a ligação estreita entre a pesca e o mar. Apresenta quatro áreas de atividade que foram muito relevantes para a história: pesca desportiva, apanha de algas, marcenaria e indústria conserveira. Está em exposição a famosa cadeira de pesca ao espadarte, um compressor hidráulico de bordo e regulador usado na apanha de algas, o torno de pedal, e, por fim, uma série de peças ligadas à indústria conserveira, que teve enorme relevo na economia local.

Na sala, Memória e Devoção, estão representadas as devoções marinheiras e marítimas, tais como o Senhor Jesus das Chagas, Nossa Senhora do Cabo e Nossa Senhora da Boa Viagem, ofertas que eram dedicadas a um santo como agradecimento de um milagre, normalmente associado a um salvamento, ou a boas pescarias.

A sala da Arte dá a conhecer as várias artes de pesca, tanto de redes como de anzol, a arte de excelência em Sesimbra. Uma aiola em construção, em tamanho real, assim como textos, fotografias e vídeos de grande relevância documental. As principais artes de pesca praticadas em Sesimbra ao longo dos tempos é feita uma abordagem às artes de redes, onde marcam presença a popular “chincha” ou xávega, a sacada e as armações à valenciana e às artes de anzol, que representam a pesca de excelência de Sesimbra, e onde a técnica do palangre, que se continua a usar atualmente, sobretudo na pesca do peixe-espada preto. A pesca desportiva ao espadarte, atividade que teve enorme relevância nos anos 50 e contribuiu para dar a conhecer Sesimbra ao mundo.

Na Sala da Memória, uma mesa iterativa (touch screen) possibilita a consulta de duas bases de dados documentais com registo dos pescadores sesimbrenses desde finais do século XIX, assim como o registo de embarcações sesimbrenses a partir do início do século XX.

Depois de visitarmos estas salas do museu, tiramos uma fotografia do grupo nas escadas da Fortaleza.

Dirigimo-nos para os carros para irmos até ao Zambujal para visitarmos a MECOMAR – Centro de Depuração de bivalves.

O representante desta empresa explicou-nos de forma clara o que faziam aos bivalves que entravam. O mexilhão, a ameijoa, o berbigão, os percebes, os búzios, os canivetes são comprados, onde são catalogados. Sofrem uma primeira lavagem, depois são depositados em tanques (34 com 250 Kg de capacidade) com água sempre corrente para depositarem toda a areia, durante 24 h, depois são escolhidos por tamanho, sacados, embalados com as características do produto e postos à venda.

As intoxicações alimentares devidas à ingestão de moluscos bivalves são relativamente frequentes e podem ser devidas a contaminação por microrganismos patogénicos (bactérias, vírus) que proliferam nas águas costeiras. As fortes descargas de esgotos urbanos e de explorações agropecuárias que transportam continuamente matéria orgânica e, ainda, a baixa salinidade são os principais fatores responsáveis pela proliferação daqueles microrganismos. Outra causa de toxicidade deve-se à presença nos bivalves de biotoxinas provenientes de microalgas tóxicas que são ingeridas no processo de alimentação por filtração.

Também nos explicou que não há tempo limite de reserva para o marisco; que depois de depurado o marisco pode durar até 8 dias, mas tem que estar vivo; deve-se conservar no frigorífico entre 2 a 5º C, mas nunca dentro de água; o mariscador tem que deixar uma fatura com todas as indicações do produto; a análise ao marisco é feito por um laboratório pago por eles; há produto que não aguenta depuração, e as análises às vezes demoram mais tempo que o resultado final, por isso às vezes o marisco é vendido sem se saber os resultados.

Depois destas explicações fomos ver a empresa que estava em funcionamento, onde podemos ver os bivalves nos tanques, os homens a escolher o marisco, a embalagem e o seu armazenamento.

Texto escrito por Odette Pugliese, reportagem fotográfica de Odette Pugliese e Carlos Guerreiro

A turma de Economia visita Sesimbra

A Economia como Desporto de Combate

No âmbito do programa de atividades da disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma aula aberta no dia 22 de fevereiro de 2017, com uma palestra proferida pelo Professor Doutor Ricardo Paes Mamede, subordinada ao tema “A Economia como Desporto de Combate”.

O Auditório da Junta de Freguesia de Amora, foi pequeno para receber tão grande afluência de alunos que quiseram assistir à palestra, tal a pertinência e o interesse despertado pelo tema. Houve alunos que tiveram que ficar em pé, pois já não havia cadeiras vagas.

O palestrante, o professor Dr. Ricardo Paes Mamede, que devido a ser uma pessoa conhecida dos alunos, pelos trabalhos já publicados e realizar debates na televisão, consegue despertar o interesse dos alunos. Tem também uma linguagem clara, sucinta e ligeira que capta a atenção/interesse dos alunos.

O Sr. Presidente da Casa do Educador, Dr. Tomás Bento agradeceu a presença do orador em nome da Unisseixal e o professor Dr. Luís Lapa fez uma breve apresentação pessoal.

O prof. Dr. Ricardo Paes Mamede disse que tinha divulgado no Facebook a sua vinda à Junta de Freguesia de Amora e que tinha um blogue chamado “Ladrões de Bicicletas”, e que participava num programa semanal na RTP3, onde debatia com outros economistas temas económicos da atualidade. Falam sobre diversas questões económicas da atualidade, os textos dão uma ideia bastante clara; comentam a atualidade; foi ótimo para os economistas que passaram a ver de outra maneira a economia e o público em geral também; qual o papel do estado e dos economistas; fatores muito mais relevantes para explicar a nossa crise; andamos todos a viver acima das possibilidades; muitos países em vez de diminuírem a dívida do PIB aumentaram; quando não há investimento não há progresso; não há procura interna nem externa; ideias de como as pessoas pensam como a economia funciona e em economia há coisas que são taxativas.

Depois desta breve introdução o professor Dr. Ricardo Paes Mamede falou sobre o seu novo livro, focando seis ideias correntes sobre economia.

  1. A produtividade em Portugal aumentaria se trabalhássemos mais e melhor. (temos um problema de baixa produtividade)
  2. O aumento do salário mínimo e dos direitos laborais reduz a criação de emprego.
  3. Se os salários baixarem as exportações crescerão.
  4. Se conseguirmos exportar mais ficamos mais ricos.
  5. Se o estado poupar a dívida pública desce.
  6. A única forma de fazer descer a dívida pública é o estado ter menos despesas do que receitas. (um colega disse «trabalho com muitos e comer com poucos»)

Estas ideias estão erradas e gostava de as desconstruir, são ideias intuitivas e os economistas vêm como um todo.

A seguir apresentou algumas convicções sobre as quais devemos pensar com cuidado.

  1. A produtividade em Portugal aumentaria se trabalhássemos mais e melhor.
  2. O aumento do salário mínimo e dos direitos laborais reduz a criação de emprego.
  3. Se os salários baixarem as exportações crescerão (salários representam 1/3 das empresas; margem de lucro não é constante; estarmos a aumentar a margem de lucro e não a aumentar as exportações).
  4. Se conseguirmos exportar mais ficamos mais ricos (o nosso problema não é a dívida interna, mas a externa; o valor acrescentado geralmente não fica em Portugal).
  5. Se o estado poupar a dívida pública desce (quando o estado não está a injetar dinheiro, há menos emprego; se o estado poupar está a agravar a sua crise; os privados não investem para não perderem dinheiro).
  6. A única forma de fazer descer a dívida pública é o estado ter menos despesas do que receitas (o estado não precisa de ter saldo positivo; taxa de inflação seja suficientemente elevada; abater a dívida, consegue-se com um défice de 2,1%).

Após esta apresentação, o professor Dr. Ricardo Paes Mamede respondeu a algumas questões colocadas pelos alunos.

A primeira foi do colega Carlos Ferreira, “Saída do euro ou não?” e ainda “Vantagens ou inconvenientes”; do colega António Lara, “Como não previram esta situação de crise, homens e mulheres economistas?”, “Houve dolo nesta situação?”, “Vivemos debaixo da ditadura do défice”, “É possível sair desta crise?”; do colega José Monteiro, “As privatizações foram malfeitas?”.

O professor Dr. Luís Lapa respondeu a algumas perguntas lendo um excerto do livro.

O nosso orador respondeu às perguntas, dizendo que ninguém defende que devemos sair do euro; qualquer decisão unilateral tem custos muito elevados e nós não temos armamento para combater isso; há uma grande coesão nacional e um futuro incerto faz com que a população não aceitará medidas unilaterais; impactos da saída do euro dependeria dos termos dessa saída com os parceiros, aquilo que nos é pedido não é possível; para que Portugal pague a dívida é necessário que tenha nos próximos 20 anos um saldo de 2% e nos 10 anos um saldo de 2,5%; o problema do euro é um problema estrutural e temos que estar preparados; as políticas de austeridades não diminuíram a dívida, mas sim aumentaram, o que provou que foi uma má teoria económica; os mercados são insuficientes; a crise europeia existe e uma política de austeridade cria crises longas e profundas; cortando nas pensões e direitos laborais não leva a lado nenhum; havia instrumentos para parar a crise, mas não se fez nada e terminou com esta frase nunca percas a oportunidade de uma crise.

O Presidente da Casa do Educador, Dr. Tomás Bento, agradeceu mais uma vez a presença do Dr. Ricardo Paes Mamede, pela excelente e elucidativa conferência que nos proporcionou. O nosso professor Dr. Luís Lapa, na sua disciplina de “Questões de Economia e Finanças” está de parabéns por nos ter dado a oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos com estas palestras tão interessantes, que “obrigou” a que alguns alunos saíssem de casa só para assistir.

De seguida a turma de “Questões de Economia e Finanças” ofereceu um pequeno lanche aos colegas e convidados. A mesa foi pequena para tanta oferta.

Texto escrito e reportagem fotográfica de Odette Pugliese

Economia como desporto de combate

Porque devemos sair do €uro

No âmbito do programa de atividades da disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma aula aberta no dia 1 de Fevereiro, com uma palestra proferida pelo Professor Doutor João Ferreira do Amaral, subordinada ao tema “PORQUE DEVEMOS SAIR DO EURO”.
O Auditório da Unisseixal foi pequeno para receber tão grande afluência de alunos que quiseram assistir à palestra, tal a pertinência e o interesse despertado pelo tema. Estava completamente esgotado.
O Sr. Reitor Dr. António Pinto da Costa agradeceu a presença do orador em nome da Unisseixal, o professor Dr. Luís Lapa fez uma breve apresentação pessoal, a que o Dr. Ferreira do Amaral iniciou a palestra baseada no seu livro.
A sua palestra teve como base as condições para podermos e devermos sair do Euro; quais as condições que têm que estar reunidas para sairmos com sucesso; aponta os caminhos para um pós-Euro; a saída do Euro é a única solução para termos autonomia e como podemos ultrapassar a crise.
O nosso orador focou também sobre:
 a emissão monetária do Banco Central Europeu;
 a estabilidade do sistema financeiro;
 de como a Alemanha ganhou a maior economia, ficando a criar a moeda única, tendo
mais poder;
 a relação entre a Alemanha e a França – reunificação;
 convergências de interesses (neoliberais);
 a moeda única, instrumento do poder político, que é um projeto da direita;
 o euro não é emitido em Portugal, instrumento do poder político e política monetária;
 Banif, BES e Novo Banco, ficam reféns do Banco Central Europeu;
 Estado fica refém dos outros parceiros;
 crise 2007/2008, adotamos uma moeda forte que valorizou muito e cada vez mais;
 acumulamos uma dívida externa grande;
 tratado orçamental de 2013, não superior a 60% do PIB, reduzir a dívida pública em que
Portugal foi o primeiro país a votar este tratado;
Acabando a sua intervenção com a pergunta:
“Que futuro?”
Há interesses económicos, financeiros e políticos. Desfazer-se da zona euro é um problema
mundial e melhoria das comunicações unitárias. A saída beneficiada na zona euro seria
negociada no Tratado de Lisboa. Portugal não tem sustentabilidade dentro da zona euro.
A conferência terminou com um debate final, com os presentes a colocar questões a expressar os seus pontos de vista. De seguida seguiu-se uma série de perguntas de alguns alunos ou professores, a que o Dr. Ferreira do Amaral respondeu a cada um.
A primeira só podia do nosso colega José Monteiro, “O que vamos Fazer?”, depois seguiu-se o Professor Dr. Jaime Ribeiro, “Sermos obrigados a sair e continuarmos agarrados”; do colega João Gonçalves, “Sairmos à revelia, que consequências?”; do colega António Lara, “Traição dos Partidos Socialistas e Sociais Democráticos que se renderam ao neoliberalismo abandonando as políticas sociais”; da colega Maria José Morais, “Como ficamos com as exportações e importações?”; do colega Carlos Ferreira, “O pagamento da dívida, equivalência do euro com a nova moeda”; do professor Dr. José Bianchi, “Desvalorização cambial é benéfica?”, do colega José Morais, “Incompetência ou razões obscuras?” do colega António Mendes, “Saindo da moeda única, temos que estar sujeitos ao PEC?” e para terminar outra pergunta do colega José Monteiro, “De que vamos viver? A inflação estará melhor?”
O Reitor, Dr. António Pinto da Costa, agradeceu mais uma vez a presença do Dr. João Ferreira do Amaral, pela excelente e elucidativa conferência que nos proporcionou. O nosso professor Dr. Luís Lapa, na sua disciplina de “Questões de Economia e Finanças” está de parabéns por nos ter dado a oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos com estas palestras tão interessantes, que “obrigou” a que alguns alunos saíssem de casa só para assistir.
De seguida a turma de “Questões de Economia e Finanças” ofereceu um pequeno lanche aos colegas e convidados. A mesa foi pequena para tanta oferta.

Unisseixal Questões de Economia e Finanças Prof: Dr. Luís Lapa

Texto escrito e reportagem fotográfica de Odette Pugliese

Delegada de Turma: Odette Pugliese

Rostos atentos

Rostos pensativos

Porque devemos sair do €uro