Big Eye Smart Fishing

No dia 21 de fevereiro, na disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma Aula Aberta sobre “Big Eye Smart Fishing”, dada pelo Eng.º Pedro Araújo Manuel.

A aula começou com o professor Dr. Luís Lapa, a dar as boas vindas ao Eng.º Pedro e disse que esta empresa empreendedora era reconhecida como um projeto transformador e com um grande impacto na sustentabilidade do sector das pescas, melhorando a sustentabilidade do marisco através de tecnologias digitais, faz o rastreamento de peixe de placa a mar.

A seguir deu a palavra ao Eng.º Pedro que começou por dizer a “Big Eye Smart Fishing” era um produto de software desenvolvido pela BITCLIQ, sediada nas Caldas da Rainha, uma plataforma digital de gestão de frotas de pesca, que está a revolucionar a indústria da pesca sustentável à escala global. Este software, permite a gestão de frotas pesqueiras em tempo real, fornecendo uma visão 360º das operações realizadas no mar e em terra – foi apresentado na cidade de Vigo, em Espanha, no âmbito da edição 2017 da Conferência Mundial do Atum.

Numa altura em os consumidores manifestam uma crescente preocupação relativa ao consumo sustentável de pescado e à certificação da origem dos produtos marítimos, este sistema de gestão operacional fornece, através da rastreabilidade digital, total controlo sobre o nível de transparência dos fornecedores de peixe, localização e datas da apanha, entre outros detalhes de grande utilidade.

Gestão de frotas de pesca em tempo real através de Operações de Pesca Inteligentes –  em que o hardware e software de fácil utilização, apresenta todas as atividades de viagens de pesca e atividades em terra, de desembarque e desembarque de pesca, incluindo gravação de dados.

"A gestão da frota de pesca do alto mar é um grande desafio em relação aos locais remotos, falta de comunicações, viagens longas, grandes equipes e atividades pesqueiras intensivas".

Supervisão em tempo real – todos os indicadores de performance, painéis, fontes de dados e relatórios consolidados, permitem-lhe saber tudo sobre as operações da sua frota, como: peixe a bordo, custo/ tonelada, bycatch, incidentes da tripulação, consumos, posição da frota, ETA, entre outros.

Compra de peixe – transparência de ponta a ponta em que os compradores de peixe podem ser notificados automaticamente, trabalhando para garantir informações sem fraude e transparência da cadeia de suprimentos.

Rastreabilidade do peixe – garantir a sustentabilidade do peixe através da rastreabilidade do prato até ao mar.

Comprador – o peixe selvagem está a tornar-se escasso para satisfazer as demandas crescentes da humanidade e a pesca INN está a afetar a sustentabilidade dos oceanos e a reputação das marcas de frutos do mar, por isso os consumidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade dos frutos do mar, preço e qualidade e origem dos alimentos.

A embarcação está equipada com um computador, que através dos sensores, permite fazer a localização das lanchas, a captura do peixe, existindo maior transparência ao longo de todo o processo. Há uma maior ligação entre o entreposto e a cadeia de supermercados.

Solução tecnológica integrada desenvolvida desde 2014 e testada em vários projetos a nível global em operações de frutos do mar sob a supervisão de especialistas internacionais e parceiros da Europa, África, América do Norte e Ásia. Em 2016 ganhou vários prémios.

Visita ao Museu dos Faróis

Santa Neto é faroleiro “há mais de 20 anos”. O apelido diz mais sobre si, porque também o seu avô era faroleiro. “Sinto-me em casa”, explica ao receber-nos no Núcleo Museológico dos Faróis, em Paço D’ Arcos. Ele é um dos guias que faz as visitas gratuitas neste espaço.
No edifício de frente para o Tejo, situado na Direcção de Faróis, encontramos um espólio que conta a história dos faróis em Portugal.

Mal entramos numa das duas salas que compõem o museu, percebemos que todas as peças brilham como se fossem novas. “Estão restauradas” explica-nos o comandante Conceição Dias, oficial de relações públicas da Direcção de Faróis. Embora, hoje em dia, os vinte e oito faróis da costa portuguesa tenham sido modernizados, o sistema de assinalamento marítimo “continua a ter a mesma função que tinha”, indica o comandante Conceição Dias.
Esta luz que ilumina a costa portuguesa e que ajuda a guiar os homens do mar começou, contudo, com uma fogueira.

Logo na entrada do Núcleo Museológico, “começamos pelas primeiras luzes que existiram, que eram as fogueiras”, mostra-nos o faroleiro Santa Neto.
As fogueiras eram “normalmente acesas pelas esposas dos marinheiros quando eles se aventuravam no mar, para lhes indicar porto seguro. Este sistema de assinalamento marítimo durou vários séculos”, conta Santa Neto, que prossegue a visita organizada de forma cronológica. “Algumas embarcações ou navios, hoje, têm equipamentos tecnológicos como o GPS e necessitam menos dos faróis. Contudo, mesmo para esses, os faróis nunca falham. Constituem uma redundância para esses sistemas, que têm erros e que podem avariar”, nota o comandante Conceição Dias. Este Capitão de Fragata lembra, no entanto, que “existe uma comunidade muito grande e uma quantidade muito grande de pequenas embarcações que não têm esses sistemas de navegação e para quem os faróis continuam a ter a mesma função que tinham quando foram construídos”.

À medida que a visita avança, encontramos candeeiros de petróleo, usados para garantir a segurança dos homens do mar antes da energia eléctrica, e, mais à frente, várias ópticas. O faroleiro Santa Neto revela que “consoante o número de faces que cada aparelho óptico tinha, assim era a quantidade de relâmpagos que ele iria emitir”. A luz é uma espécie de “bilhete de identidade dos faróis”, diz Santa Neto, que, ao seu lado, tem uma das maiores ópticas expostas: “É uma ótica hiper-radiante e só existem cinco em todo o mundo.” Em Portugal, há uma ainda em funcionamento, no Farol de São Vicente, em Sagres.

“Devido à sua localização geográfica, o farol tem de ter um alcance luminoso suficientemente grande”, explica este neto de faroleiro, que mostra outra óptica com envergadura superior à da sua altura e que foi retirada do Farol das Berlengas em 1985.
A curiosidade em torno dos faróis portugueses é complementada na segunda sala deste núcleo museológico com um espaço dedicado às famílias dos faroleiros, às suas vivências e à vida dentro de um farol. Aqui, está também exposta a veia poética de alguns faroleiros, palavras em verso inscritas numa fotografia com o Farol do Bugio ao largo da barra do Tejo.

No exterior do Núcleo Museológico, está a ser restaurado o Farol de Sines que, em breve, poderá ser também visitado pelo público que entre nos muros da Direcção de Faróis.
Os 28 faróis nacionais receberam no último ano a visita de quase 74 mil pessoas. O mais procurado foi o da Ponta do Pargo, na Madeira. Os dados foram recentemente divulgados pela Autoridade Marítima, que tutela todo o sistema de assinalamento da costa nacional.

Texto e fotos de Glória Silva

MUSEU DOS FARÓIS - PAÇO D'ARCOS

Video da visita