Visita à Herdade da Gâmbia

Realizou-se no passado dia 4 de Maio mais uma visita de estudo no âmbito dos Estudos de Economia, integrado na disciplina Temas de Economia e Economia do Mar, ministrada pelo Professor Luís Lapa na Universidade Sénior do Seixal.

Saindo o autocarro às 8:30 horas, fomos em direção a Setúbal, onde desviámos para o estuário do Sado já a caminho de Alcácer do Sal, onde chegámos pelas 9:30 horas.

A visita teve início na exploração de aquicultura Neptune Pearl tendo o grupo sido recebido pela Eng. Célia Rodrigues. Na impossibilidade de nos deslocarmos de autocarro até à exploração, por causa das árvores que ladeiam o caminho, encontrou-se uma alternativa que foi a deslocação a uma exploração de outra entidade, também no estuário do rio Sado, onde a Eng. Célia nos explicou o processo de produção de douradas, robalos e solhas, tendo depois a explicação incidido essencialmente nas questões relacionadas com a criação de ostras e suas diversas espécies. Após a explicação exaustiva e muito interessante, foi-nos dado um workshop sobre a forma segura de abertura das ostras. Pena que não tenha havido uma prova geral!

Estando já na Herdade da Gâmbia, fomos recebidos pelo Eng. Francisco Moniz Borba, que fez uma apresentação da Herdade e dos cuidados de sustentabilidade que norteiam a produção das diversas espécies ali plantadas (sobreiro, pinheiro-bravo e pinheiro manso para além da vinha). Foi-nos também explicado que tendo o pinheiro-bravo sido em tempos atacado por nematódeo, foi decidido a sua substituição por pinheiro manso, imune ao verme. Seguiu-se um passeio a pé até ao montado, para nos apercebermos melhor sobre a extração da cortiça e os cuidados a ter para que haja sempre árvores novas em crescimento, para a substituição das mais antigas que vão morrendo.

Deslocámo-nos então para a zona de Vendas Novas onde almoçámos.

Após o excelente almoço, foi tempo de visitar a empresa Corkart, onde fomos recebidos por Ana Martins, Gestora de Marketing e outro colega da área comercial. Aqui fomos esclarecidos sobre o processo de transformação da cortiça. Foi-nos também proporcionada uma visita à fábrica, o que nos permitiu um contacto próximo com as várias fases de fabricação, desde a matéria-prima até ao produto final, de revestimentos e pavimentos.

Após esta última visita foi tempo de regressar a casa, tendo o autocarro chegado ao destino pelas 18:00 horas.

José Romão

Visita à Escola Naval

Base Naval do Alfeite

No dia 20 de abril de 2022, os alunos da turma de Temas de Economia e Economia do Mar, realizaram uma visita de estudo à Escola Naval do AlfeiteBase Naval de Lisboa, com o seu prof. Luís Lapa.

A procura por novos rendimentos obrigou os portugueses a enfrentar tempestades e monstros fabulosos, mas acima de tudo, o desconhecido, tendo permitido alargar o conhecimento dos homens, levando a humanidade para uma nova época – a dos Descobrimentos e do Renascimento.

Uma instituição com mais de 200 anos, pertencente a uma organização com quase quatro séculos de história, naturalmente que possui vários símbolos e tradições de toda a ordem, que marcam todos aqueles a que a ela pertencem ou já pertenceram.

À nossa espera estava o tenente Gonçalves Neves, professor de História na Escola Naval, que nos acompanhou durante toda a visita.

A visita teve várias partes: a primeira, foi aberta pelo Comandante da Escola Naval, o Contra-Almirante, Valentim Rodrigues, que explicou qual a importância da escola, sendo sobretudo, uma escola de mar, de valores e de tradições, ancorada no seu legado histórico e cultural e no vasto conhecimento acumulado, com os olhos postos no futuro, aberta à sociedade e acompanhando as suas transformações, procurando a modernidade e a inovação, e praticando um ensino rigoroso e exigente, fazendo jus ao lema que adotou do Infante, seu patrono. Depois o prof. Luís Lapa, fez uma breve introdução sobre as atividades e as funções da Unisseixal, na sociedade.

A segunda parte foi apresentada pelo tenente Gonçalves Neves que constou de uma breve introdução, seguido com um pequeno filme “A um Passo do Futuro”, que foca um dia dos alunos na escola.

O tenente Gonçalves Neves começou a sua apresentação focando quatro pontos:

- Introdução

- Ensino

- Investigação

- Sociedade civil

MISSÃO DA MARINHA

Desafios do mar:

Políticos, económicos, ambientais, culturais e securitários. ZEE (Zona Económica Exclusiva e corresponde à zona marítima que vai até 200 milhas da linha de costa e sobre a qual os respetivos Estados ribeirinhos possuem os direitos de exploração, conservação e administração de todos os seus recursos) – Autoridade, 1,7 milhões de Km2 – 19´ território, EPC – Soberania (A Transformação Digital na Marinha), 3,8 milhões Km2 - 42´ território e SAR – Busca e Salvamento, 5,8 milhões Km2 - 62´ território.

Funções:

Proteger e promover os interesses de Portugal no e através do Mar

- Dissuasão, defesa militar e apoio à política externa

- Segurança e autoridade do Estado

- Desenvolvimento económico, científico e cultural.

Missão: a formação dos oficiais da Marinha, mediante a realização de cursos e outras atividades complementares de ensino; promover a realização de investigação em áreas consideradas com interesse para a Marinha, as Forças Armadas ou a Defesa Nacional; assegurar a prestação de serviços à Marinha, às Forças Armadas e à comunidade em geral, através do desenvolvimento das suas atividades; promover o intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições nacionais e estrangeiras, numa perspetiva de mútuo interesse e valorização.​

Visão: A Escola de Mar de referência em Portugal

História da Escola Naval

Simulador de Navegação

A seguir vimos assistimos à apresentação de um pequeno filme que retrata como os alunos passam o seu dia na Escola Naval.

Depois desta explicação e da apresentação do filme, alguns colegas colocaram algumas perguntas, ao qual o tenente Gonçalves Neves respondeu de forma clara e esclarecedora.

A terceira parte foi visitarmos o “Simulador de Navegação”, para assistirmos à explicação do tenente comandante Vacas de Carvalho, que fez uma simulação da entrada de um navio em Lisboa. Salientou o demonstrar a possibilidade da utilização do Simulador de Navegação como ferramenta na formação académica e profissional na Escola Naval, conferindo-lhes as competências necessárias ao cumprimento das missões da Marinha. Por forma a validar, sustentar e auxiliar na prossecução dos objetivos desta investigação; as linhas de ação e recomendações propostas permitem maximizar a utilização do Simulador de Navegação como complemento à formação académica dos alunos da Escola Naval, tendo em vista o desempenho de funções como Oficiais de Quarto à Ponte a bordo dos navios da esquadra.

Ainda passamos pela ala de todos os comandantes da Escola Naval e visitamos o ginásio e as camaratas.

Neste recinto os alunos, encontram-se de manhã, para a formatura, para o içar da bandeira, ao almoço para a formatura e desfile, à tarde para o arraiar da bandeira e à noite para a última formatura.

Fomos recebidos pelo tenente Gonçalves Neves e acompanhados na visita pelo mesmo, que é uma pessoa extraordinária e vocacionada para tal função, pois explicou a história da Escola Naval, com uma subtileza e empenho que não vamos esquecer tão cedo, tornando a visita tão agradável e apelativa; assim como ao tenente comandante Vacas de Carvalho e um agradecimento muito especial ao Comandante da Escola Naval, o contra-Almirante Valentim Rodrigues, que se disponibilizou para fazer uma breve introdução à importância do mar, à missão da Escola Naval e qual a sua finalidade e também ao encerramento da nossa visita.

Texto escrito e reportagem fotográfica da aluna da turma

Odette Pugliese

Vinho e Vitivinicultura

Palestra sobre o tema “Vinho e Vitivinicultura”
com a colaboração de convidados especialistas na
matéria, pela turma “Temas Económicos e
Economia do Mar” do Prof. Luís Lapa

Visita ao Concelho de Cascais

A turma de Temas Económicos e Economia do Mar do Professor Luís Lapa, da Unisseixal, realizou no dia 9 de março de 2022, uma visita de estudo no âmbito da disciplina relacionada com o mar. Com três polos específicos, como destino, no concelho de Cascais, visitaríamos nomeadamente, o Museu do Mar, o Farol de Santa Marta e o Forte de São Jorge de Oitavos. Havia ainda uma visita programada à Casa de Santa Maria, junto ao Farol, só que, entretanto, entrou para obras e não pudemos concretizar esse objectivo.

Assim, para o efeito, às oito e meia da manhã, hora prevista para a partida, com um céu salpicado de nuvens, mas soalheiro, o autocarro, conduzido pelo senhor Chapa, saía da Amora rumo ao nosso destino, na margem norte do Tejo.

Pelo caminho, juntou-se o Professor Lapa e mais dois convidados seus e formámos assim um grupo de quarenta pessoas, onde se incluía também o Professor Alberto Jacob, responsável na Unisseixal pela disciplina Tudo é Economia.

Às dez horas já estávamos junto ao Parque Marechal Carmona. Fomos aqui recebidos por uma responsável do Museu do Mar e, ali mesmo, fomos divididos em dois grupos: uns foram encaminhados para o Farol e outros para o Museu de D. Carlos. Finda a visita ao museu que se prolongou por uma hora, houve uma troca de locais. Os alunos deste grupo dirigiram-se ao Farol e os do Farol foram visitar o museu.

Na visita guiada ao Museu do Mar fomos acompanhados pela prestimosa Dra. Eugénia Alves que, detalhadamente, percorreu os diversos espaços do museu. Na receção conta-nos a história do espaço que é ilustrada e complementada com fotos e vídeos ao dispor dos visitantes.

Depois passámos à sala da zona marinha onde tomámos conhecimento das várias espécies marinhas, com enfoque nos tubarões, um deles verdadeiro com cerca de um metro e que fora pescado pelo próprio Rei, também ele, como o pai D. Luís, um apaixonado pelo mar. Neste espaço encontramos ainda um osso gigante de um maxilar de uma baleia e ainda outras espécies marinhas como golfinhos, tartarugas, raias, atum e também várias espécies de aves, como o cagarro ou a tradicional gaivota, além de ser possível ouvir os sons que algumas destas espécies emitem para se expressar ou comunicar.

De seguida entramos no espaço dedicado às gentes do mar onde estão expostos os trajes, as redes e os artefactos da pesca. Depois a sala de navegação com os instrumentos associados e destaque para uma “carranca” exposta numa vitrine. Esta peça, proveniente de um naufrágio, encontrada nos achados do mar, era colocada na proa dos navios e não se sabe se representa um cão ou um lobo, mas, provavelmente, pertenceria a um navio pirata, tão estranha e ameaçadora é a figura representada. Neste piso terminamos numa sala onde se contam histórias de viagens importantes.

Subimos depois a uma espécie de corredor um pouco estreito onde, no conceito da origem da vida, encontramos vitrines com elementos fósseis, conchas, búzios, incrustações e outros diversos vestígios milenares.

Finda esta visita, somos levados para o Farol e aqui somos recebidos pela Dona Manuela Pereira. Funcionária da Câmara Municipal de Cascais que é a entidade que gere aquele edifício da Marinha, é com ela que é feita a apresentação do Farol de Santa Marta. E antes de subirmos os noventa degraus que nos levam ao topo do Farol, é possível ouvirmos a história desta estrutura e vermos, ali expostas, parte das lentes difusoras dos faróis, conhecer os seus alcances (até 70 km), assim como o tipo de luz que refletem e outros demais aspectos relacionados com a funcionalidade e evolução destes.

Sabemos que para efeitos de orientação e localização, na história dos faróis, tudo começa com fogueiras e depois os métodos foram evoluindo até aos processos que temos nos dias de hoje. Há ainda numa vitrine parte de um tipo de equipamento que se usava, no processo de preparação e depuração dos óleos que queimavam para as lamparinas, nos primeiros faróis.

Sabemos também que cada farol é diferente do outro ̶ como uma impressão digital ̶ assim como a luz que transmitem, a intermitência, a cor e até o sinal sonoro que emitem, em caso de nevoeiro.

A vista que se obtém do varandim no topo do Farol não está ao alcance de todos. A terceira idade não perdoa e alguns não têm coragem de subir até ele.

Dali veem-se os 360 graus do que a nossa vista alcança, mas o espaço estreito e pequeno restringe-se a um L que nos obriga a voltar para trás. A permanência que é curta (porque há gente à espera e só sobem seis pessoas de cada vez) só nos deixa tempo para umas fotos rápidas e nada mais.

A seguir encontramo-nos, os dois grupos, perto do autocarro estacionado junto ao parque, e estamos na hora do almoço. Aqui dispersamo-nos um pouco porque havia várias opções: uns optaram por fazerem piquenique com o farnel que levaram, outros pelos restaurantes ou por um snack rápido no café do Parque, ali mesmo.

Os que optaram pela zona de merendas do Parque, com os galos e galinhas que por ali proliferam a debicarem à sua volta, além de um lindo pavão, experienciaram não só o contacto direto e sempre recomendável com o verde do campo, mas também a relação bucólica com a Natureza envolvente que nos transmite o próprio Parque.

Neste ambiente de harmonia perfeita, sem as temidas ameaças de chuva, estenderam toalhas sobre as seis mesas existentes, expuseram os “géneros alimentícios”, os artefactos para comer e deliciaram-se (a custos reduzidos) com os seus “manjares”. Ao mesmo tempo construíram uma rara oportunidade de convívio e confraternização, neste contexto, o que foi muito divertido e agradável para todos, ainda com a possibilidade de partilharem a sandes ou o pastel, a fruta ou o pão com noz e passas. Muito bom.

“Merenda comida companhia desfeita”, acabámos o repasto todos juntos na esplanada do Parque a beber café.

A seguir dirigimo-nos ao autocarro para a visita da tarde, esta a cerca de quatro quilómetros dali, a caminho do Guincho. Do nosso lado esquerdo surgiu-nos então o Forte de São Jorge de Oitavos, com a bandeira portuguesa hasteada aos quatro ventos. Construído no século XVII serviu de prevenção a desembarques da armada espanhola com as embarcações que se dirigiam para entrar na barra do Tejo.

Nós, por outro lado, fomos recebidos pelas simpáticas funcionárias ali destacadas da CMC, Adelaide e Catarina, que tentaram explicar-nos, ao som das vagas alterosas vindas do mar ali ao lado, o funcionamento da bateria de quatro canhões instalados na esplanada do Forte.

Exemplificaram-nos os procedimentos de como se “armava”, um canhão e o tempo entre cada disparo (oito minutos). Estes eram municiados pela guarnição que era, em regra, composta por um cabo, três artilheiros e dezoito soldados.

Outro detalhe curioso que se destaca, ainda nesta zona da esplanada, é a existência de uma “latrina”, com descarga direta para o mar, em baixo.

Percorremos depois as instalações do pequeno Forte com destaque para o paiol, hoje uma sala onde se encontram, sobretudo, uniformes e artefactos de ataque e defesa.

Encontramos também um depósito de madeira, em forma de bidon, onde se guardava a pólvora. O pavimento é, em parte, ainda o original que é inclinado e cujo objectivo era o escoamento de eventuais águas. Em outras salas podem ver-se várias imagens explicativas cobrindo as paredes, como a sinalética praticada na época, além de outras curiosidades.

Nas despedidas, no exterior, tiraram-se as fotos da praxe e agradecemos às senhoras toda a disponibilidade demonstrada. Aliás, estes agradecimentos foram extensivos a todas as entidades que nos receberam nos respetivos locais, quer no museu, quer no Farol com a entrega das respetivas credenciais, necessárias para as visitas, fornecidas pela Unisseixal.

De regresso ao Seixal e como “bónus” do professor Lapa por não termos podido visitar a Casa de Santa Maria (e nos termos portado bem), pudemos dar um pequeno salto à Boca do Inferno. Ali chegados, fomos confrontados, no entanto, com o facto de estar interditado aos visitantes, vedado por um portão fechado com uma corrente presa a um cadeado, o acesso para a zona inferior junto ao mar.

Saídos dali a restante viagem foi rápida, porque não havia muito trânsito, e antes das cinco horas estávamos na Amora a descer do verde autocarro do Monchapa.

texto: Carlos Pereira (DT)

Museu do Mar

Aula Aberta-Autoridade Marítima

Temas Económicos e Economia do Mar

A turma de Temas Económicos e Economia do Mar do Professor Luís Lapa realizou, esta tarde, no Auditório do novo edifício da Unisseixal, no Fogueteiro, uma aula aberta sob o tema “O que é a autoridade marítima?”

Para o efeito, o professor Lapa convidou o Comandante e Capitão de Mar e Guerra, Jorge Silva Paulo, que a partir de uma projeção em PowerPoint iria dissertar sobre esta questão. Após a introdução do convidado pela senhora Reitora da Unisseixal que agradeceu a sua presença e a leitura do vasto e diversificado currículo do orador pelo professor Lapa, tomou a palavra o nosso ilustre convidado, doutorado em Políticas Públicas pelo ISCTE.

Na sala auditório, praticamente lotada, onde se juntaram alunos da turma de Questões Ambientais da professora Mariana Mareco, assistiu-se, com elevado interesse, à referida conferência que após quase uma hora deu lugar a perguntas e respostas por parte dos alunos presentes.

Esta temática que envolve todas as políticas relacionadas com o mar, revelou-nos, à partida, na sua descrição, uma complexidade de organismos militares e do Estado que de uma forma concertada, ou não, respondem às várias questões que o mar implica, sobretudo num país tão virado a um tão vasto oceano como Portugal está.

A autoridade marítima é a entidade máxima de coordenação das operações executadas pela marinha, pela Direção-geral da Autoridade Marítima (DGAM) e pelo Comando Geral da Polícia Marítima (CGPM) sendo a responsável nos espaços de domínio público e marítimos na jurisdição nacional, por estas actividades.

Todavia, aquilo que realçamos é que há um infindável número de entidades e organismos que esta Autoridade Marítima supervisiona.

Sendo o seu âmbito de acção tão vasto, desde a Escola que promove o conhecimento e a formação técnico profissional, à Polícia Militar, às Capitanias, ao ISN, aos Faróis, ao combate à poluição, à Segurança e Fiscalização, etc. provavelmente justificar-se-á esta panóplia de entidades relacionadas com esta problemática do mar.

A aula aberta terminou, cerca de duas horas depois, com um forte e caloroso aplauso e nossos reiterados agradecimentos ao palestrante que, ainda antes, fizera questão de ilustrar o momento da sua presença na Unisseixal com uma foto de grupo no meio da assistência presente.

O senhor Comandante Jorge Silva Paulo teve ainda a amabilidade de oferecer à biblioteca da Universidade Sénior do Seixal, na pessoa do professor Luís Lapa, dois livros de sua autoria, nomeadamente, “A Autoridade Marítima Nacional” e “A Autoridade do Estado do Mar”.

E conclui-se assim neste ambiente de confraternização e amizade mais uma tarde em que ficámos todos a saber um pouco mais sobre a realidade do nosso mar e como nos organizamos e equilibramos nesta onda gigante sem perdermos a identidade da nossa autoridade.

Carlos Pereira DT

Visita de Estudo à região de Palmela

Como alunos da Unisseixal, agora em novas instalações, e no âmbito da disciplina de Temas Económicos e Economia do Mar da Universidade Sénior do Seixal, superiormente administrada pelo Professor Luís Lapa, fizemos hoje, 10 de Novembro de 2021, a nossa primeira aula no exterior, com saída para uma visita de estudo programada, ao Concelho de Palmela.

A comitiva, (muito jovem), composta por 30 elementos, incluindo alunos, amigos e professor, distribuídos por sete automóveis, encontrou-se como previsto no programa, elaborado pelo professor, pelas 09:00H na área de serviço de Pamela, na A2. O clima estava excelente de um verão de São Martinho, com sol e céu azul, portanto, óptimo para o que nos propúnhamos fazer.

No programa constava de que pelas 09:30H haveria uma Receção e acolhimento no edifício Casa Mãe da Rota de Vinhos, em Palmela, seguida de uma palestra de apresentação e caracterização do sector vinícola. Àquela hora, éramos recebidos, simpaticamente, pela responsável Fátima Silva, técnica de marketing daquela instituição.

A palestra proferida pelo Vereador da Câmara Municipal de Palmela Luís Miguel Calha, membro da Assembleia Geral da Rota dos Vinhos da Península de Setúbal, começou pouco depois, no piso superior do edifício, em local muito aprazível com mesas e cadeiras, mas pouco adequado àquele evento.

A dispersão dos presentes por aquele espaço tipo varandim, pouco acústico, não ajudou muito à compreensão de tudo o que foi dito. No entanto, os presentes tentaram seguir com especial atenção a dissertação do palestrante.

Houve espaço a perguntas e respostas e o evento durou pouco mais de meia hora.

No fim fomos agraciados com um Moscatel de Honra (Cortesia Rota de Vinhos da Península) e um saquinho de celofane com bolachas típicas da região. À saída houve ainda quem aproveitasse para comprar algumas garrafas de vinho e/ou de moscatel. Do programa constava que às 11:00H havia uma visita guiada à Adega da Quinta do Piloto, no sopé da Serra do Louro, em Palmela, que incluiria uma Prova de vinhos que, inexplicavelmente, não houve.

Recebidos à hora prevista pela anfitriã Rita Loução, percorremos então os pequenos espaços de depósito e guarda do Moscatel e do Vinho com uma explicação sumária dos processos de fabrico e maturação.  Visitámos ainda uma pequena sala onde encontramos quadros com as fotos do fundador Humberto da Silva Cardoso e de seus sucessores, nomeadamente uma pintura do neto Filipe Cardoso, o actual enólogo da casa, ouvindo ainda uma história sobre como tudo começou; mantendo-se hoje a quinta do Piloto como propriedade de família.

Concluído o programa da manhã, a seguir rumámos ao local de almoço, Algeruz, uma Quinta do primo do professor, local onde já várias vezes foi usado pelas turmas de Economia e que nos é disponibilizado para o efeito. Uns já o conhecem e para os outros é uma boa e agradável surpresa.

A gente da casa prepara os grelhadores e o lume. Os alunos levam os mantimentos e confeccionam as saladas. Outros vão compondo as mesas. Há pão queijo, azeitonas, vinho e a refeição inicia-se num ambiente muito saudável, com alguns constrangimentos de máscaras que se tiram e colocam. No fim até a loiça é lavada por alguns. Escusado será dizer que deste grupo há sempre os que trabalham em prol da turma e aqueles que se sentam à espera que a refeição lhes chegue à mesa…  Entretanto aqueles já se haviam disponibilizado também para comprar carnes, batatas, bebidas, pão, castanhas, pratos, copos, etc. para que nada falhasse. E não falhou.

Destaque ainda para aqueles que, por sua conta, nos presentearam com bolos e pasteis, nomeadamente, a nossa colega e sub-delegada Lúcia Peres.  (Obrigado a todos, digo eu).

Depois do almoço houve leitura, por alguns alunos, de poesia versando “o vinho” tratando-se este da temática da aula de hoje. Alguns outros alunos “botaram a palavra” e, por fim, o professor fez o seu habitual discurso onde incluiu um especial agradecimento aos donos da casa e também o apoio que lhe tem sido dado, assim como um agradecimento à presença de todos.

O fim dos trabalhos ocorreu por volta das cinco da tarde com as despedidas de todos num ambiente de muita satisfação porque tudo correra muito bem, na perfeição, quer no cumprimento de horários quer na postura de todos, o que se realça aqui com agrado.

O delegado de turma

Carlos Pereira

Professor Luís Lapa; alunos: Alda Ramalheira, Amélia Vila Verde, António Lara Cardoso, António Morais Mendes, Arlindo Vila Verde, Carlos Pereira, Célia Teixeira, Elsa Prazeres, Isabel Ventura, João Ventura, José Morais, José Monteiro, José Teixeira, José Vieira, José Romão, Lúcia Peres, Maria Clarisse Marques, Maria do Céu Labrincha, Maria Isabel Louzada, Maria Isabel Luz, Maria Joaquina Pereira, Maria José Bento, Maria Victória Miguel, Raul Coelho, Odete Vieira.

Big Eye Smart Fishing

No dia 21 de fevereiro, na disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma Aula Aberta sobre “Big Eye Smart Fishing”, dada pelo Eng.º Pedro Araújo Manuel.

A aula começou com o professor Dr. Luís Lapa, a dar as boas vindas ao Eng.º Pedro e disse que esta empresa empreendedora era reconhecida como um projeto transformador e com um grande impacto na sustentabilidade do sector das pescas, melhorando a sustentabilidade do marisco através de tecnologias digitais, faz o rastreamento de peixe de placa a mar.

A seguir deu a palavra ao Eng.º Pedro que começou por dizer a “Big Eye Smart Fishing” era um produto de software desenvolvido pela BITCLIQ, sediada nas Caldas da Rainha, uma plataforma digital de gestão de frotas de pesca, que está a revolucionar a indústria da pesca sustentável à escala global. Este software, permite a gestão de frotas pesqueiras em tempo real, fornecendo uma visão 360º das operações realizadas no mar e em terra – foi apresentado na cidade de Vigo, em Espanha, no âmbito da edição 2017 da Conferência Mundial do Atum.

Numa altura em os consumidores manifestam uma crescente preocupação relativa ao consumo sustentável de pescado e à certificação da origem dos produtos marítimos, este sistema de gestão operacional fornece, através da rastreabilidade digital, total controlo sobre o nível de transparência dos fornecedores de peixe, localização e datas da apanha, entre outros detalhes de grande utilidade.

Gestão de frotas de pesca em tempo real através de Operações de Pesca Inteligentes –  em que o hardware e software de fácil utilização, apresenta todas as atividades de viagens de pesca e atividades em terra, de desembarque e desembarque de pesca, incluindo gravação de dados.

"A gestão da frota de pesca do alto mar é um grande desafio em relação aos locais remotos, falta de comunicações, viagens longas, grandes equipes e atividades pesqueiras intensivas".

Supervisão em tempo real – todos os indicadores de performance, painéis, fontes de dados e relatórios consolidados, permitem-lhe saber tudo sobre as operações da sua frota, como: peixe a bordo, custo/ tonelada, bycatch, incidentes da tripulação, consumos, posição da frota, ETA, entre outros.

Compra de peixe – transparência de ponta a ponta em que os compradores de peixe podem ser notificados automaticamente, trabalhando para garantir informações sem fraude e transparência da cadeia de suprimentos.

Rastreabilidade do peixe – garantir a sustentabilidade do peixe através da rastreabilidade do prato até ao mar.

Comprador – o peixe selvagem está a tornar-se escasso para satisfazer as demandas crescentes da humanidade e a pesca INN está a afetar a sustentabilidade dos oceanos e a reputação das marcas de frutos do mar, por isso os consumidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade dos frutos do mar, preço e qualidade e origem dos alimentos.

A embarcação está equipada com um computador, que através dos sensores, permite fazer a localização das lanchas, a captura do peixe, existindo maior transparência ao longo de todo o processo. Há uma maior ligação entre o entreposto e a cadeia de supermercados.

Solução tecnológica integrada desenvolvida desde 2014 e testada em vários projetos a nível global em operações de frutos do mar sob a supervisão de especialistas internacionais e parceiros da Europa, África, América do Norte e Ásia. Em 2016 ganhou vários prémios.

Visita ao Museu dos Faróis

Santa Neto é faroleiro “há mais de 20 anos”. O apelido diz mais sobre si, porque também o seu avô era faroleiro. “Sinto-me em casa”, explica ao receber-nos no Núcleo Museológico dos Faróis, em Paço D’ Arcos. Ele é um dos guias que faz as visitas gratuitas neste espaço.
No edifício de frente para o Tejo, situado na Direcção de Faróis, encontramos um espólio que conta a história dos faróis em Portugal.

Mal entramos numa das duas salas que compõem o museu, percebemos que todas as peças brilham como se fossem novas. “Estão restauradas” explica-nos o comandante Conceição Dias, oficial de relações públicas da Direcção de Faróis. Embora, hoje em dia, os vinte e oito faróis da costa portuguesa tenham sido modernizados, o sistema de assinalamento marítimo “continua a ter a mesma função que tinha”, indica o comandante Conceição Dias.
Esta luz que ilumina a costa portuguesa e que ajuda a guiar os homens do mar começou, contudo, com uma fogueira.

Logo na entrada do Núcleo Museológico, “começamos pelas primeiras luzes que existiram, que eram as fogueiras”, mostra-nos o faroleiro Santa Neto.
As fogueiras eram “normalmente acesas pelas esposas dos marinheiros quando eles se aventuravam no mar, para lhes indicar porto seguro. Este sistema de assinalamento marítimo durou vários séculos”, conta Santa Neto, que prossegue a visita organizada de forma cronológica. “Algumas embarcações ou navios, hoje, têm equipamentos tecnológicos como o GPS e necessitam menos dos faróis. Contudo, mesmo para esses, os faróis nunca falham. Constituem uma redundância para esses sistemas, que têm erros e que podem avariar”, nota o comandante Conceição Dias. Este Capitão de Fragata lembra, no entanto, que “existe uma comunidade muito grande e uma quantidade muito grande de pequenas embarcações que não têm esses sistemas de navegação e para quem os faróis continuam a ter a mesma função que tinham quando foram construídos”.

À medida que a visita avança, encontramos candeeiros de petróleo, usados para garantir a segurança dos homens do mar antes da energia eléctrica, e, mais à frente, várias ópticas. O faroleiro Santa Neto revela que “consoante o número de faces que cada aparelho óptico tinha, assim era a quantidade de relâmpagos que ele iria emitir”. A luz é uma espécie de “bilhete de identidade dos faróis”, diz Santa Neto, que, ao seu lado, tem uma das maiores ópticas expostas: “É uma ótica hiper-radiante e só existem cinco em todo o mundo.” Em Portugal, há uma ainda em funcionamento, no Farol de São Vicente, em Sagres.

“Devido à sua localização geográfica, o farol tem de ter um alcance luminoso suficientemente grande”, explica este neto de faroleiro, que mostra outra óptica com envergadura superior à da sua altura e que foi retirada do Farol das Berlengas em 1985.
A curiosidade em torno dos faróis portugueses é complementada na segunda sala deste núcleo museológico com um espaço dedicado às famílias dos faroleiros, às suas vivências e à vida dentro de um farol. Aqui, está também exposta a veia poética de alguns faroleiros, palavras em verso inscritas numa fotografia com o Farol do Bugio ao largo da barra do Tejo.

No exterior do Núcleo Museológico, está a ser restaurado o Farol de Sines que, em breve, poderá ser também visitado pelo público que entre nos muros da Direcção de Faróis.
Os 28 faróis nacionais receberam no último ano a visita de quase 74 mil pessoas. O mais procurado foi o da Ponta do Pargo, na Madeira. Os dados foram recentemente divulgados pela Autoridade Marítima, que tutela todo o sistema de assinalamento da costa nacional.

Texto e fotos de Glória Silva

MUSEU DOS FARÓIS - PAÇO D'ARCOS

Video da visita

Pesca e Conservação do Bacalhau

A evolução da pesca e conservação do bacalhau, pelos Portugueses, é um assunto muito vasto (dava para escrever um livro) vamos tentar sintetizar por ordem cronológica, .

Século XII – A filha do Rei D. Sancho I casa com o rei Valdemar II da Dinamarca indicando as boas relações comerciais entre os dois países, séculos mais tarde, viriam a ser aproveitadas pelo Infante D. Henrique o “navegador” ao obter do rei Dinamarquês um piloto experiente, que veio para Portugal, este acabou por transmitir aos portugueses conhecimentos náuticos e de pesca.

Ano 1353 – É celebrado um acordo entre os governos Português e Inglês (D. Pedro I e Edward II) que estabelecia um prazo de 50 anos para os pescadores de Lisboa e Porto poderem pescar o bacalhau nas costas de Inglaterra. Isto diz-nos que esta atividade já se realizava antes desta data.

Ano 1500 ou 1501 – Gaspar Corte Real navega até ao estreito de Davis, tendo descoberto (supõe-se) a Terra Nova. No entanto, há registos do ano 1470 em que o seu pai numa expedição mandada efetuar pelos reis da Dinamarca e de Portugal, tinha descoberto a Gronelândia “terra dos bacalhaus”.

Ano 1504 – Neste ano já se deslocavam pescadores de Viana do Minho e de Aveiro para os bancos da Terra Nova. Tudo leva a crer que anteriormente já existia uma indústria de conservação e distribuição do pescado, dado que a deslocação para tão longe (Terra Nova) requeria um esforço financeiro elevado. Após a morte de D. Sebastião, o nosso território foi ocupado pelos Filipes de Espanha durante muitos anos, o que teve consequências graves para a nossa frota bacalhoeira, sendo uma delas a requisição pelos Filipes de todas as embarcações capazes de enfrentarem o mar alto para a (Invencível Armada Espanhola).

Em consequência disto, no ano de 1624 ainda não havia embarcações para a pesca do bacalhau quer em Viana quer em Aveiro. Entretanto durante este período, no ano de 1583 Francis Drake teria ocupado a “Terra

Nova” acabando com as colónias dos pescadores Portugueses, e aprisionados alguns barcos de pesca. Daí até ao século XIX a pesca do bacalhau feita pelos Portugueses desapareceu, com a agravante ainda das invasões napoleónicas que contribuíram também para o não reiniciar da pesca. No entanto continuámos a consumir o bacalhau importado em grandes quantidades principalmente da Inglaterra, Suécia e Noruega.

Ano 1830 – No final deste ano, foi criado pelo governo português um decreto visando criar incentivos à pesca em geral, que incluía também a pesca do bacalhau. Foram aparecendo vários armadores, de onde se destaca, na altura “Companhia de pescarias Lisbonense” começando a renascer a pesca do bacalhau.

Entre os anos de 1901 a 1924 a frota portuguesa foi crescendo, tendo atingindo um máximo de 65 embarcações. Por esta altura, o método adotado na «faina» de pesca continuava a ser a da «longe line», com um homem por dóri. Era uma pesca dura para os pescadores, pois pescavam de pé com duas linhas num pequeno dóri e afastados do navio. No navio o bacalhau era cortado e trabalhado sendo a operação da salgadeira bastante dura também. Terminada a campanha havia sempre pescadores doentes e acidentado dado a dureza da faina, Os Portugueses nesta altura, embora por longos períodos longe, não possuíssem um barco hospital que acompanhasse a campanha. Só em 1927 com a entrada ao serviço na campanha da Terra Nova. Do navio hospital «Gil Eanes», se viria a preencher esta lacuna.

Ano 1926 – Foi instaurado novo regime em Portugal, tendo sido criado um decreto-lei para as pescas do bacalhau. Este veio proporcionar algumas vantagens para a atividade, como; a diminuição da carga fiscal; empréstimos bonificados para a construção de navios; isenção do serviço militar; serviço de assistência aos pescadores etc.

Ano 1931 – É neste ano que os Portugueses voltam a pescar na Gronelândia, sendo também neste ano que que se inicia o uso do trole (uma linha com vários anzóis) deixada no fundo e depois recolhida.

Ano 1938 – Constatou- se a avançada idade dos navios da frota existente e a pouca capacidade de armazenamento.

Ano 1950 – Os Portugueses eram os únicos pescadores de bacalhau com frota de veleiros de pesca.

Ano 1968 – Começa as primeiras diminuições nas capturas, motivadas por falta de incentivos do estado aos armadores. Acrescentem-se também as restrições de pescar impostas por diversos países nas suas águas nacionais.

Ano 1974 – Termina a pesca do bacalhau á linha, desmantelando-se uma das obras do estado novo, conduzida por Henrique Tenreiro.

Secagem do bacalhau:

Portugal é o primeiro consumidor de bacalhau do mundo. Seco e salgado é a forma como os portugueses o consomem em maior quantidade. Não sendo uma espécie nativa da costa portuguesa e sim do mar do Norte, impunha-se uma forma de conservar este pescado por longos períodos. A forma utilizada era e continua atualmente a ser o sal e desidratação pela secagem ao sol (hoje em dia em estufas).

Esta necessidade já vem do tempo dos descobrimentos, pois os nossos marinheiros necessitavam de peixe conservado para as longas temporadas passadas no mar.

No início do século XX pelo ano de 1917 um dos grandes complexos de secagem do bacalhau viria a instalar-se no concelho do Seixal, mais propriamente na ponta dos corvos, também conhecido por ponta do mato. As primeiras companhias a instalar-se foram «Parceria Portuguesa Lda. e a Sociedade Nacional de pescas Lda.».

Na altura, economicamente, o Seixal viria a tornar-se numa zona industrial, onde pontificavam a seca do bacalhau para além das industrias têxtil, corticeira e vidreira. Como o meio de transporte utilizado era o marítimo, a situação geográfica do Seixal, junto ao rio Tejo facilitava a deslocação das mercadorias.

Mais tarde, nos anos 50, instalaram-se mais três empresas do ramo da seca do bacalhau: A Companhia Atlântica das Pescas, a Luso-Brasileira e Sociedade Lisbonense da Pesca do bacalhau Lda. Só a Companhia

Atlântica das Pescas, instalada em 1947 empregava cerca de 600 trabalhadores na sua maioria, mulheres.

A secagem do bacalhau era feita entre os meses de outubro e março, com uma temperatura ideal, que rondava os 20 graus centígrados. Os edifícios pertencentes a estas empresas são um património industrial, que juntamente com os saberes desta atividade, tão importante em tempos, para a economia do concelho, estão completamente abandonados.

Como curiosidade refira-se que possuímos ainda a maior fábrica de bacalhau do mundo, situada na Moita, atualmente o bacalhau vem dos mares da Rússia, Islândia, Noruega e Estados Unidos.

Os hábitos e costumes dos Portugueses estão a mudar. A empresa Portuguesa «Riberalves». Uma das maiores com a junção de outra unidade do grupo a «Comina», por volta do ano de 2000 inventou uma técnica de demolhar o bacalhau de forma industrial. Assim, hoje em dia, cerca de 43% do bacalhau é vendido já demolhado e ultra congelado em substituição do bacalhau seco.

Por último, convém lembrar as mil e uma maneira de confecionar o bacalhau «o fiel amigo» pelos Portugueses: bacalhau à Zé do pipo; bacalhau espiritual; bacalhau com broa; bacalhau com «todos»; pastéis de bacalhau; pataniscas; etc.

Trabalho realizado por: Alda Ramalheira, António Mendes e Lúcia Peres

Já em 1596, no reinado de D. Manuel, se mandava cobrar o dízimo da pescaria da Terra Nova, nos portos de Entre Douro e Minho.

A faina maior, a pesca do bacalhau

Pesca do Bacalhau

A Autoridade do Estado no mar

Realizou-se hoje, dia 21 de novembro de 2018, a primeira quarta-feira cultural do ano académico 2018-19, com uma palestra pelo Senhor Comandante Júdice Pargana, no âmbito da disciplina de Questões de Economia e Finanças e Economia do Mar, lecionada pelo professor Luís Lapa, sobre o tema:

A Autoridade do Estado no Mar

Em representação da Unisseixal, estiveram professor Natalino Bolas e a vice-reitora professora Mariana Mareco que fez a apresentação dos intervenientes.

(Vista geral do Auditório)

O professor Luís Lapa fez a introdução  do currículo do palestrante, Comandante Júdice Pargana, que de seguida iniciou a apresentação do tema e a agenda dos parâmetros que iriam ser abordados.

  • Espaços Marítimos Nacionais.

Regulados pela Convenção Marítima dos Direitos do Mar, ratificada por Portugal e em vigor desde 1967.

-Poder de Soberania e Exercício da Autoridade.

-Limite do Espaço Marítimo

-Aguas Interiores

-Mar Territorial-Limite Horizontal até 12 milhas (nota:1 milha náutica igual a 1,852 metros)

-ZEE (Zona Económica Exclusiva de Portugal) - 200 milhas náuticas,3ª maior da União Europeia e muito importante em termos económicos.

-Plataforma Continental- Juridicamente até às 200 milhas

O que é a Autoridade do Estado?

Tem que ser socialmente reconhecida, não é ilimitada e tem como dever proteger os direitos individuais e coletivos.

Modelo da Autoridade Marítima-

Complexidade da coordenação face à quantidade dos diversos agentes intervenientes no SAM-Autoridade Marítima Nacional e o mesmo se verifica no sistema de comunicações, restando a vontade para um rumo para um modelo mais eficaz.

Seguiu-se um espaço de perguntas, às quais o Senhor Comandante Júdice Pargana prestou os esclarecimentos que a todos satisfez e  ao qual deixamos os nossos agradecimentos pela sua colaboração nesta palestra.

José Capelo

2018-11-21

Reportagem fotográfica