Visita à Herdade da Gâmbia

Realizou-se no passado dia 4 de Maio mais uma visita de estudo no âmbito dos Estudos de Economia, integrado na disciplina Temas de Economia e Economia do Mar, ministrada pelo Professor Luís Lapa na Universidade Sénior do Seixal.

Saindo o autocarro às 8:30 horas, fomos em direcção a Setúbal, onde desviámos para o estuário do Sado já a caminho de Alcácer do Sal, onde chegámos pelas 9:30 horas.

A visita teve início na exploração de aquicultura NeptunePearl tendo o grupo sido recebido pela Eng. Célia Rodrigues. Na impossibilidade de nos deslocarmos de autocarro até à exploração, por causa das árvores que ladeiam o caminho, encontrou-se uma alternativa que foi a deslocação a uma exploração de outra entidade, também no estuário do rio Sado, onde a Eng. Célia nos explicou o processo de produção de douradas, robalos e solhas, tendo depois a explicação incidido essencialmente nas questões relacionadas com a criação de ostras e suas diversas espécies. Após a explicação exaustiva e muito interessante, foi-nos dado um workshop sobre a forma segura de abertura das ostras. Pena que não tenha havido uma prova geral!

Estando já na Herdade da Gâmbia, fomos recebidos pelo Eng. Francisco Moniz Borba, que fez uma apresentação da Herdade e dos cuidados de sustentabilidade que norteiam a produção das diversas espécies ali plantadas (sobreiro, pinheiro-bravo e pinheiro manso para além da vinha). Foi-nos também explicado que tendo o pinheiro-bravo sido em tempos atacado por nemátodo, foi decidido a sua substituição por pinheiro manso, imune ao verme. Seguiu-se um passeio a pé até ao montado, para nos apercebermos melhor sobre a extração da cortiça e os cuidados a ter para que haja sempre árvores novas em crescimento, para a substituição das mais antigas que vão morrendo.

Deslocámo-nos então para a zona de Vendas Novas onde almoçámos.

Após o excelente almoço, foi tempo de visitar a empresa Corkart, onde fomos recebidos por Ana Martins, Gestora de Marketing e outro colega da área comercial. Aqui fomos esclarecidos sobre o processo de transformação da cortiça. Foi-nos também proporcionada uma visita à fábrica, o que nos permitiu um contacto próximo com as várias fases de fabricação, desde a matéria-prima até ao produto final, de revestimentos e pavimentos.

Após esta última visita foi tempo de regressar a casa, tendo o autocarro chegado ao destino pelas 18:00 horas.

José Romão

Visita à Ostricultura, Neptunepearl e Corkart

Visita à Escola Naval

Base Naval do Alfeite

No dia 20 de abril de 2022, os alunos da turma de Temas de Economia e Economia do Mar, realizaram uma visita de estudo à Escola Naval do AlfeiteBase Naval de Lisboa, com o seu prof. Luís Lapa.

A procura por novos rendimentos obrigou os portugueses a enfrentar tempestades e monstros fabulosos, mas acima de tudo, o desconhecido, tendo permitido alargar o conhecimento dos homens, levando a humanidade para uma nova época – a dos Descobrimentos e do Renascimento.

Uma instituição com mais de 200 anos, pertencente a uma organização com quase quatro séculos de história, naturalmente que possui vários símbolos e tradições de toda a ordem, que marcam todos aqueles a que a ela pertencem ou já pertenceram.

À nossa espera estava o tenente Gonçalves Neves, professor de História na Escola Naval, que nos acompanhou durante toda a visita.

A visita teve várias partes: a primeira, foi aberta pelo Comandante da Escola Naval, o Contra-Almirante, Valentim Rodrigues, que explicou qual a importância da escola, sendo sobretudo, uma escola de mar, de valores e de tradições, ancorada no seu legado histórico e cultural e no vasto conhecimento acumulado, com os olhos postos no futuro, aberta à sociedade e acompanhando as suas transformações, procurando a modernidade e a inovação, e praticando um ensino rigoroso e exigente, fazendo jus ao lema que adotou do Infante, seu patrono. Depois o prof. Luís Lapa, fez uma breve introdução sobre as atividades e as funções da Unisseixal, na sociedade.

A segunda parte foi apresentada pelo tenente Gonçalves Neves que constou de uma breve introdução, seguido com um pequeno filme “A um Passo do Futuro”, que foca um dia dos alunos na escola.

O tenente Gonçalves Neves começou a sua apresentação focando quatro pontos:

- Introdução

- Ensino

- Investigação

- Sociedade civil

MISSÃO DA MARINHA

Desafios do mar:

Políticos, económicos, ambientais, culturais e securitários. ZEE (Zona Económica Exclusiva e corresponde à zona marítima que vai até 200 milhas da linha de costa e sobre a qual os respetivos Estados ribeirinhos possuem os direitos de exploração, conservação e administração de todos os seus recursos) – Autoridade, 1,7 milhões de Km2 – 19´ território, EPC – Soberania (A Transformação Digital na Marinha), 3,8 milhões Km2 - 42´ território e SAR – Busca e Salvamento, 5,8 milhões Km2 - 62´ território.

Funções:

Proteger e promover os interesses de Portugal no e através do Mar

- Dissuasão, defesa militar e apoio à política externa

- Segurança e autoridade do Estado

- Desenvolvimento económico, científico e cultural.

Missão: a formação dos oficiais da Marinha, mediante a realização de cursos e outras atividades complementares de ensino; promover a realização de investigação em áreas consideradas com interesse para a Marinha, as Forças Armadas ou a Defesa Nacional; assegurar a prestação de serviços à Marinha, às Forças Armadas e à comunidade em geral, através do desenvolvimento das suas atividades; promover o intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições nacionais e estrangeiras, numa perspetiva de mútuo interesse e valorização.​

Visão: A Escola de Mar de referência em Portugal

História da Escola Naval

Simulador de Navegação

A seguir vimos assistimos à apresentação de um pequeno filme que retrata como os alunos passam o seu dia na Escola Naval.

Depois desta explicação e da apresentação do filme, alguns colegas colocaram algumas perguntas, ao qual o tenente Gonçalves Neves respondeu de forma clara e esclarecedora.

A terceira parte foi visitarmos o “Simulador de Navegação”, para assistirmos à explicação do tenente comandante Vacas de Carvalho, que fez uma simulação da entrada de um navio em Lisboa. Salientou o demonstrar a possibilidade da utilização do Simulador de Navegação como ferramenta na formação académica e profissional na Escola Naval, conferindo-lhes as competências necessárias ao cumprimento das missões da Marinha. Por forma a validar, sustentar e auxiliar na prossecução dos objetivos desta investigação; as linhas de ação e recomendações propostas permitem maximizar a utilização do Simulador de Navegação como complemento à formação académica dos alunos da Escola Naval, tendo em vista o desempenho de funções como Oficiais de Quarto à Ponte a bordo dos navios da esquadra.

Ainda passamos pela ala de todos os comandantes da Escola Naval e visitamos o ginásio e as camaratas.

Neste recinto os alunos, encontram-se de manhã, para a formatura, para o içar da bandeira, ao almoço para a formatura e desfile, à tarde para o arraiar da bandeira e à noite para a última formatura.

Fomos recebidos pelo tenente Gonçalves Neves e acompanhados na visita pelo mesmo, que é uma pessoa extraordinária e vocacionada para tal função, pois explicou a história da Escola Naval, com uma subtileza e empenho que não vamos esquecer tão cedo, tornando a visita tão agradável e apelativa; assim como ao tenente comandante Vacas de Carvalho e um agradecimento muito especial ao Comandante da Escola Naval, o contra-Almirante Valentim Rodrigues, que se disponibilizou para fazer uma breve introdução à importância do mar, à missão da Escola Naval e qual a sua finalidade e também ao encerramento da nossa visita.

Texto escrito e reportagem fotográfica da aluna da turma Odette Pugliese

Reportagem fotográfica da visita

Aula Aberta-Autoridade Marítima

Temas Económicos e Economia do Mar

A turma de Temas Económicos e Economia do Mar do Professor Luís Lapa realizou, esta tarde, no Auditório do novo edifício da Unisseixal, no Fogueteiro, uma aula aberta sob o tema “O que é a autoridade marítima?”

Para o efeito, o professor Lapa convidou o Comandante e Capitão de Mar e Guerra, Jorge Silva Paulo, que a partir de uma projecção em PowerPoint iria dissertar sobre esta questão. Após a introdução do convidado pela senhora Reitora da Unisseixal que agradeceu a sua presença e a leitura do vasto e diversificado currículo do orador pelo professor Lapa, tomou a palavra o nosso ilustre convidado, doutorado em Políticas Públicas pelo ISCTE.

Na sala auditório, praticamente lotada, onde se juntaram alunos da turma de Questões Ambientais da professora Mariana Mareco, assistiu-se, com elevado interesse, à referida conferência que após quase uma hora deu lugar a perguntas e respostas por parte dos alunos presentes.

Esta temática que envolve todas as políticas relacionadas com o mar, revelou-nos, à partida, na sua descrição, uma complexidade de organismos militares e do Estado que de uma forma concertada, ou não, respondem às várias questões que o mar implica, sobretudo num país tão virado a um tão vasto oceano como Portugal está.

A autoridade marítima é a entidade máxima de coordenação das operações executadas pela marinha, pela Direcção-Geral da Autoridade Marítima (DGAM) e pelo Comando-Geral da Polícia Marítima (CGPM) sendo a responsável nos espaços de domínio público e marítimos na jurisdição nacional, por estas actividades.

Todavia, aquilo que realçamos é que há um infindável número de entidades e organismos que esta Autoridade Marítima supervisiona.

Sendo o seu âmbito de acção tão vasto, desde a Escola que promove o conhecimento e a formação técnico-profissional, à Polícia Militar, às Capitanias, ao ISN, aos Faróis, ao combate à poluição, à Segurança e Fiscalização, etc. provavelmente justificar-se-á esta panóplia de entidades relacionadas com esta problemática do mar.

A aula aberta terminou, cerca de duas horas depois, com um forte e caloroso aplauso e nossos reiterados agradecimentos ao palestrante que, ainda antes, fizera questão de ilustrar o momento da sua presença na Unisseixal com uma foto de grupo no meio da assistência presente.

O senhor Comandante Jorge Silva Paulo teve ainda a amabilidade de oferecer à biblioteca da Universidade Sénior do Seixal, na pessoa do professor Luís Lapa, dois livros de sua autoria, nomeadamente, “A Autoridade Marítima Nacional” e “A Autoridade do Estado do Mar”.

E conclui-se assim neste ambiente de confraternização e amizade mais uma tarde em que ficámos todos a saber um pouco mais sobre a realidade do nosso mar e como nos organizamos e equilibramos nesta onda gigante sem perdermos a identidade da nossa autoridade.

Carlos Pereira DT

Autoridade Marítima e Autoridade do Estado no Mar

Big Eye Smart Fishing

No dia 21 de fevereiro, na disciplina de Questões de Economia e Finanças, realizou-se uma Aula Aberta sobre “Big Eye Smart Fishing”, dada pelo Eng.º Pedro Araújo Manuel.

A aula começou com o professor Dr. Luís Lapa, a dar as boas vindas ao Eng.º Pedro e disse que esta empresa empreendedora era reconhecida como um projeto transformador e com um grande impacto na sustentabilidade do sector das pescas, melhorando a sustentabilidade do marisco através de tecnologias digitais, faz o rastreamento de peixe de placa a mar.

A seguir deu a palavra ao Eng.º Pedro que começou por dizer a “Big Eye Smart Fishing” era um produto de software desenvolvido pela BITCLIQ, sediada nas Caldas da Rainha, uma plataforma digital de gestão de frotas de pesca, que está a revolucionar a indústria da pesca sustentável à escala global. Este software, permite a gestão de frotas pesqueiras em tempo real, fornecendo uma visão 360º das operações realizadas no mar e em terra – foi apresentado na cidade de Vigo, em Espanha, no âmbito da edição 2017 da Conferência Mundial do Atum.

Numa altura em os consumidores manifestam uma crescente preocupação relativa ao consumo sustentável de pescado e à certificação da origem dos produtos marítimos, este sistema de gestão operacional fornece, através da rastreabilidade digital, total controlo sobre o nível de transparência dos fornecedores de peixe, localização e datas da apanha, entre outros detalhes de grande utilidade.

Gestão de frotas de pesca em tempo real através de Operações de Pesca Inteligentes –  em que o hardware e software de fácil utilização, apresenta todas as atividades de viagens de pesca e atividades em terra, de desembarque e desembarque de pesca, incluindo gravação de dados.

"A gestão da frota de pesca do alto mar é um grande desafio em relação aos locais remotos, falta de comunicações, viagens longas, grandes equipes e atividades pesqueiras intensivas".

Supervisão em tempo real – todos os indicadores de performance, painéis, fontes de dados e relatórios consolidados, permitem-lhe saber tudo sobre as operações da sua frota, como: peixe a bordo, custo/ tonelada, bycatch, incidentes da tripulação, consumos, posição da frota, ETA, entre outros.

Compra de peixe – transparência de ponta a ponta em que os compradores de peixe podem ser notificados automaticamente, trabalhando para garantir informações sem fraude e transparência da cadeia de suprimentos.

Rastreabilidade do peixe – garantir a sustentabilidade do peixe através da rastreabilidade do prato até ao mar.

Comprador – o peixe selvagem está a tornar-se escasso para satisfazer as demandas crescentes da humanidade e a pesca INN está a afetar a sustentabilidade dos oceanos e a reputação das marcas de frutos do mar, por isso os consumidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade dos frutos do mar, preço e qualidade e origem dos alimentos.

A embarcação está equipada com um computador, que através dos sensores, permite fazer a localização das lanchas, a captura do peixe, existindo maior transparência ao longo de todo o processo. Há uma maior ligação entre o entreposto e a cadeia de supermercados.

Solução tecnológica integrada desenvolvida desde 2014 e testada em vários projetos a nível global em operações de frutos do mar sob a supervisão de especialistas internacionais e parceiros da Europa, África, América do Norte e Ásia. Em 2016 ganhou vários prémios.

Visita ao Museu dos Faróis

Santa Neto é faroleiro “há mais de 20 anos”. O apelido diz mais sobre si, porque também o seu avô era faroleiro. “Sinto-me em casa”, explica ao receber-nos no Núcleo Museológico dos Faróis, em Paço D’ Arcos. Ele é um dos guias que faz as visitas gratuitas neste espaço.
No edifício de frente para o Tejo, situado na Direcção de Faróis, encontramos um espólio que conta a história dos faróis em Portugal.

Mal entramos numa das duas salas que compõem o museu, percebemos que todas as peças brilham como se fossem novas. “Estão restauradas” explica-nos o comandante Conceição Dias, oficial de relações públicas da Direcção de Faróis. Embora, hoje em dia, os vinte e oito faróis da costa portuguesa tenham sido modernizados, o sistema de assinalamento marítimo “continua a ter a mesma função que tinha”, indica o comandante Conceição Dias.
Esta luz que ilumina a costa portuguesa e que ajuda a guiar os homens do mar começou, contudo, com uma fogueira.

Logo na entrada do Núcleo Museológico, “começamos pelas primeiras luzes que existiram, que eram as fogueiras”, mostra-nos o faroleiro Santa Neto.
As fogueiras eram “normalmente acesas pelas esposas dos marinheiros quando eles se aventuravam no mar, para lhes indicar porto seguro. Este sistema de assinalamento marítimo durou vários séculos”, conta Santa Neto, que prossegue a visita organizada de forma cronológica. “Algumas embarcações ou navios, hoje, têm equipamentos tecnológicos como o GPS e necessitam menos dos faróis. Contudo, mesmo para esses, os faróis nunca falham. Constituem uma redundância para esses sistemas, que têm erros e que podem avariar”, nota o comandante Conceição Dias. Este Capitão de Fragata lembra, no entanto, que “existe uma comunidade muito grande e uma quantidade muito grande de pequenas embarcações que não têm esses sistemas de navegação e para quem os faróis continuam a ter a mesma função que tinham quando foram construídos”.

À medida que a visita avança, encontramos candeeiros de petróleo, usados para garantir a segurança dos homens do mar antes da energia eléctrica, e, mais à frente, várias ópticas. O faroleiro Santa Neto revela que “consoante o número de faces que cada aparelho óptico tinha, assim era a quantidade de relâmpagos que ele iria emitir”. A luz é uma espécie de “bilhete de identidade dos faróis”, diz Santa Neto, que, ao seu lado, tem uma das maiores ópticas expostas: “É uma ótica hiper-radiante e só existem cinco em todo o mundo.” Em Portugal, há uma ainda em funcionamento, no Farol de São Vicente, em Sagres.

“Devido à sua localização geográfica, o farol tem de ter um alcance luminoso suficientemente grande”, explica este neto de faroleiro, que mostra outra óptica com envergadura superior à da sua altura e que foi retirada do Farol das Berlengas em 1985.
A curiosidade em torno dos faróis portugueses é complementada na segunda sala deste núcleo museológico com um espaço dedicado às famílias dos faroleiros, às suas vivências e à vida dentro de um farol. Aqui, está também exposta a veia poética de alguns faroleiros, palavras em verso inscritas numa fotografia com o Farol do Bugio ao largo da barra do Tejo.

No exterior do Núcleo Museológico, está a ser restaurado o Farol de Sines que, em breve, poderá ser também visitado pelo público que entre nos muros da Direcção de Faróis.
Os 28 faróis nacionais receberam no último ano a visita de quase 74 mil pessoas. O mais procurado foi o da Ponta do Pargo, na Madeira. Os dados foram recentemente divulgados pela Autoridade Marítima, que tutela todo o sistema de assinalamento da costa nacional.

Texto e fotos de Glória Silva

MUSEU DOS FARÓIS - PAÇO D'ARCOS

Video da visita

Pesca e Conservação do Bacalhau

A evolução da pesca e conservação do bacalhau, pelos Portugueses, é um assunto muito vasto (dava para escrever um livro) vamos tentar sintetizar por ordem cronológica, .

Século XII – A filha do Rei D. Sancho I casa com o rei Valdemar II da Dinamarca indicando as boas relações comerciais entre os dois países, séculos mais tarde, viriam a ser aproveitadas pelo Infante D. Henrique o “navegador” ao obter do rei Dinamarquês um piloto experiente, que veio para Portugal, este acabou por transmitir aos portugueses conhecimentos náuticos e de pesca.

Ano 1353 – É celebrado um acordo entre os governos Português e Inglês (D. Pedro I e Edward II) que estabelecia um prazo de 50 anos para os pescadores de Lisboa e Porto poderem pescar o bacalhau nas costas de Inglaterra. Isto diz-nos que esta atividade já se realizava antes desta data.

Ano 1500 ou 1501 – Gaspar Corte Real navega até ao estreito de Davis, tendo descoberto (supõe-se) a Terra Nova. No entanto, há registos do ano 1470 em que o seu pai numa expedição mandada efetuar pelos reis da Dinamarca e de Portugal, tinha descoberto a Gronelândia “terra dos bacalhaus”.

Ano 1504 – Neste ano já se deslocavam pescadores de Viana do Minho e de Aveiro para os bancos da Terra Nova. Tudo leva a crer que anteriormente já existia uma indústria de conservação e distribuição do pescado, dado que a deslocação para tão longe (Terra Nova) requeria um esforço financeiro elevado. Após a morte de D. Sebastião, o nosso território foi ocupado pelos Filipes de Espanha durante muitos anos, o que teve consequências graves para a nossa frota bacalhoeira, sendo uma delas a requisição pelos Filipes de todas as embarcações capazes de enfrentarem o mar alto para a (Invencível Armada Espanhola).

Em consequência disto, no ano de 1624 ainda não havia embarcações para a pesca do bacalhau quer em Viana quer em Aveiro. Entretanto durante este período, no ano de 1583 Francis Drake teria ocupado a “Terra

Nova” acabando com as colónias dos pescadores Portugueses, e aprisionados alguns barcos de pesca. Daí até ao século XIX a pesca do bacalhau feita pelos Portugueses desapareceu, com a agravante ainda das invasões napoleónicas que contribuíram também para o não reiniciar da pesca. No entanto continuámos a consumir o bacalhau importado em grandes quantidades principalmente da Inglaterra, Suécia e Noruega.

Ano 1830 – No final deste ano, foi criado pelo governo português um decreto visando criar incentivos à pesca em geral, que incluía também a pesca do bacalhau. Foram aparecendo vários armadores, de onde se destaca, na altura “Companhia de pescarias Lisbonense” começando a renascer a pesca do bacalhau.

Entre os anos de 1901 a 1924 a frota portuguesa foi crescendo, tendo atingindo um máximo de 65 embarcações. Por esta altura, o método adotado na «faina» de pesca continuava a ser a da «longe line», com um homem por dóri. Era uma pesca dura para os pescadores, pois pescavam de pé com duas linhas num pequeno dóri e afastados do navio. No navio o bacalhau era cortado e trabalhado sendo a operação da salgadeira bastante dura também. Terminada a campanha havia sempre pescadores doentes e acidentado dado a dureza da faina, Os Portugueses nesta altura, embora por longos períodos longe, não possuíssem um barco hospital que acompanhasse a campanha. Só em 1927 com a entrada ao serviço na campanha da Terra Nova. Do navio hospital «Gil Eanes», se viria a preencher esta lacuna.

Ano 1926 – Foi instaurado novo regime em Portugal, tendo sido criado um decreto-lei para as pescas do bacalhau. Este veio proporcionar algumas vantagens para a atividade, como; a diminuição da carga fiscal; empréstimos bonificados para a construção de navios; isenção do serviço militar; serviço de assistência aos pescadores etc.

Ano 1931 – É neste ano que os Portugueses voltam a pescar na Gronelândia, sendo também neste ano que que se inicia o uso do trole (uma linha com vários anzóis) deixada no fundo e depois recolhida.

Ano 1938 – Constatou- se a avançada idade dos navios da frota existente e a pouca capacidade de armazenamento.

Ano 1950 – Os Portugueses eram os únicos pescadores de bacalhau com frota de veleiros de pesca.

Ano 1968 – Começa as primeiras diminuições nas capturas, motivadas por falta de incentivos do estado aos armadores. Acrescentem-se também as restrições de pescar impostas por diversos países nas suas águas nacionais.

Ano 1974 – Termina a pesca do bacalhau á linha, desmantelando-se uma das obras do estado novo, conduzida por Henrique Tenreiro.

Secagem do bacalhau:

Portugal é o primeiro consumidor de bacalhau do mundo. Seco e salgado é a forma como os portugueses o consomem em maior quantidade. Não sendo uma espécie nativa da costa portuguesa e sim do mar do Norte, impunha-se uma forma de conservar este pescado por longos períodos. A forma utilizada era e continua atualmente a ser o sal e desidratação pela secagem ao sol (hoje em dia em estufas).

Esta necessidade já vem do tempo dos descobrimentos, pois os nossos marinheiros necessitavam de peixe conservado para as longas temporadas passadas no mar.

No início do século XX pelo ano de 1917 um dos grandes complexos de secagem do bacalhau viria a instalar-se no concelho do Seixal, mais propriamente na ponta dos corvos, também conhecido por ponta do mato. As primeiras companhias a instalar-se foram «Parceria Portuguesa Lda. e a Sociedade Nacional de pescas Lda.».

Na altura, economicamente, o Seixal viria a tornar-se numa zona industrial, onde pontificavam a seca do bacalhau para além das industrias têxtil, corticeira e vidreira. Como o meio de transporte utilizado era o marítimo, a situação geográfica do Seixal, junto ao rio Tejo facilitava a deslocação das mercadorias.

Mais tarde, nos anos 50, instalaram-se mais três empresas do ramo da seca do bacalhau: A Companhia Atlântica das Pescas, a Luso-Brasileira e Sociedade Lisbonense da Pesca do bacalhau Lda. Só a Companhia

Atlântica das Pescas, instalada em 1947 empregava cerca de 600 trabalhadores na sua maioria, mulheres.

A secagem do bacalhau era feita entre os meses de outubro e março, com uma temperatura ideal, que rondava os 20 graus centígrados. Os edifícios pertencentes a estas empresas são um património industrial, que juntamente com os saberes desta atividade, tão importante em tempos, para a economia do concelho, estão completamente abandonados.

Como curiosidade refira-se que possuímos ainda a maior fábrica de bacalhau do mundo, situada na Moita, atualmente o bacalhau vem dos mares da Rússia, Islândia, Noruega e Estados Unidos.

Os hábitos e costumes dos Portugueses estão a mudar. A empresa Portuguesa «Riberalves». Uma das maiores com a junção de outra unidade do grupo a «Comina», por volta do ano de 2000 inventou uma técnica de demolhar o bacalhau de forma industrial. Assim, hoje em dia, cerca de 43% do bacalhau é vendido já demolhado e ultra congelado em substituição do bacalhau seco.

Por último, convém lembrar as mil e uma maneira de confecionar o bacalhau «o fiel amigo» pelos Portugueses: bacalhau à Zé do pipo; bacalhau espiritual; bacalhau com broa; bacalhau com «todos»; pastéis de bacalhau; pataniscas; etc.

Trabalho realizado por: Alda Ramalheira, António Mendes e Lúcia Peres

Já em 1596, no reinado de D. Manuel, se mandava cobrar o dízimo da pescaria da Terra Nova, nos portos de Entre Douro e Minho.

A faina maior, a pesca do bacalhau

Pesca do Bacalhau

A Autoridade do Estado no mar

Realizou-se hoje, dia 21 de novembro de 2018, a primeira quarta-feira cultural do ano académico 2018-19, com uma palestra pelo Senhor Comandante Júdice Pargana, no âmbito da disciplina de Questões de Economia e Finanças e Economia do Mar, lecionada pelo professor Luís Lapa, sobre o tema:

A Autoridade do Estado no Mar

Em representação da Unisseixal, estiveram professor Natalino Bolas e a vice-reitora professora Mariana Mareco que fez a apresentação dos intervenientes.

(Vista geral do Auditório)

O professor Luís Lapa fez a introdução  do currículo do palestrante, Comandante Júdice Pargana, que de seguida iniciou a apresentação do tema e a agenda dos parâmetros que iriam ser abordados.

  • Espaços Marítimos Nacionais.

Regulados pela Convenção Marítima dos Direitos do Mar, ratificada por Portugal e em vigor desde 1967.

-Poder de Soberania e Exercício da Autoridade.

-Limite do Espaço Marítimo

-Aguas Interiores

-Mar Territorial-Limite Horizontal até 12 milhas (nota:1 milha náutica igual a 1,852 metros)

-ZEE (Zona Económica Exclusiva de Portugal) - 200 milhas náuticas,3ª maior da União Europeia e muito importante em termos económicos.

-Plataforma Continental- Juridicamente até às 200 milhas

O que é a Autoridade do Estado?

Tem que ser socialmente reconhecida, não é ilimitada e tem como dever proteger os direitos individuais e coletivos.

Modelo da Autoridade Marítima-

Complexidade da coordenação face à quantidade dos diversos agentes intervenientes no SAM-Autoridade Marítima Nacional e o mesmo se verifica no sistema de comunicações, restando a vontade para um rumo para um modelo mais eficaz.

Seguiu-se um espaço de perguntas, às quais o Senhor Comandante Júdice Pargana prestou os esclarecimentos que a todos satisfez e  ao qual deixamos os nossos agradecimentos pela sua colaboração nesta palestra.

José Capelo

2018-11-21

Reportagem fotográfica

Casa da Ermelinda de Freitas

Resumo histórico

A família Freitas deu início ao cultivo do vinho em 1920, pela mão de Deonilde Freitas, continuada por Germana Freitas e mais tarde por Ermelinda Freitas, que dedicou especial atenção à produção do vinho. Em, colaboração com sua filha Leonor de Freitas, tomou a liderança da empresa, até ao presente.

Desde a primeira geração que esta casa aposta na qualidade das vinhas e dos vinhos, tendo inicialmente canalizado a sua produção para vinhos a granel.

Em 1997, define uma nova estratégia, dando inicio à produção do seu primeiro vinho, ”Terras do Pó “ engarrafado na casa Ermelinda Freitas.

Dimensão

A herdade tem 445 hectares de vinha, situada em Fernando Pó, na zona privilegiada na região de Palmela. A casta dominante é o Castelão, tendo no total 29 castas plantadas em toda a herdade.

Produção

Actualmente, produz 12 milhões de litros de vinho, o que a coloca num dos melhores produtores de vinhos, a nível nacional. Desde 1999, os seus vinhos já conquistaram, mais de mil medalhas, assim distribuídas:

Ouro-386

Prata-426

Bronze-232

Mercados para onde exporta

Os internacionais representam 40%, estando presentes em trinta e tal países, no mundo global, sendo os mais significativos: Luxemburgo, Inglaterra, Alemanha, EUA, Japão, China, Macau, Brasil e Angola.

Volume de negócios

Em 2016, foi de 17 milhões de euros, o que representou 4,1%de evolução, face ao ano de 2015.

Principais referências da Casa Ermelinda Freitas:

Tintos e brancos:

Dom Campos, Terras do Pó, Dnª Ermelinda, Qta.da Mimosa, e o topo de gama, Leo D”Honor”.

 Prémios 2017

W.A.W.W.J. (World Association of writes and journalists of wines and spirits), considerada a 36 melhor adega das 100 melhores do mundo em 2016, e os vinhos na 15ª posição dos cem melhores do mundo.

A nível nacional, é o sexto maior produtor, entre os 10 primeiros.

Consciência Social

A casa Ermelinda Freitas para além de se posicionar num patamar de excelência no mundo do vinho, acresce a sua intervenção na área social, destinada ao apoio dos idosos, num projecto associado à Caritas Diocesana de Setúbal, e de apoio a crianças carenciadas, pela União Social Sol nascente da Marateca, que merece da nossa parte toda a admiração e respeito.

O projecto, iniciado em 2008, com o título; “A vida de um vinho”, com a criteriosa selecção das melhores uvas, que deram origem a um vinho único e exclusivo, em garrafas magnum de 1,5litros, cuja receita da venda se destina a essas instituições. O preço da garrafa é de 100€, mas com um CD musical do maestro Jorge Salgueiro mais uma serigrafia do pintor Mário Rocha, são 175€.

Até a data, já doou mais de 60 mil euros.

Este exemplo de cidadania, e de apoio a quem mais necessita, releva esta Casa a níveis superiores, num mundo tão interesseiro e egoísta! Por tudo isto, a Casa Ermelinda Freitas dirigida pela grandeza de espírito solidário da Dnª Leonor Freitas e sua família, merece da nossa parte o maior respeito e admiração.

Por último, gostaria de fazer uma referência muito especial à Casa de Memórias e Afectos, com um museu instalado na antiga adega, dedicado às quatro gerações que deram origem à Casa Ermelinda Freitas. Saber preservar as memórias e dar continuidade a um empreendimento desta dimensão, são actos de amor e de respeito, que continuarão a fazer parte da vossa história.

Num mundo tradicionalmente governado por homens, onde as mulheres assumiam um papel secundário, o exemplo desta geração de heroínas, escreveram uma história ímpar, que dificilmente será igualada. Mas estou certo de que a actual e a futura geração saberão dar continuidade, como estão a demonstrar.

Resta-me aplaudir a grandeza, a tenacidade, o espírito empreendedor e a dimensão humana desta família, bem como o sucesso que vem alcançando quer em Portugal, quer por esse mundo fora.

O nosso muito obrigado por nos receber nesta vossa magnífica e acolhedora casa.

Aluno da Unisseixal de Economia e Finanças

Luciano Dias

Fevereiro de 2018

A rota da vinha e dos vinhos afamados

Visita da turma Questões de Economia e Finanças

O SABUGUEIRO

SAMBUSCUS -  O termo sambuscus, deriva do termo Sambusca, nome de um antigo instrumento musical, muito utilizado pelos Romanos e fabricados com a madeira desta árvore. E porquê? Porque o tronco e ramos do sabugueiro são ocos no seu interior e dai servir para esses instrumentos musicais.

CORIMBOS - É uma Inflorescência aberta em que os pêndulos florais, nascem a diversos níveis da haste, mas se elevam todos á mesma altura.

Registo de escrito de Hipócritas/Hipócrates - Hipócrates, considerado o pai da medicina (Grego 460 a. C.). Existem registo de que o sabugueiro era conhecido pelos povos pré-históricos e muito popular entre os gregos e romanos, sendo por isso considerado uma árvore guardiã da saúde, sendo o primeiro registo ter aparecido nos seus escritos.

 VALE DO VAROSA--- A região do vale do Varosa esta parcialmente integrada na região do Douro Património Mundial da Humanidade, integra no seu território marcas como a presença dos Monges de Cister, com o Mosteiro de São João de Tarouca e Salzedas, mas também a presença Romana, como o Convento de Ferreirim,

Geograficamente esta região confina os concelhos de Tarouca, Lamego e Armamar. O rio Varosa nasce na serra da Várzea concelho de Tarouca e desagua no rio Douro na freguesia de Cambres, em frente a cidade da Régua.

Uma particularidade deste rio é que corre de sul para norte e no seu percurso tem vários pontos de interesse, entre quais varias pontes românicas como a de Ucanha, com Torre fortificada, ponte de Mondim da beira e de São João de Tarouca. Zona Távora /Varosa, abrange os Concelhos já de Tabuaço e Moimenta da Beira. O rio Távora nasce próximo de Trancoso e desagua no Douro no Concelho de Tabuaço.

CHÁS - São ricos em potássio, carbocidratos, gorduras, fibras proteínas, sódio, vitaminam A e B6, cálcio, magnésio e ferro.

-- Laxantes, cicatrizantes, artrites, sistema imunológico e anti- envelhecimento.

COMO FAZER - 1 colher de chã de flores secas de sabugueiro e 1 xícara de agua.

Misturar as flores secas numa porção de água quente, deixar repousar, coar e servir.

Advertência -  Como todos os chás deve-se ter cuidado na sua ingestão em quantidade, segundo estudos o excesso de ingestão de chá de flor de sabugueiro, pode causar complicações gastrointestinais, náuseas, diarreias, etc.

A COLHEITA DA BAGA - Como disse pode ser comercializada em fresco e seca. (descrição no livro em anexo)

Peso na economia regional - Tendo em conta que a baga é muito rentável para os agricultores, estes com o objetivo de aumentarem a produção e a qualidade, plantam cada vez mais sabugueiros, ocupando um espaço que estavam destinados a outras culturas,

Esta árvore é de fácil desenvolvimento o que se apresenta como uma mais valia, sendo quase proibido cortar um sabugueiro.

A comercialização é feita através de uma cooperativa e por negociantes intermediários que depois vendem a empresas exportadoras.

História do Sabugueiro

  1. Breve historial sobre o sabugueiro
  2. Regiões do País onde se cultiva
  3. A sua flor e o seu fruto ( A BAGA)
  4. Indicações terapêuticas e medicinais da sua flor.
  5. Apanha e tratamento da baga de sabugueiro.
  6. Fins a que se destina.
  7. Peso na economia regional resultante da sua comercialização.

Breve historial sobre o sabugueiro

O Sabugueiro é uma espécie arbustiva ( arbusto com 7 a 11 metros de altura
Pertence ao género Sambuscus ,com ramificação profunda, tem as raízes
Superficiais mas extensas, as folhas são opostas e com cerca de 12 cm de
Comprimento. Em Maio /Junho surgem os ramos com corimbos espécie de
inflorescência aberta que vão dar flor.

O Sabugueiro é originário da Ásia e Europa, havendo registos nos escritos de hipócritas e já lá vão 2500 anos de mencionar o uso do sabugueiro como planta medicinal.

Também os Romanos tinham um carinho especial por este arbusto,
Pois fazia parte das plantas de jardim e acreditavam que dentro deste arbusto
Vivia uma fada boa que protegia os seus lares.

Regiões de Portugal onde se cultiva o sabugueiro

O Sabugueiro em Portugal, nasce espontâneo em praticamente todo  o Pais, mas, é simplesmente na região norte  no distrito de Viseu, na chamada região do Vale Do Varosa que engloba os concelhos de Tarouca, Armamar, Lamego, Tabuaço e Moimenta da Beira, que têm a sua maior implementação.

A sua flor

O seu fruto ( A BAGA)

Indicações terapêuticas, medicinais da Flor de sabugueiro

O Sabugueiro em flor, para alem da beleza natural que é digna de se observar,

A sua flor é conhecida por uma espécie medicinal que tem inúmeros benefícios para a saúde, que pode ser utilizada para fazer chás curativos de forma simples e rápida,onde tem propriedades consideradas calmantes e diuréticas, alem de outras.

Apanha e tratamento da baga de sabugueiro

A  Apanha :

Manual - O mais utilizado devido as condições dos terrenos e localização das árvores.

Mecânico -  Utilizado em locais já previamente  adaptados para a entrada de máquinas.

O Tratamento:

Colhida  e comercializada  fresca, tem um processo de refrigeração para conservação.

Colhida  para ser comercializada em seco, tem um processo de secagem de vários dias ao sol.

Fins a que se destina

Na região do Varosa, existe o Mosteiro de Salzedas, pertencente aos Monges de Cister segundo relatos, estes usavam já a baga de sabugueiro, para fins vinícolas, alem de fazerem licores, compotas e para fins medicinais.

Actualmente a baga de sabugueiro, é  praticamente na sua totalidade  para exportação , nomeadamente para Alemanha, Holanda e Dinamarca, com destino à industria farmacêutica , cosmética e agro-alimentar.

Peso na economia regional resultante da sua comercialização

Segundo os estudos publicados, são cerca de 800 produtores, numa área que ronda os 700 hectares  de terreno de cultivo do sabugueiro.

Estes produzem  cerca de 3.500 toneladas  de baga fresca, ( seca entre  300/400 toneladas) que ronda  um valor de negocio de cerca de 2 milhões de euros.

Como curiosidade, o Kg de baga fresca ronda os 0,375€ e a baga seca 2,10€.

Trabalho realizado por : Nelson Dias, no âmbito da disciplina de « Questões de Economia e Finanças»  do Prof. Luís  Lapa.

História da Vinha e do Vinho, no Mundo

  • Resumo histórico
  • História do vinho em Portugal
  • Principais castas portuguesas, e Internacionais
  • Produção entre 2012/ 2013 e 2017/ 2018 por região
  • A importância do vinho na economia portuguesa
  • Principais mercados de exportação em volume e valor
  • Casa Ermelinda Freitas

“FRASES CÉLEBRES SOBRE O VINHO”

O vinho consola os tristes, rejuvenesce os velhos, inspira os jovens, e alivia os deprimidos do peso das suas preocupações”

(Lord Byron)

O vinho dá coragem ao amor, se não se bebe em excesso. (Ovídio)

O vinho é a prova constante de que Deus nos ama e nos deseja ver felizes. ”B.Frankelin”

RESUMO HISTÓRICO

A história do vinho remonta ao período neolítico, quando o homem deixa de ser um recoletor nómada, e inicia a sedentarização com surgimento da revolução agrícola. Até aí, o homem alimentava-se de figos e caçava ovelhas selvagens sem qualquer preocupação onde iria decidir plantaras figueiras, e em que prado um rebanho de ovelhas iria pastar. O homem expandiu-se da África Oriental para o Médio Oriente, para a Europa e a Ásia, e, por fim para a Austrália e América. No entanto, para qualquer destes locais onde se deslocasse, continuava a viver das plantas e da caça de animais selvagens.

A verdadeira transição para a agricultura inicia-se entre 9500 e 8500 anos a.C. nos montes do Sudeste da Turquia, do Irão e do Levante. Começa por domesticar as cabras e o trigo por volta de 9000 a.C., o milho e ervilhas em 8000 ac. As oliveiras em 5000 a.C. e as videiras em 3500 a.C.

Grande parte das plantas que os nossos antepassados domesticaram entre 9500 e 3500 ac. Fazem parte da nossa alimentação actual.

O vinho tem uma grande importância histórica e religiosa, que remonta a diversos períodos da humanidade, tornando-se um produto com enorme importância na evolução económica e sociocultural de variadíssimas civilizações do ocidente e oriente.

Os cristãos, tomando por base o Antigo Testamento, acreditam que foi Noé (Génese, capitulo o versículo 20) que plantou as primeiras videiras no Monte Ararat, para depois se poder beber o vinho. A referência ao Monte Ararat, coincide com a vitivinicultura da pré-história ao sul do Cáucaso.

Hititas, babilónicos e sumérios, adaptaram as histórias de acordo com a sua tradição e crenças, numa outra perspetiva.

Do ponto de vista histórico, é impossível precisar a sua origem, pois o vinho nasceu muito antes da escrita. Segundo Patrick Mc. Govern, investigador da Universidade da Pensilvânia, conseguiu por análise química e molecular, comparar a utilização de artefactos para o vinho no início da agricultura em 6000 A.C., nos solos vulcânicos da Turquia, na cordilheira de Tauros nas regiões montanhosas da Arménia.

Mas o cultivo das videiras para a produção de vinho só foi possível quando os nómadas, ditos recolectores, se tornaram sedentários. Existem vestígios que indicam que foi provavelmente na Geórgia que se produziu o vinho pela primeira vez, pelo facto de terem sido aí encontradas grainhas datadas entre 8000 a.C. e 5000 a.C. 

De acordo com Rafael Rubio, biólogo, especialista em vida silvestre pela Universidade de Sevilha, admite-se a existência nas populações entre o Mar Negro e Hinducush, de uma elevada percentagem de plantas hermafroditas denominadas de vitis silvestres desta região. Depois de selecionadas pelo homem, as melhores castas sofreram um processo de migração, precisamente com as rotas comerciais da época, marítimas ou terrestres.

A presença da videira no dia-a-dia do homem está comprovada pelas mitologias pré-cristãs: pelo lado dos egípcios temos Osíris, pelos gregos Dionísio, e pelos romanos Baco.

Tudo isto está documentado em pratos, vasos ornamentais e frescos da época coeva. Existem várias referências históricas à viticultura pré-histórica, e outras virão à medida que a investigação científica nos vai fornecendo novas provas.

Gilmamesch foi, provavelmente o imperador do povo sumério na Mesopotâmia mais importante. Uruk era o centro urbano onde está referenciada a viticultura pré-histórica. Pensa-se que foi nestas cidades-estado que se desenvolveu a escrita, executada sobre placas de argila. Gilmamesch, ao conseguir a independência do povo de Uruk, abriu depois as rotas do comércio, dando um grande passo par o desenvolvimento comercial. É mencionado que nesse tempo já havia cerveja, sendo considerada bebida vulgar, enquanto o vinho era sagrado.

No código de Hamurabi estava registada a jurisprudência babilónica, sendo aí considerado o vinho bebida de classe superior (Anli, R.E.e Fidan, 2001), que referem a Anatólia Central, a partir de 7000 aC. a iniciação de culturas sedentárias onde se inicia a viticultura.

De acordo com dados históricos, os Egípcios foram os primeiros a iniciar o processo da vinificação e o uso da bebida em celebrações, conforme o registo em pinturas e documentos datados de 1000 a 3000 a.C. Os faraós ofereciam vinhos e queimavam vinhedos aos deuses; os sacerdotes usavam-no em rituais; os nobres, em festas de vários tipos; as outras classes não tinham hipóteses em virtude de se verem financeiramente sem recursos. O consumo do vinho aumenta à medida que o tempo passa, e, juntamente com o azeite de oliveira, dá-se um grande impulso para o comércio egípcio, quer a nível interno quer a nível externo.

A partir de 2500 a.C., os vinhos eram exportados par a Europa Mediterrânea, África central e reinos asiáticos. Os grandes responsáveis por esse desenvolvimento foram os fenícios, povo oriundo da Ásia Antiga, e comerciantes marítimos de grande talento. Em 2000ª.C., chegaram à Grécia.

 Os gregos iniciam o seu cultivo ao longo da costa mediterrânica, o que representaria cultural e economicamente uma importância vital para o seu desenvolvimento.

Historicamente, sabe-se da importância que a mitologia representava para os gregos, e Dionísio, filho de Zeus e membro do 10 escalão do Olimpo, era o deus das artes, do teatro e do vinho. A bebida tornou-se num culto, sendo amplamente cultivada e apreciada por todas as classes.

A partir de 1000ª.C., os gregos desencadeiam enormes ações de plantio de videiras em várias regiões europeias. A bebida despertou com entusiasmo a Itália, Sicília, estendendo-se à Península ibérica. Os gregos fundaram Marselha e comercializavam o vinho com os nativos, dando lugar ao primeiro contacto entre a bebida e a futura França.

Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era bastante incomum. Homero descreveu- como delicado e suave, mas apesar das tradições festivas que a bebida representava na época, o vinho da Antiguidade “ era ingerido com água do mar e reduzido a um xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e dissolvido em água quente”, afirma o historiador e enólogo inglês Hugh Johnson, autor do livro História do Vinho (CMS Editora).

 Fundada em 753 a.C., Roma era uma vila de pastores e agricultores. A sua expansão começa a partir do século VI a.C., e já em 146a. C, a Península Itálica, o Mediterrâneo e a Grécia tinham sido anexos ao seu território.   

As vinhas eram cultivadas nas áreas interiores e nos territórios então conquistados. Os romanos impunham os seus costumes e a sua própria cultura em todas as áreas que iam conquistando. Dessa maneira, o vinho produzido servia de bebida para os legionários, gladiadores e outros soldados menores.

Os vinhedos, por ação dos romanos na conquista que ia da Grã-Bretanha à Germânia, e finalmente chegam à Gália, que viria a chamar-se mais tarde a França.

Roma, sob o comando do grande Imperador Júlio César, enfrentam e derrotam os gauleses, e encaminham-se para o vale do Rhône, e chegam até Bordéus. A proliferação das videiras expande-se imediatamente pelas províncias gaulesas, tornando-se um dos factos mais importantes na história do vinho. Nos séculos imediatos, a cidade de Borgonha surge como grande exportadora de vinhos, sendo amplamente considerados superiores.

Enquanto os gregos guardavam o vinho em ânforas, os romanos já utilizavam processos mais modernos, pois guardavam o vinho em barris de madeira, o que lhe dava um sabor mais aprimorado. Os romanos tinham atingido o seu ponto máximo nos séculos I e II dc.

Aquando das invasões bárbaras, o Império começa a fracionar-se, acabando por ser dividido em duas partes; Ocidental-sede em Roma- e a Oriental com sede em Constantinopla. Acontece que a situação económica se agravou, as colheitas sofrem grande revés, e começam a importar vinhos de outros lados, o que tornava mais caro, logo menos lucrativo.

As derrotas sucessivas dos romanos e a perda constante de territórios, faz com que o Império Romano ocidental entre em colapso, acelerando a sua queda, que viria a acontecer em 476. Todavia, o vinho já tinha assumido a sua própria identidade, tornando-se uma bebida de universal.

IDADE MÉDIA

Quando se dá a queda de Roma, surge uma enorme crise em toda a Europa. As Províncias foram completamente reduzidas a pequenos reinos, de futuro periclitante, e com relações entre si muito tensas, o que dá inicio a uma grande crise económica. A produção do vinho sofre um retrocesso neste continente.

O envelhecimento do vinho que era feito em barris de madeira de boa qualidade, deixa de ser utilizados, o que implica o aumento de oxidação da bebida. Como ponto negativo, o seu consumo tinha que ser mais rápido, o que o fazia perder toda aquela áurea de finura dos vinhos antigos. A viticultura só voltaria aos momentos gloriosos, quando surge um grande poder religioso: a Igreja Católica.

Quando o Imperador Constantino se converte ao cristianismo, no século IV (328) por influência de sua mãe, Flávia Júlia Helena, também conhecida como Helena de Constantinopla, a igreja sai fortalecida como instituição, que já era considerada a detentora da verdade e da sabedoria. O vinho e o seu simbolismo na liturgia católica assumem um enorme protagonismo; era o sangue de Cristo. A igreja estabelecesse então como grande proprietária de extensos vinhedos através das principais ordens religiosas da Europa. Os mosteiros eram considerados espaços de tranquilidade e paz, onde se produzia o vinho, não só para o sacramento eucarístico como para a sua própria vivência e sustento. Alguns desses mosteiros eram franceses, localizados nas regiões da Borgonha e Champagne, nasceram vinhos de enorme qualidade, até aos dias de hoje. Já naquela época, o vinho entra um pouco na medicina, por se considerar que o seu aroma possuía algumas características e propriedades que podiam curara algumas doenças.

Quando cerca do século XIII, as cruzadas católicas ao serviço do Papado, limpam o mar Mediterrâneo do poder árabe, abrem-se todas as possibilidades para se dar início à comercialização do vinho pelas vias marítimas. 

IDADE MODERNA

Quando se dá o início das grandes viagens de navegação, grande parte do continente americano, recebeu grandes quantidades de videiras, levadas pelos colonizadores espanhóis, depois de uma experiência nas Antilhas, através de Cristóvão Colombo, no século XV. Quando se confirma a adaptação da videira aos solos tropicais, são exportadas para o México, Estados Unidos, e colónias espanholas na América do Sul.

Foi nesse período, também, que Portugal desencadeia a campanha das descobertas, e em 1500 Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, transportando nas caravelas milhares de litros de vinho para consumo dos marinheiros. Alguns anos mais tarde, seriam introduzidas as primeiras espécies de videiras, dando lugar ao início da vitivinicultura, que predomina até aos dias de hoje.

NA ATUALIDADE

Quando se dá a Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho sofre uma perda de qualidade, por introdução de novas técnicas, mais viradas para a produção em massa e custo mais baixo. Pese embora o facto de regiões francesas e italianas tentassem preservar as técnicas anteriores, a verdade é que a produção vinícola acabou por sofrer modificações irreparáveis para se adaptar ao sistema industrializado. 

Durante o século XX, a vitivinicultura tem uma enorme evolução, com o acompanhamento dos avanços tecnológicos e da genética. Com o cruzamento genético de algumas cepas das uvas; com a formação de leveduras transgénicas, bem como as novas tecnologias aplicadas a produção do vinho, a qualidade e sabor do vinho, é feito à medida para satisfazer aos mais diversos paladares de técnicos e consumidores.

 A GRANDE PRAGA DE FILOXERA

Quando em meados o século XIX ocorre a grande praga de filoxera em toda a Europa, acabaria por destruir grande parte das vinhas, com grande relevância para a França, o que acabaria por conduzir à ruína a indústria vinícola francesa.

Pensa-se que esta espécie terá tido origem na América do Norte, e terá sido transportada através do Atlântico, para a Europa no final da década de 1850. 

Esta praga, alem de ter provocado maiores estragos em França, acabaria por causar prejuízos nos vinhedos dos países europeus, como aconteceu em Portugal.

Existe um argumento que indica que introduções destas pragas só começaram a ser um problema depois da invenção dos barcos a vapor, que navegavam com maior rapidez através do oceano, o que permitia a sobrevivência dos organismos introduzidos.

Após a descoberta de Jules-Emile Planchon de que a filoxera era a causa da murchidão das vinhas, e da confirmação por Charles Valentine Riley da teoria de Planchon, houve dois viticultores, Leo Laliman e Gaston Bazille, que propuseram que as vinhas europeias passassem a ser enxertadas por cepas americanas, resistentes à filoxera. Houve as naturais resistências, mas o método mostrou-se eficaz. A reconstituição foi um processo lento, mas acabaria por retomar uma relativa normalidade na produção.

 Calcula-se que o prejuízo em França tenha rondado o valor de 10 mil milhões de francos.

Espécie de videira contaminada pela filoxera

             INTRODUÇÃO NA EUROPA

Durante alguns séculos, foram experimentadas algumas cepas americanas, importadas sem qualquer regulação, e sem se considerar que pudessem transportar a dita filoxera. As consequências são as que se conhecem.

 VINHEDOS ALENTEJANOS

PORTUGAL, A VINHA E O VINHO

A primeira referência à produção da vitivinicultura em Portugal é do século X, que consta no livro de datas do Convento de Fiães. Mas, a história do vinho em Portugal vai para além da fundação da nacionalidade. Considera-se que os Tartessos por volta de 2000 A.C, plantaram a primeira vinha no Vale do Tejo e no Vale do Sado. Mais tarde, os Fenícios introduziram novas castas, tomando conta a partir daí, todo o comércio do vinho. Quando no século VIII a.C., os Gregos se instalam na Península Ibérica, deram um forte contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, tendo alcançado enormes progressos na técnica do cultivo da vinha e na produção do vinho. No Século II a.C., os Romanos transformam o vinho num símbolo cultural, de poder e riqueza no Império Romano.

Após a fundação de Portugal, o vinho manteve e desenvolveu ainda mais a sua importância, enquanto cultura de um povo, tornando-se o produto mais exportado por Portugal, e, ao mesmo tempo um elemento base da sua alimentação. Quando se inicia a época dos descobrimentos, o vinho é transportado nas caravelas, bem como uma panóplia de castas que introduziu em várias partes do mundo, por via do Império Português.

Mas, o momento crucial para o incremento no comércio e em seguida na produção do vinho, foi a celebração do tratado de Methuen com a Inglaterra, em 1703. Com entrada deste tratado em condições especiais, não só facilitou a entrada na Inglaterra do vinho português, onde o vinho do Porto já era uma realidade, mas também de outros produtos oriundos das colónias portuguesas, nomeadamente o ouro e especiarias. Com o aprofundamento comercial estabelecido entre as duas Nações, foi criada a primeira região demarcada do mundo, em 1756, pelo Marquês de Pombal, no Alto Douro. As nossas vitiviniculturas mantêm-se até aos dias de hoje, apresentando um alto nível de qualidade a nível mundial.

 CASTAS PORTUGUESAS 

Touriga Nacional

As castas com maior impacto a nível nacional e internacional:

Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz ou Aragonês, Castelão, Baga, Trincadeira Preta, Alvarinho, Fernão Pires, Antão Vaz, Moscatel, Arinto, Verdelho, Encruzado e Malvasia Fina, no continente. Na Madeira e açores: Sercial, verdelho, malvasia, boal, tarrantez e tinta negra.

INTERNACIONAIS

Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Moscatel Galego, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Syrah, Petit Verdot, Grenache, Sangiovese, Nebbiolo, Tempranillo, Zinfandel, Merlot, Muscat, Semillon, Malbect, pinot Cris, Riesling e gewürstraminer.

PRODUÇÃO ENTRE 2012/13 E 2016/7 – CONFORME MAPA DESCRITIVO POR REGIÕES

 A IMPORTÂNCIA DO VINHO NA ECONOMIA 

(Caracterização do setor do vinho em Portugal)

Três quartos das empresas do vinho são microempresas; as PME garantem 70% do volume de negócios do setor.

Grande relevância do setor exportador; com saldo positivo das transações com o exterior e contributo relevante para o aumento do volume de negócios.

As exportações do vinho português cresceram 5,7% em volume e 8,5% em valor, entre Janeiro e Setembro de 2017, comparativamente como mesmo período de 2016, dados do Instituto do vinho e da vinha.

Portugal vendeu durante esse período 2.136.582 hectolitros de vinhos, no valor de 536,8 milhões de euros.

Em 2017, as exportações do vinho cresceram 7,5%, atingindo praticamente 778 milhões de euros. Esta subida teve grande contributo dos mercados de Angola com +43% e o Brasil com +53%. 

Estes valores finais apontam para um crescimento de 7,5% em volume, e 10% em valor.

O maior crescimento verificou-se nos vinhos com (IGP) - Indicação Geográfica Protegida e (DOP) Denominação de Origem Protegida, que representaram cerca de 40%do vinho nacional exportado. (Vini Portugal).

A França, Estados Unidos e o Reino Unido continuam a ser os três principais destinos dos vinhos portugueses, tendo sido a grande surpresa o mercado angolano, que mais do que duplicou o número de hectolitros vendidos face ao mesmo período do ano anterior.

Outros mercados para onde exportamos: Brasil, Canadá, China, Alemanha, Japão, Macau, Noruega, Suécia, Rússia e Coreia do Sul.

Nas contas da Vini-Portugal, estamos a produzir 6,2 milhões de hectolitros, mas consumimos 4,2 milhões, e exportamos 2,7 milhões o que soma 6,9 milhões o que significa que temos uma colocação superior no mercado acima da nossa produção.

Já não temos quantidade para o aumento da procura, afirmação do Presidente da Viniportugal.

Portugal é hoje reconhecido pela qualidade dos seus vinhos. Os vinhos portugueses têm uma boa relação qualidade/preço, o que têm vindo a conquistar mercados como EUA e Canadá.

De acordo com o estudo da D&B, os vinhos DOP valem 70% das exportações, sendo o vinho do Porto responsável por 43% desse valor.

Em 2016, o volume de negócios atingiu o valor de 1. 282 Milhões de euros, assim distribuídos:

43% Na indústria de bebidas,

10% Na indústria alimentar e bebidas,

6% Na indústria agro-alimentar.

Os vinhos portugueses têm uma imagem na imprensa internacional especializada muito positiva, com destaque para os vinhos do Douro, vinhos verdes, pela sua singularidade, com vinhos menos alcoólicos e ajustados aos perfis modernos. A identidade do património natural, (castas únicas), apresentam um futuro risonho.

EMPREGABILIDADE NO SETOR DOS VINHOS

Segundo as estatísticas, este setor emprega entre 8500 9000 pessoas, sendo que no tempo das vindimas acresce mais alguns milhares em serviço temporário, mas que geralmente não ultrapassa no total uns 11000. Acresce que das mais de 700 empresas produtoras, só 25 têm mais de 50 trabalhadores; mais de 150 uma, e as restantes microempresas somente 7. A tendência é para reduzir, em virtude da moderna tecnologia aplicada à indústria do vinho.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Em geral, os produtores de vinho não dispõem de canais de distribuição para o escoamento dos seus produtos, por implicar a construção de uma rede de vendas, cuja estrutura específica é de grande investimento, e não faz parte da vocação do produtor. Assim, as empresas estruturadas e especializadas para a sua comercialização, são:

Os armazenistas, agentes gerais, hipermercados, supermercados, mercearias e garrafeiras, boutiques de vinho através da Net, e pequenos produtores que não tendo economia de escala os colocam directamente em restaurantes, garrafeiras e outros estabelecimentos com tiragens pequenas.

TERMOS TÉCNICOS

Vinicultura, do latim (Vi nus) fabricação do vinho. Conjunto de processos empregados para tratar o vinho e desenvolver as suas qualidades.

Vitivinicultura, Cultivo das vinhas e fabricação do vinho.

Vinificação, Conjunto de processos empregados para transformar o sumo da uva em vinho.

Viticultura, cultura das vinhas.

DESIGNAÇÃO DAS CATEGORIAS DOS VINHO

Denominação de origem – características de uma região determinada.

DOC – Denominação de origem controlada, designação atribuída a vinhos de qualidade, produzidos em região geograficamente limitada, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico e tempo de estágio.

IPR – Indicação de proveniência regulamentada; terá que cumprir um período mínimo para passar à designação de DOP.

IPG – Indicação de proveniência geográfica.

VINHEDOS DO DOURO PORTUGAL

Referências:

Enciclopédia da vinha e do vinho; Larrusse les vins, tous les vins du Monde; Enciclopédia dos vinhos de Portugal; O grande livro do vinho; Instituto do vinho e da vinha; ViniPortugal; INE – Instituto Nacional de Estatísticas; Wine with style circle; Wikipédia.

Patrik mc. Govern, Enólogo e historiador

28/03/2018