História da Escola Naval

1317 – Contrato com o Genovês Manuel Pessanha, foi um navegador e Almirante Genovês do século XIII ao serviço de Portugal.

1547 – Aula do Cosmógrafo Mor – A origem da Escola Naval remonta à mítica Escola de Sagres, criada pelo Infante D. Henrique e à Aula do Cosmógrafo-Mor fundada em 1559 sob orientação do matemático Pedro Nunes. A sua criação, formaliza a transmissão dos conhecimentos empíricos de navegação no mar, marcando o início da formação teórica daqueles que percorriam os mares do mundo.

1779 – Companhia Real dos Guarda-marinha (decreto de D. Maria I) (Academia Real de Marinha – Marinha Real e Mercante)

  • 1782 – Academia Real dos Guarda-Marinha, as raízes da atual Escola Naval remontam ao momento em que Portugal deu novos mundos ao mundo, abrindo o Atlântico à navegação no alto-mar, e alterando para sempre a perceção que os homens tinham do mundo e do, até então, Mar Tenebroso. A atual Escola Naval foi fundada em 1782 com a denominação de Academia Real dos Guardas Marinhas, instalando-se no Terreiro do Paço, em Lisboa e esta academia tinha como função, formar os oficiais da Armada Real. Verdadeira precursora da Escola Naval, foi fundada pela Rainha D. Maria I, com a função de formar os oficiais da Armada Real.

1807 – Academia parte para o Brasil (invasões francesas). Academia regressa em 1825 – Com a invasão napoleónica, a academia deslocou-se para o Rio de Janeiro, juntamente com a família real portuguesa, tendo voltado a instalar-se em Lisboa em 1825, na sequência da independência do Brasil.

1845 – A Academia Real dos Guardas Marinhas de Portugal, passa a denominar-se Escola Naval (decreto de D. Maria II). A escola continuou instalada no Terreiro do Paço em Lisboa até ser transferida em 1936 para o Alfeite, processo que foi conduzido por Joaquim de Almeida Henriques, o primeiro comandante nestas novas instalações.

1936 – Escola Naval instala-se no Alfeite – tendo sido transferida para o Alfeite, onde ocupou uma extensa área na Base Naval de Lisboa.

Com o alargar do âmbito das viagens portuguesas aumentaram também as necessidades de saber e de conhecer dos seus pilotos.

A exploração do Atlântico e do Índico obrigou à criação de uma escola específica para formar e preparar os navegadores das diferentes carreiras e rotas em que circulavam os navios portugueses.

Entretanto, e até aos nossos dias, diversas reformas foram adotadas pela Escola, tendo presente os diferentes contextos da Marinha e do País, como por exemplo a que determinou a separação das formações dos oficiais por classes.

Ao longo desta evolução, os cursos da Escola Naval foram sendo reformulados de acordo com a organização e requisitos dos cursos das Universidades civis, passando a conferir graus académicos idênticos a estas, como por exemplo a última que passou a conferir o grau de Mestre aos seus alunos.

Enquadramento no IUM (Instituto Universitário Militar) a funcionar desde 2015, que é uma instituição de ensino superior universitário militar, na dependência direta do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), que integra as seguintes unidades orgânicas autónomas universitárias, a Escola Naval (EN), que depende hierarquicamente do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), a Academia Militar (AM), que depende hierarquicamente do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) e a Academia da Força Aérea (AFA), que depende hierarquicamente do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA).

Infraestruturas – oferece aos seus alunos infraestruturas modernas e cómodas que facilitam o seu percurso académico e proporcionam um vasto leque de atividades e oportunidades.

O Internato Novo e Velho são as infraestruturas que alojam os cadetes; a messe é o espaço onde os cadetes tomam as suas refeições diariamente (três refeições, dois suplementos) e onde se realizam eventuais cerimónias; bar constituído por uma zona de cafetaria e um espaço de lazer e convívio que coloca ao dispor dos cadetes um sistema audiovisual equipado com canais cabo. O conforto é uma das grandes qualidades deste espaço; biblioteca, neste espaço, recente e adequado, encontramos três zonas distintas: uma reservada à leitura, outra com equipamento informático e ainda a área destinada às publicações; salas de estudo, local reservado aos alunos da Escola, destina-se a proporcionar as condições ideais para um bom estudo; Pavilhão multiuso disponibiliza um campo preparado para a prática de diversas modalidades e uma sala de musculação e treino físico geral. É um dos espaços de apoio ao Serviço de Educação Física; Piscina, uma das infraestruturas mais singulares na aprendizagem desportiva, sendo que a Natação é uma das principais modalidades praticadas na Escola Naval. Tem também cantina, lavandaria, barbearia e salas de aula e anfiteatros, que estão adaptadas e equipadas de acordo com as necessidades académicas e tecnológicas das disciplinas lecionadas.

Laboratórios modernos e de qualidade, preparados para dar apoio aos projetos de investigação desenvolvidos pelo corpo docente e discente. Estes laboratórios são também utilizados como suporte nas aulas práticas; serviços de saúde, os alunos têm ao seu dispor um serviço de saúde permanente, constituído por um Enfermeiro e um Médico.

Áreas de ensino:20

– CientíficoCursos: Marinha – 102 alunos

Fuzileiros – 16 alunos

Eng. Armas e Eletrónica – 36 alunos

Eng. Mecânica – 29 alunos

Administração Naval – 32 alunos

Medicina Naval – 30 alunos

Tecnologia Militar – 10 alunos

– Marinheiro – Simulador, Treino de mar, Viagens de Instrução (Sagres, Zarco, Polar, Deneb, Bellatrix, Bartolomeu Dias, Viana do Castelo, Vasco da Gama, Carlos)

– Militar – Liderança, Infantaria e Destreza Militar

Cursos em associação:

– Doutoramento – História Marítima

– Mestrado – História Marítima, Medicina Hiperbárica, Navegação e Geomática, Engenharia Hidrográfica, Segurança de Informação e Direito no Ciberespaço, História Militar, Logística Marítima, Assunto Marítimos e Engenharia e Gestão da Logística Marítima (Joint Master)

– Ensino / InternacionalizaçãoErasmus com vários países, Estágio de longa duração com Angola e Moçambique, Relações Bilaterais com vários países e Cooperação Militar.

Centro de Investigação Naval (CINAV):

– Promover a Investigação e Desenvolvimento na Escola Naval

– Coordenar a Investigação e Desenvolvimento na Marinha

– Posicionamento – academia, Defesa e Indústria

Linhas de investigação – Processamento de Sinal, Robótica Móvel, Sistema de Apoio à Decisão, Gestão da Manutenção, História Marítima, Estratégia Naval, Saúde Naval e outras.

Contacto com a sociedade:

– Formação específica

– Estágios profissionais e académicas

– Conferências e Seminários

– Divulgação exterior e Visitas.

Valores da Marinha:

– Disciplina; Lealdade; Honra; Integridade; Coragem

A quarta parte, foi o Museu Escolar, foi uma aspiração da Marinha, que transitou do séc. XIX, como atestam os vários documentos registados. Com efeito o diploma de reforma da Escola Naval de 1887, ao enumerar os estabelecimentos que desta deviam fazer parte integrante, já se referia a um Museu constituído por medalhas, instrumentos, desenhos e antiguidades navais que, pelo menos em projeto, já existia. Foi criado em 1946, pelo então 1º Comandante desta Escola, Capitão de mar e guerra José Filipe Castela.

Regista a história factos que são o orgulho da nossa gente do mar, mas os documentos de qualquer espécie que sejam: livros, fotografias, troféus, medalhas, etc., dando mais vida e como que materializando os factos passados, melhor recordam os homens de hoje, os grandes exemplos dos de ontem e melhor inspiram os novos alunos desta Escola ao mostrarem-lhe, tangivelmente, o que foram os velhos no zelo pelo serviço da Marinha, no bem servir da Pátria.

Os resultados das navegações prosseguidas metodicamente, durante décadas, pelos navegadores e marinheiros do Infante D. Henrique (1394-1460), bem como o avanço dos conhecimentos geográficos e científicos por elas proporcionados, converteram-se num dos feitos de maior relevância da história da Humanidade. Em sua homenagem, a Marinha Portuguesa adotou a célebre divisa do Infante – Talant de bien faire (vontade de bem fazer) – que exorta ao esforço pessoal no sentido da perfeição.

Na Escola Naval, ainda hoje subsistem o espírito e os princípios cultivados pelo Infante D. Henrique, continuamente invocados na formação militar e técnica dos oficiais da Marinha. Por essa razão, a divisa Talant de bien faire também sublinha o respetivo brasão de armas.